domingo, 13 de setembro de 2009

Contraponto 255 - Kirchner X PIG


13/09/2009
Kirchner x Clarín: Argentina resolveu
enfrentar o PiG (*)


Conversa Afiada 11/setembro/2009 16:17

Dênis de Moraes: Lula optou pela convivência com o coronelismo eletrônico

O grupo de comunicação Clarín, que se insurgiu contra uma operação da Receita Federal argentina, realizada ontem na sede da empresa, é diretamente afetado pelo projeto que regula as comunicações, enviado ao Congresso daquele país pela presidente Cristina Kirchner.

Desde o envio do projeto, nos últimos dias, aumentou a temperatura do confronto entre os principais conglomerados da mídia, como o Clárin, e o governo Cristina Kirchner. “Esse confronto já era previsível”, afirma o jornalista Dênis de Moares, professor do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Em entrevista por telefone a Paulo Henrique Amorim, Dênis de Moraes ressaltou que o projeto do governo muda radicalmente a concentração da mídia na Argentina. A proposta, de 21 pontos, foi elaborada a partir da discussão com empresários, trabalhadores da comunicação e mães da Praça de Maio, entre outros grupos sociais envolvidos. As audiências populares, em várias ocasiões, foram presididas pela própria Cristina Kirchner.

Entre as medidas propostas, há a proibição de um mesmo grupo empresarial concentrar atividades nos diferentes meios de comunicação – jornal, rádio, TV, revistas e internet, além da limitação ao número de emissoras de TV e rádio que cada grupo poderá manter.

Para Dênis de Moraes, que é autor do livro “A Batalha da Mídia – Governos Progressistas e Políticas de Comunicação na América Latina”, essa legislação coloca em confronto o grupo Clarín, mais poderoso conglomerado de mídia da Argentina, e o governo federal. “O objetivo do Clárin é desestabilizar os Kirchner e fazer com que volte ao poder um grupo de centro-direita”, diz .

O objetivo do Clarín, como da grande mídia argentina é desestabilizar os Kirchner, fazer que volte ao poder um grupo de centro-direita, diz Moraes. Segundo ele, a legislação enviada ao Congresso é parecida com a que vários governos da região fizeram para enfrentar o PiG (*), como nos casos do Equador, Bolívia, Venezuela, e, de forma mais suave, os governos de esquerda moderada do Uruguai e do Chile.

O Brasil destoa dessa tendência latino-americana pois, segundo Dênis de Moraes, o governo Lula parece “temer a artilharia midiática” e não teve visão estratégica. O Brasil, diz ele, está na retaguarda da América Latina. “Nossa legislação sobre TV comunitária do Brasil é a mais atrasada do continente”, sentencia.
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