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04/12/2012
Ataques ao MERCOSUL são nova fase conservadora da mídia
Do Blog do Zé - Publicado em 04-Dez-2012
"Os lagostins do MERCOSUL", o editorial principal da página de opinião com que o Estadão abriu a semana, ontem, inaugura uma nova fase no tom da mídia conservadora. Agressivo e de baixo nível, o texto é puro discurso ideológico, como se o bloco econômico do Sul e nossa relação com a Argentina não fosse importantes e a adesão da Venezuela fosse pouca coisa.
Isso sem falar na adesão provável da Bolivia e do Equador ao MERCOSUL e das medidas tomadas no mercado comum, tudo em linha oposta ao que quer nossa conservadora mídia. Na verdade, a verborragia do Estadão esconde seu apoio à tentativa frustrada de constituir a Aliança de Livre Comércio das Américas (ALCA) na virada do milênio.
Esconde, também, seu sonho de dividir o continente, de fazer fracassar a União das Nações da América do Sul (UNASUL), de estimular a união dos países do Pacífico separados dos demais do continente e sua aproximação maior com os Estados Unidos.
Integração continental não é contra os EUA
O editorial, de fato, reflete nada mais, nada menos que a politica do Departamento de Estado norte-americano e seus interesses comerciais, e não uma politica de integração autônoma e, frise-se, não contra os Estados Unidos, mas capaz de dar vez e voz a América do Sul e a América Latina no mundo do século XXI.
Como eu disse, inaugura, mas é só o começo de uma nova fase da mídia conservadora, de maior virulência contra as possibilidades de união continental, mesmo que está não seja contra os EUA. Inauguram agora, porque esta semana a presidenta Dilma Rousseff reúne 6ª próxima, em Brasília, os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, do Uruguai, José pepe Mujica e da Argentina, Cristina Kirchner, na última cúpula do ano, do MERCOSUL.
O editorial do Estadão diz, por exemplo, que na condução de seus governos e do MERCOSUL, as presidentas Dilma e Cristina fazem "um acasalamento, uma mistura de terceiro-mundismo anacrônico, populismo enfeitado com adereços de esquerdismo e uma indisfarcável atração por arranjos autoritários".
Preparemo-nos, então, para uma semana de críticas ao MERCOSUL e aos governos que o integram. Sem surpresa: contra a presidenta Dilma é a oposição de sempre dos jornalões a seu governo. Contra a presidenta Cristina, estão com ela atravessada na garganta porque seu governo faz cumprir a partir deste mês os dispositivos da Lei de Meios de Comunicação que os jornalões - com o Grupo Clarin à frente - são contra.
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