terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Contraponto 9918 - "Mantega dá forte impulso à construção civil"


Danilo Macedo _Repórter da Agência Brasil, Brasília - 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje (4) novas medidas de estímulo à construção civil. Durante cerimônia de entrega da 1.000ª unidade do Programa Minha Casa, Minha Vida, o ministro disse que o setor será beneficiado em três pontos: desoneração da folha de pagamentos, redução de tributos e acesso a capital de giro durante o período de construção das habitações.

De acordo com o governo, a desoneração na folha de pagamento poderá chegar a R$ 2,85 bilhões. Atualmente, o setor gasta R$ 6,28 bilhões com pagamento de 20% da folha ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, com a nova medida, passará a pagar 2% do faturamento bruto. "O setor não pagará mais INSS. Não vou dizer pelo resto da vida porque é muito tempo, mas por um longo período", disse Mantega.

Outra medida é a redução da alíquota do Regime Especial de Tributação (RET) da construção civil, de 6% para 4% sobre o faturamento.

Na solenidade, o ministro ressaltou a importância da construção civil para o Brasil. "[O setor é] responsável por quase metade do investimento que nós fazemos no país. Portanto, estimular a indústria de construção é estimular o investimento no país."

Segundo ele, o setor também é importante porque contribui para dois dos maiores sonhos da população: ter uma casa própria e conseguir um emprego. De acordo com o ministro, o setor emprega atualmente 7,7 milhões de pessoas.

Edição: Juliana Andrade

Abaixo, notícia com uma avaliação de Mantega sobre a crise:

Por Frederico Rosas

SÃO PAULO, 4 Dez (Reuters) - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a retomada do investimento já começou no país, após o indicador registrar a pior retração em mais de três anos no terceiro trimestre, prejudicando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no período.

"A recaída da crise internacional que se deu em 2011 e 2012 prejudicou o ritmo dos investimentos neste ano, mas a retomada já começou", afirmou Mantega em discurso de premiação na noite da segunda-feira em São Paulo.

"Qualquer economista iniciado sabe que, em períodos de crise importantes, o investimento é o primeiro a se retrair e o último a voltar, depois que o consumo e a indústria reaceleram", completou.

O ministro comparou ainda este ano a 2009, quando o investimento só foi retomado no último trimestre. Mantega afirmou também que, desde que assumiu a pasta da Fazenda, em 2006, não faltaram investimentos até 2011.

"Nosso PIB cresceu em média 4,2 por cento ao ano (de 2006) até 2011, uma das maiores médias de nossa história", disse. "E foi o investimento que puxou o crescimento nesse período, com uma expansão de 9,5 por cento ao ano em média, mais do que o dobro do crescimento do PIB."

Entre julho e setembro deste ano, a formação bruta de capital fixo, uma medida de investimentos, caiu 2 por cento, registrando a queda trimestral mais forte desde o primeiro trimestre de 2009, quando despencou 11,9 por cento por conta do auge da crise internacional.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira, com o anúncio do crescimento de 0,6 por cento do PIB no período em relação ao trimestre anterior.

CRISE À DISTÂNCIA

Mantega citou ainda a redução do desemprego e o aumento da renda no país, com consequente diminuição da desigualdade, como indicadores positivos de que o Brasil está se tornando "um grande país de classe média".

"A verdade é que a população brasileira conhece mais a crise pelos veículos de comunicação do que pelo seu dia a dia", disse. "Finalmente o crescimento econômico tem sido colocado a serviço da sociedade".

Mantega destacou também a redução dos juros, a desvalorização do real, que "reposiciona o Brasil na guerra cambial", a desoneração de impostos, a futura redução das contas de energia e os projetos de infraestrutura como fatores de uma "revolução silenciosa", que permitirão atingir um crescimento maior por um longo período.

"Naturalmente a crise da zona do euro e os problemas da economia norte-americana estão retardando os avanços da economia brasileira (...) O ano de 2012 foi difícil, começou com desaceleração da economia, mas termina com ela acelerando rumo a um outro ciclo de forte expansão e dinamismo", concluiu.
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