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06/12/2012
Lula e a "herança maldita" da Folha
Do Blog do Miro - quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Por Altamiro Borges
Em seu editorial do ontem (5), o jornal Folha de S.Paulo
radicalizou ainda mais o discurso contra o ex-presidente Lula.
Preocupada com a
fragilidade dos demotucanos, a famiglia Frias substitui os partidos
da direita e reafirma a sua “posição oposicionista”, como já pregou
Judith Brito, executiva do Grupo Folha e ex-presidente da Associação
Nacional
de Jornais (ANJ). Na prática, a mídia "privada" antecipa a disputa
sucessória de
2014. O alvo agora é a “herança maldita” de Lula; na sequência, Dilma
será apedrejada!
Nesta batalha já declarada não haverá qualquer escrúpulo. A
Folha não vacila em explorar o que ela chama de “aspectos constrangedores e diminutos”
do badalado caso Rosemary Noronha. “Diferentemente do que ocorre em outros
países, não é da tradição brasileira investigar a vida pessoal das suas figuras
públicas. Pouco importaria o tipo de relacionamento que se verificou entre Lula
e Rosemary. Entretanto impõem-se explicações sobre o fato de ela ter sido
nomeada chefe do escritório da Presidência em São Paulo”.
"Desmorona o mito de estadista"
“A dimensão das propinas e dos favorecimentos já descobertos
autoriza a aplicação de um termo em voga, ‘mequetrefe’, para os atos da
assessora lulista. Mas não é mequetrefe, afinal, o cargo de presidente da
República. E não é inédito, muito ao contrário, o estilo de aparelhamento
imposto pelo lulismo ao governo federal... Desmorona, aos poucos, o mito de
estadista de que se quis cercar um governante que pôs o Estado a serviço de
interesses partidários”, esbraveja o jornal da famiglia Frias.
Apesar de não existir qualquer prova de irregularidade
contra o ex-presidente, a Folha insinua que Lula também participou do esquema
de corrupção e tráfico de influência. Na mesma edição de ontem, o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, desmentiu esta versão. Ele explicou que Rosemary
Noronha “tinha contatos ilegais e relações indevidas, mas não participava do
núcleo central da quadrilha. Ao contrário, ela foi escanteada pelos seus
membros”. Sua explicação, porém, de nada valeu para o “tribunal” da famiglia
Frias.
O porta-voz dos golpistas
O jornal insiste em atacar Lula e a sua “herança maldita” –
título do editorial. Mas ninguém deveria esquecer é da “herança maldita” da
Folha. Como ela apoiou o golpe militar de 1964 e o setor linha dura dos
generais. Como cedeu as suas peruas para transportar presos políticos. Como se contrapôs
aos direitos dos trabalhadores na Constituinte de 1988. Como ajudou a eleger FHC
e serviu de porta-voz do desmonte neoliberal durante o seu reinado. Como
escondeu os “aspectos constrangedores e diminutos” do grão-tucano. (Grifo em verde negritado é do ContrapontoPIG)
A Folha não está preocupada com a “ética e a moral”. Seu
discurso udenista e moralista só engana os mais ingênuos. A famiglia
Frias
sempre foi e continua sendo golpista. Ela não visa corrigir supostos
desvios, mas sim derrotar o que ela chama de lulopetismo. Expressão da
elite corrupta e imoral, ela sonha com a volta ao poder do bloco
conservador e neoliberal.
Pena que a presidenta Dilma ainda insista em alimentar cobras, inclusive
com
publicidade oficial e com a presença na festança dos 90 anos deste
jornal
golpista.
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