quarta-feira, 24 de abril de 2013

Contraponto 11.007 - "Tal pai, Tal Filho? Não é bem assim"

.

24/04/2013




Um jornal se rendendo aos fatos:



Os filhos da chamada nova classe média são mais informados, conectados à internet e têm opiniões menos conservadoras sobre a mulher e o homossexualismo do que seus pais, revela o estudo "Geração C", que acaba de ser concluído pelo Instituto Data Popular.


Trata-se de um perfil dos cerca de 23 milhões de jovens de 18 a 30 anos com renda mensal entre R$ 219 e R$ 1.019 e representam 55% dos brasileiros dessa faixa etária.






— Esse jovem vai ser um adulto muito diferente do pai. A educação é o grande diferencial, óbvio. Mas eles já estudaram mais do que os pais e isso traz uma série de desdobramentos, como aumento da renda da família, empregos melhores, mais informação. A primeira geração de universitários da família é menos conservadora, não vê mais a mulher como dona de casa, não vai querer do governo bolsa família, e sim desoneração de impostos para computadores.


Eles vão mudar a cara do Brasil — diz Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. Segundo ele, o ápice da mudança será em 2022, quando essa geração estará no auge de sua atividade produtiva.


Tomando por base dados da Pesquisa Nacional de Amostra do Domicílios (Pnad) do IBGE e entrevistas com mais de duas mil famílias, o estudo conclui que os filhos da classe C passam quase 50% mais tempo na escola do que seus pais, enquanto na classe A, esse aumento é de 20%. E de cada R$ 100 que recebem, R$ 70 são destinados às despesas da família. Nas classes mais altas, a contribuição é de 20%.


— Ele ajuda mais por causa da necessidade da família. Mas o que mais chama atenção nessa pesquisa é ver que os jovens são os novos formadores de opinião. É para ele que o pai pergunta sobre o que vai ser comprado, para onde a família vai viajar. E eles têm uma força eleitoral muito grande — afirma Meirelles.



Aumenta o acesso à universidade



Uma tese de doutorado defendida mês passado na UFMG revela que, nos últimos dez anos, aumentou o acesso de filhos de pais analfabetos ou com pouca escolaridade ao ensino superior. Cruzando números da Pnad 2009 e do Censo 2010, o sociólogo Arnaldo Mont’alvão, autor da pesquisa, mostra que filhos de pais com ensino fundamental completo têm duas vezes mais chances de chegar à faculdade do que aqueles com pais analfabetos.


Se os pais tiverem ensino médio, a chance aumenta para quatro vezes; e alunos cujos pais têm curso superior têm 16 vezes mais chances de chegar à faculdade do que os filhos de pessoas sem qualquer educação formal.


Já foi pior. Na última década, a vantagem dos filhos de pais com ensino fundamental caiu 3%, com ensino médio encolheu 6%, e com ensino superior, 12%.


— A diminuição da influência da escolaridade dos pais sobre a progressão dos filhos ao ensino superior significa que uma proporção maior de estudantes cujos pais não tiveram muitas oportunidades educacionais conseguiu atingir este nível educacional nos últimos anos — diz Mont’alvão.


Os fatores que ajudam os jovens das classes populares a alcançarem níveis de escolaridade elevado são temas de outra pesquisa, que ainda está sendo realizada por Manoel de Almeida Neto, professor da PUC-MG.


— A segurança econômica propiciada pelo aumento da renda das famílias melhora a probabilidade desse aluno chegar ao curso superior. Ele deixa de trabalhar para investir na educação, o que exige da família uma série de sacrifícios. Mas, com uma renda apropriada, isso passa a ser visto como possibilidade efetiva e não mais algo que 'não é para você’ — explica Neto.


Segundo Manoel Neto, além da renda há outros fatores que ajudam os estudantes pobres a atingirem níveis de escolaridade superior. Para ele, o Pró-Uni, programa do governo federal que concede bolsas de 50% a 100% para universitários com renda familiar per capita de 1,5 a três salários mínimos, também foi fundamental:

NO Globo
.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista