23/04/2013
Mídia: Morrendo pela boca
Do Blog do Miro - terça-feira, 23 de abril de 2013
Por Bepe Damasco, em seu blog:
Primeiro martele, dia sim, outro também, na cabeça das pessoas, que o Brasil vai mal das pernas, que a inflação puxada pelo tomate disparou, que a política de redução de juros está com os dias contados, que as obras de infraestrutura não andam, que o intervencionismo do governo emperra o lucro dos capitalistas, que a redução das tarifas de energia elétrica logo será tragada pelo aumento cobrado pelas distribuidoras de energia. Depois, adicione uma dose cavalar de moralismo udenista seletivo. Misture tudo com a judicialização da política, de preferência contando com a ajuda do mais autoritário, grosseiro e antidemocrático presidente da história do Supremo Tribunal Federal.
Aí foi aquele estardalhaço : "PIB do Brasil recua 0,52%", "Economia cai 0,52", e por aí vai. A tal história do "pibinho". Mas, por trás dessa onda de pânico, a realidade é outra : confrontando os dados do Banco Central de janeiro e fevereiro, o que aconteceu foi que a atividade econômica do país cresceu menos 0,52% em fevereiro do que em janeiro. Repare bem, é diferente : crescer menos não é cair. E mais : se como é de praxe o foco principal for a a comparação com o mesmo mês do ano passado, o PIB brasileiro cresceu em fevereiro 1,88%.
É preciso estômago para suportar essa gente.
Primeiro martele, dia sim, outro também, na cabeça das pessoas, que o Brasil vai mal das pernas, que a inflação puxada pelo tomate disparou, que a política de redução de juros está com os dias contados, que as obras de infraestrutura não andam, que o intervencionismo do governo emperra o lucro dos capitalistas, que a redução das tarifas de energia elétrica logo será tragada pelo aumento cobrado pelas distribuidoras de energia. Depois, adicione uma dose cavalar de moralismo udenista seletivo. Misture tudo com a judicialização da política, de preferência contando com a ajuda do mais autoritário, grosseiro e antidemocrático presidente da história do Supremo Tribunal Federal.
Está pronto para ser servido pela oposição midiática, parlamentar e
judiciária o prato da sabotagem da economia brasileira. Como não existe
almoço grátis, o objetivo é fazer com que os donos do dinheiro se
empanturrem com essa gororoba a ponto de não investirem no Brasil, à
espera de que as coisas mudem em 2014. Contudo, como todas as pesquisas
mostram que a população rejeita essa iguaria, é bem provável que os
"chefs" responsáveis pelo cardápio tenham mais uma indigestão, como em
2002, 2006 e 2010.
Esta semana, o tiroteio visando abalar a imagem de gestora da presidenta Dilma teve como base dois truques, um mais rudimentar e cínico do que o outro. Todos os veículos do monopólio midiático rasgaram manchetes sobre o "estouro da meta da inflação". Me causou preocupação ouvir de gente que não se pauta pelo PIG, e até de amigos e militantes de esquerda, que a inflação havia estourado a meta. Só que não estourou coisa nenhuma.
Qual é a jogada da mídia para manipular os índices da inflação? É simples. O sistema de metas abrange o ano inteiro. Ou seja, pegando ao ano de 2013 como exemplo, o que vale é o período de janeiro a dezembro. Assim, só depois de apurada a taxa de inflação do último mês do ano será possível saber se a meta foi estourada ou não. Se ultrapassou o teto da meta (6,5%) ou não.
E, para respaldar seu alarmismo, o PIG apela para a anualização do índice. Assim, se saíram os números da inflação de março de 2013, como agora, a conta mandrake é a seguinte: somar os índices de março de 2012 a março de 2013 e decretar que a meta foi estourada. Que se dane se os próprios "analistas" midiáticos saibam que o repique inflacionário do mês se deveu a problemas sazonais no preço dos alimentos. Que se dane se o preço do vilão da inflação, o tomate, já esteja em queda livre.
Vale tudo para criar a sensação de que a inflação está fora de controle, para aí então forçar o Copom a aumentar a Selic, a taxa básica de juros da economia já na próxima reunião, marcada para os próximos dias. Solidários com a insatisfação rentista, os barões da mídia e seus colunistas já não escondem sua receita para o Brasil de hoje : aumento da taxa de juros, desaquecimento do mercado e desemprego.
Outra patifaria da semana foi a forma como foi explorada a divulgação do índice do Banco Central sobre a atividade econômica do mês de fevereiro, uma espécie de prévia para o PIB do período. Fugindo ao padrão estatístico usual de comparar o mês de determinado ano com o mesmo mês do ano anterior, a ênfase absoluta da mídia foi a comparação com mês anterior, janeiro de 2013.
Esta semana, o tiroteio visando abalar a imagem de gestora da presidenta Dilma teve como base dois truques, um mais rudimentar e cínico do que o outro. Todos os veículos do monopólio midiático rasgaram manchetes sobre o "estouro da meta da inflação". Me causou preocupação ouvir de gente que não se pauta pelo PIG, e até de amigos e militantes de esquerda, que a inflação havia estourado a meta. Só que não estourou coisa nenhuma.
Qual é a jogada da mídia para manipular os índices da inflação? É simples. O sistema de metas abrange o ano inteiro. Ou seja, pegando ao ano de 2013 como exemplo, o que vale é o período de janeiro a dezembro. Assim, só depois de apurada a taxa de inflação do último mês do ano será possível saber se a meta foi estourada ou não. Se ultrapassou o teto da meta (6,5%) ou não.
E, para respaldar seu alarmismo, o PIG apela para a anualização do índice. Assim, se saíram os números da inflação de março de 2013, como agora, a conta mandrake é a seguinte: somar os índices de março de 2012 a março de 2013 e decretar que a meta foi estourada. Que se dane se os próprios "analistas" midiáticos saibam que o repique inflacionário do mês se deveu a problemas sazonais no preço dos alimentos. Que se dane se o preço do vilão da inflação, o tomate, já esteja em queda livre.
Vale tudo para criar a sensação de que a inflação está fora de controle, para aí então forçar o Copom a aumentar a Selic, a taxa básica de juros da economia já na próxima reunião, marcada para os próximos dias. Solidários com a insatisfação rentista, os barões da mídia e seus colunistas já não escondem sua receita para o Brasil de hoje : aumento da taxa de juros, desaquecimento do mercado e desemprego.
Outra patifaria da semana foi a forma como foi explorada a divulgação do índice do Banco Central sobre a atividade econômica do mês de fevereiro, uma espécie de prévia para o PIB do período. Fugindo ao padrão estatístico usual de comparar o mês de determinado ano com o mesmo mês do ano anterior, a ênfase absoluta da mídia foi a comparação com mês anterior, janeiro de 2013.
Aí foi aquele estardalhaço : "PIB do Brasil recua 0,52%", "Economia cai 0,52", e por aí vai. A tal história do "pibinho". Mas, por trás dessa onda de pânico, a realidade é outra : confrontando os dados do Banco Central de janeiro e fevereiro, o que aconteceu foi que a atividade econômica do país cresceu menos 0,52% em fevereiro do que em janeiro. Repare bem, é diferente : crescer menos não é cair. E mais : se como é de praxe o foco principal for a a comparação com o mesmo mês do ano passado, o PIB brasileiro cresceu em fevereiro 1,88%.
É preciso estômago para suportar essa gente.
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