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17/04/2013
THATCHER EM PRETO E BRANCO
Por Davis Sena Filho
A
bruxa neoliberal, que vendeu as estatais inglesas, preconizou a ideia
do estado mínimo e que extinguiu grande parte dos direitos trabalhistas
e sociais do povo de seu país. A musa da discórdia, da prepotência, do
conflito e dos privilégios, que governou para os ricos, os bem nascidos e
os poderosos.
Thatcher efetivou a política da intolerância, fez guerra e seu governo neoliberal bateu nos trabalhadores. |
Não é à toa que a baronesa é adorada pelos meios de comunicação hegemônicos e de negócios privados, pois porta-vozes que são dos banqueiros, dos trustes internacionais e do imperialismo colonizador, que fomentam guerras nos quatro cantos do planeta, a fim de pilhar, a exemplo dos piratas, as riquezas dos países pobres e emergentes.
A
premiê Margaret Thatcher da Guerra das Malvinas, de ocupação de
território alheio, um conflito armado absurdo e de caráter imperial e
político, pois a Dama de Ferro era impopular, com baixos índices de
aprovação e que precisava de um trunfo e de um triunfo para reverter sua
iminente derrota política. E conseguiu, com sangue nas mãos.
A
Maggie, iniciadora, juntamente com o ex-presidente dos EUA, Ronald
Reagan, da implementação, em âmbito mundial, do sistema neoliberal, que
tirou ainda mais dos pobres para dar aos ricos. A primeira ministra que
desregulamentou a economia, que apostou no individualismo das pessoas em
detrimento da coletividade, que sempre foi a essência dos entes humanos
em luta pela sobrevivência.
A
mulher inflexível, que fazia política com o fígado de pura bílis e
amargor, ao invés de tratar a política como um ato e ação de
generosidade, meio civilizado e educado para mediar conflitos, efetivar
espaços para o diálogo e atender os interesses dos desiguais, dos
diferentes e dos que, possivelmente, renunciariam a violência, a exemplo
do IRA da época, se Thatcher não tivesse um caráter e temperamento
próximos dos ditadores — que a Inglaterra e os EUA apoiaram e
financiaram em todas as épocas e eras de suas histórias, inclusive
nestes tempos atuais.
A
política conservadora, ídolo da direita internacional, que se aliou ao
general chileno sanguinário, Augusto Pinochet, para logo depois
reclamar, de forma altissonante, a plenos pulmões, de sua prisão na
Inglaterra, inclusive a visitá-lo e a lamentar que a Justiça de seu país
colonizador o tivesse detido. Realmente, é a Maggie dos ditadores, tão
cônscia de sua ideologia de exploração de nações menos poderosas e
expostas a todo tipo de violência bélica e da perda sistemática de suas
riquezas.
Por
isto e por causa disto, Margaret Thatcher foi vaiada em seu último
desfile, porque realmente ela marcou uma era que terminou de forma
trágica com a crise do neoliberalismo em 2008, que perdura até hoje e
não tem tempo marcado para terminar.
O
neoliberalismo que derreteu como gelo em asfalto quente as economias de
dezenas de países europeus, a atingir fortemente o Japão e os Estados
Unidos, onde nasceu o outro pilar desse sistema draconiano de exploração
e miséria, o também condestável Ronald Reagan, um dos senhores da
guerra no século XX.
Margaret
Thatcher não deixou saudade nos corações e nas mentes dos
trabalhadores, dos humildes e dos que podem menos. Sua morte é a prova
cabal de que a política britânica não era amada pelo povo, apesar de ser
exageradamente admirada pelos ricos, e, como não poderia deixar de
ser, pelos barões da imprensa de direita e pelos seus incontáveis
capatazes que vivem a servi-los.
A
Dama de Ferro sabia tanto que sua pessoa era detestada por grande parte
da população mundial e britânica, que pediu à sua família que seu
velório e funeral fossem restritos. Neste aspecto, Margaret Thatcher
conseguiu, enfim, ser sensata e realista, pois conhecedora de seu
legado. É isso aí.
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