24/04/2013
Tarso Genro (PT): "Regulamentar a mídia não ameaça liberdade, mas sim o monopólio."
Do PIG Imprenssa Golgpita - 15/04/2013
do sítio - PT.org
A
quebra do monopólio dos meios de comunicação é uma etapa necessária á
construção da plena liberdade. Segundo o governador do rio Grande do
Sul, Tarso Genro (PT), “a liberdade de fazer circular livremente a
opinião” não é possível com a atual concentração da mídia. Ele defendeu
uma reforma constitucional para democratizar os meios de comunicação e
impedir que "meia dúzia de famílias" tenha o controle do setor.
Tarso
falou sobre a importância da regulação da mídia em discurso na abertura
do 3º Fórum da Igualdade, evento é promovido pela Coordenação dos
Movimentos Sociais do Rio Grande do Sul (CMS/RS). O governador citou
quatro etapas na construção do conceito moderno de liberdade: a
liberdade de pensamento, a liberdade de expressão, a liberdade de
imprensa e a “liberdade de fazer circular livremente a opinião”. A
primeira, articulada na Idade Média, era reivindicada pelas mulheres
acusadas de bruxaria. “Na época, a Igreja organizava a dominação através
do pensamento”, argumentou Tarso.
Já
o conceito de liberdade de expressão surgiu no Renascimento e
representava um perigo para aqueles no poder. Com a Revolução Francesa,
veio a necessidade da liberdade de imprensa, de “transformar a liberdade
em palavras”. E isso se tornou central à luta pela democracia, de
acordo com o governador. O monopólio das grandes empresas, no entanto,
ameaça a efetividade dessa liberdade. A quarta etapa, a “liberdade de
fazer circular livremente a opinião”, não é possível com esse monopólio.
“Não temos esse direito (de fazer circular a opinião)”, afirmou Tarso.
Para Tarso “mais de 80%” da programação de rádio e TV teria que sair do ar se a Constituição fosse respeitada. “Se esses artigos fossem aplicados de maneira séria, provavelmente mais de 80% dos programas que estão nas rádios e principalmente nas televisões teriam de sair do ar”, disse anteontem o governador, em referência a itens do artigo 221 da Constituição Federal, que trata da programação das emissoras de rádio e televisão.
“São programas que ou transformam em mercadoria a notícia ideologizada ou promovem a violência, o sexismo e a discriminação”, avaliou o governador. “O que se discute na esfera pública é controlado pelos meios de comunicação monopolizados”, acrescentou.
Apesar de haver na Constituição a proibição ao monopólio midiático, na prática é preciso criar um sistema de comunicação que não seja dependente dos financiamentos dos grandes grupos econômicos. O governador afirma que, ao contrário do que dizem os opositores da regulamentação midiática, ela não representa o fim da liberdade de expressão, mas sim o fim do monopólio. “Isso (o monopólio midiático) é uma vergonha para um país democrático”, afirmou Tarso.
Para exemplificar o que ele chamou de “ataque” da grande imprensa aos políticos, Tarso lembrou de dois casos nos quais, enquanto ministro, tomou decisões que foram na época duramente criticadas pela mídia. O primeiro foi o da criação do ProUni, projeto proposto por ele enquanto era ministro da Educação. Mais tarde, o mesmo aconteceu com a proposta da criação de cotas raciais nas universidades públicas. “Eu sofri uma campanha difamatória das grandes empresas, que diziam que eu estava sendo racista e que a medida iria baixar o nível das universidades. Havia uma clara campanha articulada contra o ProUni e contra as cotas por parte da mídia”, expôs o governador.
O segundo exemplo foi o caso de Cesare Battisti, a quem Tarso concedeu refúgio por entender que ele havia sofrido perseguição política na Itália, seu país de origem. “Battisti era um jovem militante revolucionário que tinha entrado em confronto com o governo nos anos de chumbo, como muitos de nós. Ele foi acusado sem provas”, afirmou. A grande mídia na época se referia a Battisti seguidamente como “terrorista”. “O mesmo foi feito no processo do mensalão”, disse Tarso, garantindo que não estava procurando defender os acusados. A questão, de acordo com ele, é que “os réus, antes do juiz proferir qualquer sentença, já tinham sido condenados pela mídia”.
Para o governador, o neoliberalismo, cujos defensores atacam a proposta de regulamentação da mídia, está em crise. Esse modelo, que propõe a privatização e a destituição do Estado, não se preocupa “com a real igualdade”, afirmou. “Existe um conflito entre os que acreditam no neoliberalismo e os que não compactuam com guerra, com o preconceito, com a violência e com a exclusão de quem está fora do mercado”. O desafio para o Brasil, de acordo com Tarso, é encontrar um modelo de desenvolvimento capaz de não isolar o país internacionalmente e, ao mesmo tempo, dar ao Estado soberania e autonomia, para que este não dependa das iniciativas privadas.
(PT no Senado, com informações do Sul21)
Para Tarso “mais de 80%” da programação de rádio e TV teria que sair do ar se a Constituição fosse respeitada. “Se esses artigos fossem aplicados de maneira séria, provavelmente mais de 80% dos programas que estão nas rádios e principalmente nas televisões teriam de sair do ar”, disse anteontem o governador, em referência a itens do artigo 221 da Constituição Federal, que trata da programação das emissoras de rádio e televisão.
“São programas que ou transformam em mercadoria a notícia ideologizada ou promovem a violência, o sexismo e a discriminação”, avaliou o governador. “O que se discute na esfera pública é controlado pelos meios de comunicação monopolizados”, acrescentou.
Apesar de haver na Constituição a proibição ao monopólio midiático, na prática é preciso criar um sistema de comunicação que não seja dependente dos financiamentos dos grandes grupos econômicos. O governador afirma que, ao contrário do que dizem os opositores da regulamentação midiática, ela não representa o fim da liberdade de expressão, mas sim o fim do monopólio. “Isso (o monopólio midiático) é uma vergonha para um país democrático”, afirmou Tarso.
Para exemplificar o que ele chamou de “ataque” da grande imprensa aos políticos, Tarso lembrou de dois casos nos quais, enquanto ministro, tomou decisões que foram na época duramente criticadas pela mídia. O primeiro foi o da criação do ProUni, projeto proposto por ele enquanto era ministro da Educação. Mais tarde, o mesmo aconteceu com a proposta da criação de cotas raciais nas universidades públicas. “Eu sofri uma campanha difamatória das grandes empresas, que diziam que eu estava sendo racista e que a medida iria baixar o nível das universidades. Havia uma clara campanha articulada contra o ProUni e contra as cotas por parte da mídia”, expôs o governador.
O segundo exemplo foi o caso de Cesare Battisti, a quem Tarso concedeu refúgio por entender que ele havia sofrido perseguição política na Itália, seu país de origem. “Battisti era um jovem militante revolucionário que tinha entrado em confronto com o governo nos anos de chumbo, como muitos de nós. Ele foi acusado sem provas”, afirmou. A grande mídia na época se referia a Battisti seguidamente como “terrorista”. “O mesmo foi feito no processo do mensalão”, disse Tarso, garantindo que não estava procurando defender os acusados. A questão, de acordo com ele, é que “os réus, antes do juiz proferir qualquer sentença, já tinham sido condenados pela mídia”.
Para o governador, o neoliberalismo, cujos defensores atacam a proposta de regulamentação da mídia, está em crise. Esse modelo, que propõe a privatização e a destituição do Estado, não se preocupa “com a real igualdade”, afirmou. “Existe um conflito entre os que acreditam no neoliberalismo e os que não compactuam com guerra, com o preconceito, com a violência e com a exclusão de quem está fora do mercado”. O desafio para o Brasil, de acordo com Tarso, é encontrar um modelo de desenvolvimento capaz de não isolar o país internacionalmente e, ao mesmo tempo, dar ao Estado soberania e autonomia, para que este não dependa das iniciativas privadas.
(PT no Senado, com informações do Sul21)
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