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02/05/2013
Transposição: Globo não
Saiu no Globo:
Letícia Lins, enviada especial (sic)
FLORESTA E CUSTÓDIA (PE) – Alvo de muita polêmica, idealizada nos tempos do Império (o primeiro projeto data de 1847), a transposição do Rio São Francisco, em implantação desde 2007, lembra hoje uma quilométrica passarela de retalhos na qual faltam costura e pedaços de tecido. Aguardada por quatro estados do Nordeste que amargam a maior seca dos últimos 40 anos, aquela que seria a rendição de 12 milhões de sertanejos não passa de um conjunto de canais desconectados, dutos enferrujados com ferros retorcidos e estação elevatória que parece um fantasma de concreto. Às margens da BR-316, no município de Floresta, a 439 quilômetros de Recife, duas colunas gigantescas servem de suporte para nada.
Como se sabe, recentemente, o Fantástico mentiu desbragadamente sobre a ferrovia Norte/Sul.
O Gilberto Freire com “i” (*) e o Ataulfo Merval de Paiva (**) fizeram uma divisão de tarefas.
Ataulfo assume a cadeira no Supremo e prende o Lula e o Dirceu – a hora da Dilma chegará…
Gilberto Freire desconstrói a obra do Lulilma.
(Segundo o testemunho insuspeito do Paulo Nogueira, na reunião semanal dos teólogos da Globo, Gilberto e Ataulfo disputavam ferozmente para ver quem concordava mais com um dos filhos do Roberto Marinho.)
Breve, as Organizações (?) Globo desfecharão uma campanha implacável para desconstruir todas as obras em andamento no Governo.
Não ficará pedra sobre pedra.
Como não foi possível provocar um apagão de energia, a inflação do tomate ou obrigar o Dirceu a se deixar algemar de cabeça baixa…
(Clique aqui para entender por que o Dirceu quer afastar o Barbosa; aqui para ver que, para o Supremo, os embargos não existem, já que a tarefa dele está cumprida e inscrita na História com os 18′ do jornal nacional.)
Como nada disso não foi possível, como o Lulilma resiste, apesar da SECOM e do Bernardão, a proposta é jogar uma bomba atômica em cada obra.
Colocar a editoria “o Brasil é uma m…” no ponto central da bancada, entre o Bonner e a Poeta.
Nada ficará de pé: do Minha Casa, da Norte/Sul, de Belo Monte ou da transposição do rio São Francisco.
Para oferecer ao amigo navegante elementos para entender a complexidade da transposição, o Conversa Afiada encomendou a Pedro II, autor original do projeto, algumas mal traçadas linhas, que se seguem:
02/05/2013
O Projeto de Integração do São Francisco (PISF) é um empreendimento de proporções e complexidade elevadas que vai garantir segurança hídrica a uma população de cerca de 12 milhões de pessoas no Nordeste brasileiro.
Trata-se do maior projeto hídrico brasileiro cuja proposta data do Segundo Império. Desde então todas as tentativas de implantação do projeto fracassaram. Apenas em 2007 a integração do Rio São Francisco, de fato teve início.
É natural e esperado que um projeto desse tipo, que busca responder de forma estruturada e definitiva a um problema histórico como a seca, depare-se com dificuldades ao longo de sua execução e que isso aumente o horizonte de execução das obras.
Em relação a isso, outros projetos de transposição pelo mundo dão uma mostra de quão estendidos podem ser os prazos de implantação. Nos Estados Unidos, o projeto Colorado-Big Thompson, de 240km, levou 21 anos até ser finalizado; a transposição Tejo-Segura, na Espanha, demorou 40 anos para ter os seus 242 km concluídos; os 150 km do Projeto Chavimochic, no Peru, foram executados ao longo de 10 anos.
Embora mais demorados, nenhum dos projetos mencionados se aproxima da grandeza dos eixos Norte e Leste da transposição do Rio São Francisco, que perfazem 469km de extensão nos mais variados terrenos geográficos do Nordeste brasileiro, alguns passíveis de obras mais rápidas e outros que exigem intervenções mais delicadas.
Vale dizer que a ingênua hipótese de um projeto como esse, construído de forma absolutamente linear (quer dizer realizar a obra em sequência: acabar trecho 1 para começar o 2 e assim sucessivamente) aumentaria em alguns anos o prazo de execução das obras, que teriam de ser interrompidas sempre que fosse encontrada alguma dificuldade não antecipada. A imagem pejorativamente qualificada de “quilométrica passarela de retalhos na qual faltam costura e pedaços de tecido”, nada mais é do que diferentes frentes de obras simultâneas, que contribuem para uma antecipação do prazo de conclusão do projeto como um todo e não o contrário.
Hoje, o Projeto de Integração do São Francisco encontra-se num novo momento de execução.
O Eixo Norte, que tinha 26% dos seus 252 km executados em dezembro de 2012, está hoje com 36% já concluídos, enquanto o Eixo Leste, de 217 km, está com 52% de execução.
Mais importante do que o percentual de execução é o fato de, hoje, os 16 lotes que formam as seis metas de execução do projeto – três no Eixo Leste e três no Eixo Norte – estarem em obras em obras ou com seus problemas já solucionados.
Deles, um já foi finalizado e 11 estão em obras. Os cinco lotes ainda com obras suspensas terão as licitações de serviços remanescentes lançadas ainda em maio, o que possibilitará a retomada das obras no início do próximo semestre.
Com isso, até o final de 2014, parcelas significantes tanto do Eixo Leste quanto do Eixo Norte já estarão funcionando, possibilitando o abastecimento de água à população nordestina. E até o final de 2015, ambos os eixos atualmente em obras estarão plenamente concluídos.
A retomada do ritmo das obras já se faz sentir também no contingente de trabalhadores empregados. Hoje, cerca de 4.500 pessoas estão mobilizadas com o projeto, 3.300 delas apenas nas obras civis.
Com a retomada e o aumento de ritmo nas obras de todos os lotes, a expectativa é que esse número chegue a aproximadamente 6 mil trabalhadores até meados do ano e aumente ainda mais até o final de 2013.
Esta é uma obra complexa, mas está em plena execução: não existe nenhum fantasma de concreto.
Existe uma grande obra em pleno andamento, fiscalizada por todos órgãos de controle, inclusive por uma comissão do Senado que tem visitado a obra mensalmente.
Como qualquer outra obra em andamento, não é possível ter seu uso antes da conclusão, ou antes, de uma etapa concluída.
O lado positivo das críticas ao atraso das obras do PISF é que elas demonstram que hoje há um consenso: a obra é importante e deve ser concluída.
Já houve tempo em que a obra foi amplamente questionada, recebeu críticas e havia duvidas quanto à sua realização.
Hoje, sobrevivem apenas os especialistas em “quanto pior melhor”, os céticos profissionais e os de má-fé.
Assinado:
Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.
(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.
(**) Até agora, Ataulfo de Paiva era o mais medíocre dos imortais da história da Academia Brasileira de Letras. Tão mediocre, que, ao assumir, o sucessor, José Lins do Rego, rompeu a tradição e, em lugar de exaltar as virtudes do morto, espinafrou sua notoria mediocridade.
Transposição: Globo não
verte uma gota de verdade
Do Conversa Afiada - Publicado em 02/05/2013
A obra se conclui em 2015, quando a Globo também estará fazendo água.
Saiu no Globo:
Transposição do São Francisco não rende ainda uma gota d’água
Obra idealizada no Império, que vai beneficiar quatro estados do Nordeste, avança lentamente
Letícia Lins, enviada especial (sic)
FLORESTA E CUSTÓDIA (PE) – Alvo de muita polêmica, idealizada nos tempos do Império (o primeiro projeto data de 1847), a transposição do Rio São Francisco, em implantação desde 2007, lembra hoje uma quilométrica passarela de retalhos na qual faltam costura e pedaços de tecido. Aguardada por quatro estados do Nordeste que amargam a maior seca dos últimos 40 anos, aquela que seria a rendição de 12 milhões de sertanejos não passa de um conjunto de canais desconectados, dutos enferrujados com ferros retorcidos e estação elevatória que parece um fantasma de concreto. Às margens da BR-316, no município de Floresta, a 439 quilômetros de Recife, duas colunas gigantescas servem de suporte para nada.
Como se sabe, recentemente, o Fantástico mentiu desbragadamente sobre a ferrovia Norte/Sul.
NAVALHA
O Gilberto Freire com “i” (*) e o Ataulfo Merval de Paiva (**) fizeram uma divisão de tarefas.
Ataulfo assume a cadeira no Supremo e prende o Lula e o Dirceu – a hora da Dilma chegará…
Gilberto Freire desconstrói a obra do Lulilma.
(Segundo o testemunho insuspeito do Paulo Nogueira, na reunião semanal dos teólogos da Globo, Gilberto e Ataulfo disputavam ferozmente para ver quem concordava mais com um dos filhos do Roberto Marinho.)
Breve, as Organizações (?) Globo desfecharão uma campanha implacável para desconstruir todas as obras em andamento no Governo.
Não ficará pedra sobre pedra.
Como não foi possível provocar um apagão de energia, a inflação do tomate ou obrigar o Dirceu a se deixar algemar de cabeça baixa…
(Clique aqui para entender por que o Dirceu quer afastar o Barbosa; aqui para ver que, para o Supremo, os embargos não existem, já que a tarefa dele está cumprida e inscrita na História com os 18′ do jornal nacional.)
Como nada disso não foi possível, como o Lulilma resiste, apesar da SECOM e do Bernardão, a proposta é jogar uma bomba atômica em cada obra.
Colocar a editoria “o Brasil é uma m…” no ponto central da bancada, entre o Bonner e a Poeta.
Nada ficará de pé: do Minha Casa, da Norte/Sul, de Belo Monte ou da transposição do rio São Francisco.
Para oferecer ao amigo navegante elementos para entender a complexidade da transposição, o Conversa Afiada encomendou a Pedro II, autor original do projeto, algumas mal traçadas linhas, que se seguem:
Projeto de Integração do Rio São Francisco
02/05/2013
O Projeto de Integração do São Francisco (PISF) é um empreendimento de proporções e complexidade elevadas que vai garantir segurança hídrica a uma população de cerca de 12 milhões de pessoas no Nordeste brasileiro.
Trata-se do maior projeto hídrico brasileiro cuja proposta data do Segundo Império. Desde então todas as tentativas de implantação do projeto fracassaram. Apenas em 2007 a integração do Rio São Francisco, de fato teve início.
É natural e esperado que um projeto desse tipo, que busca responder de forma estruturada e definitiva a um problema histórico como a seca, depare-se com dificuldades ao longo de sua execução e que isso aumente o horizonte de execução das obras.
Em relação a isso, outros projetos de transposição pelo mundo dão uma mostra de quão estendidos podem ser os prazos de implantação. Nos Estados Unidos, o projeto Colorado-Big Thompson, de 240km, levou 21 anos até ser finalizado; a transposição Tejo-Segura, na Espanha, demorou 40 anos para ter os seus 242 km concluídos; os 150 km do Projeto Chavimochic, no Peru, foram executados ao longo de 10 anos.
Embora mais demorados, nenhum dos projetos mencionados se aproxima da grandeza dos eixos Norte e Leste da transposição do Rio São Francisco, que perfazem 469km de extensão nos mais variados terrenos geográficos do Nordeste brasileiro, alguns passíveis de obras mais rápidas e outros que exigem intervenções mais delicadas.
Vale dizer que a ingênua hipótese de um projeto como esse, construído de forma absolutamente linear (quer dizer realizar a obra em sequência: acabar trecho 1 para começar o 2 e assim sucessivamente) aumentaria em alguns anos o prazo de execução das obras, que teriam de ser interrompidas sempre que fosse encontrada alguma dificuldade não antecipada. A imagem pejorativamente qualificada de “quilométrica passarela de retalhos na qual faltam costura e pedaços de tecido”, nada mais é do que diferentes frentes de obras simultâneas, que contribuem para uma antecipação do prazo de conclusão do projeto como um todo e não o contrário.
Hoje, o Projeto de Integração do São Francisco encontra-se num novo momento de execução.
O Eixo Norte, que tinha 26% dos seus 252 km executados em dezembro de 2012, está hoje com 36% já concluídos, enquanto o Eixo Leste, de 217 km, está com 52% de execução.
Mais importante do que o percentual de execução é o fato de, hoje, os 16 lotes que formam as seis metas de execução do projeto – três no Eixo Leste e três no Eixo Norte – estarem em obras em obras ou com seus problemas já solucionados.
Deles, um já foi finalizado e 11 estão em obras. Os cinco lotes ainda com obras suspensas terão as licitações de serviços remanescentes lançadas ainda em maio, o que possibilitará a retomada das obras no início do próximo semestre.
Com isso, até o final de 2014, parcelas significantes tanto do Eixo Leste quanto do Eixo Norte já estarão funcionando, possibilitando o abastecimento de água à população nordestina. E até o final de 2015, ambos os eixos atualmente em obras estarão plenamente concluídos.
A retomada do ritmo das obras já se faz sentir também no contingente de trabalhadores empregados. Hoje, cerca de 4.500 pessoas estão mobilizadas com o projeto, 3.300 delas apenas nas obras civis.
Com a retomada e o aumento de ritmo nas obras de todos os lotes, a expectativa é que esse número chegue a aproximadamente 6 mil trabalhadores até meados do ano e aumente ainda mais até o final de 2013.
Esta é uma obra complexa, mas está em plena execução: não existe nenhum fantasma de concreto.
Existe uma grande obra em pleno andamento, fiscalizada por todos órgãos de controle, inclusive por uma comissão do Senado que tem visitado a obra mensalmente.
Como qualquer outra obra em andamento, não é possível ter seu uso antes da conclusão, ou antes, de uma etapa concluída.
O lado positivo das críticas ao atraso das obras do PISF é que elas demonstram que hoje há um consenso: a obra é importante e deve ser concluída.
Já houve tempo em que a obra foi amplamente questionada, recebeu críticas e havia duvidas quanto à sua realização.
Hoje, sobrevivem apenas os especialistas em “quanto pior melhor”, os céticos profissionais e os de má-fé.
Assinado:
Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.
(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.
(**) Até agora, Ataulfo de Paiva era o mais medíocre dos imortais da história da Academia Brasileira de Letras. Tão mediocre, que, ao assumir, o sucessor, José Lins do Rego, rompeu a tradição e, em lugar de exaltar as virtudes do morto, espinafrou sua notoria mediocridade.
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