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Deixemos
de lado, por um momento, o questionável financiamento público de
estádios que em seguida serão privatizados, na repetição dessa
instituição nacional que é privatizar o lucro e socializar o prejuízo. O
sucesso de estádios como o Maracanã e o Mané Garrincha cala fundo na
alma dos fracassomaníacos, já que contraria a ideia de razoável parcela
de nossa elite segundo a qual o povo brasileiro é uma droga, ganha mais
do que deveria, é um peso a ser carregado. Essa ideia está incrustrada
profundamente no pensamento nacional e foi plenamente assimilada pelo
próprio povão. "Branquear" a população importando europeus e atribuir
"preguiça" aos baianos que ajudaram a construir São Paulo são dois
exemplos que expressam a mesma ideia subjacente, de que o povo que temos
não presta. Herdamos isso do "cientificismo" que acompanhou a
colonização europeia da África: a pseudociência da craniometria
sustentava que o negro era inferior por ter cérebro menor. A
universidade que forjou boa parte da elite paulista, a USP, bebeu na
matriz francesa e incubou os ares de superioridade intelectual e
condescendência em relação aos pardos e pretos, no caso deles do além
mar, em nosso caso das periferias. Aguardem as múltiplas crises de 2014,
do caos aéreo à perda de malas, da violência contra turistas à falta de
gandulas, para não falar naquele pênalti perdido por Dilma e os
mensaleiros petistas.
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