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29/07/2013
Marina é a salvação (dos conservadores)
Do Observatório da Imprensa - 26/07/2013
Por Cleyton Domingos da Silva em 25/06/2013 na edição 752
Quando a oportunidade está presente e dissociada dos impactos mais
visíveis, um grupo que toma conta do senso comum faz da legitimidade
lucro. Mas até quando? A complacência de setores midiáticos – que
dependem do establishment – junto às manifestações das últimas
duas semanas, é vis cruzamentos do interesse legitimo de uma sociedade
que cobra por melhore serviço públicos associados com a impetuosa
demonstração da força sintomática dos media (que trouxe a baila a
fraqueza e a inadequação temporal dos partidos políticos: obviamente o
mais depreciado é o PT. Mas sobrou pra todos, de um modo mais sutil, mas
para todos).
É bom deixar claro que também campos midiáticos de correntes políticas independentes merecem uma avaliação mais crítica sobre o âmago da questão levantada, que é tirar vantagem lucrativa, mais até que a ideológica. Deste ponto de vista, existem palavras utilizadas como mera semântica, descontextualizadas dos fatos, e aparentam mais do que a realidade impõe.
Cabe ressaltar que o movimento causado pelas manifestações já é uma curva no sistema político nacional. Os partidos souberem legitimar com eficiência as diversidades de demandas, obviamente colheram os votos dos “sem bolsa”, e assim a inerte oposição tem mais chances na aventura da candidatura presidencial de 2014. Parece-me que a revolução é uma percepção descartada dentre os manifestantes.
Dilma e os internautas
Quando redes de TVs, jornais entre outros setores midiático buscam mostrar – de qualquer forma – que o movimento das ruas é pacífico e grita: Sem partido!, Sem partido!, pronto, o serviço está feito! O caldo de cultura que queria desestabilizar o governo federal conseguiu atingir sua meta, mesmo com arranhões no PSDB, principalmente de São Paulo e de Minas Gerais.
Diria que uma chapa encabeçada por Marina Silva tornou-se uma opção poderosa contra a presidente Dilma Rousseff (não apenas por causa da pesquisa do Datafolha entre os manifestantes), mas, sobretudo, porque pode ser apoiada sem causar vergonha tanto pelos conservadores da mídia quanto por evangélicos, empresários, para mais além, até com a ressonância entre os eleitores pobres (sempre mais fiéis ao PT).
O governo federal, na figura da presidente, tem grande poder de manobra para catalisar as mensagens das manifestações e cooptar apoios dentre a margem de eleitores articulados com a classe C, que é quem decide uma eleição presidencial. Contudo, é imprescindível uma ação afirmativa que a relacione com o povo da internet, se isso não for feito logo não vejo nenhuma chance de reeleição. Acredito que a relação permanente de confiança estabelecida entre Dilma e os internautas chega a ser tão importante quanto a “afinidade” com o PMDB.
Propaganda espontânea
Está muito claro que os protestos têm data para terminar, final da Copa das Confederações. Ao menos para a grande cobertura midiática. A margem de erro se dá pela visita do papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude e, mesmo com manifestações, acredito que só a Record pregará a desordem.
Depois desse intenso desgaste dos partidos e dos políticos, a mídia vai dar um jeitinho de recompor as forças e lançar sua candidatura. Antes da Copa do Mundo de 2014, para ter em que se apoiar no grande desgaste de Dilma durante a Copa, ou alguma alma acha que não haverá os protestos, talvez com mais força e razão?
O que é uma armadilha para Marina, lançada à presidência (sem a reforma política, tão propalada quanto rechaçada entre os políticos), é uma válvula de escape para os mass media, mantendo o status quo e pousando de salvadores da nação.
É no mínimo engraçado o contrassenso do qual a luta por condições de transporte público sem o aumento tarifas tenha se tornado uma superpotência por um slogan criado por uma agência de fabrica de carros. Nunca havia visto uma propaganda espontânea tão bem-sucedida. A montadora deveria dar um desconto para quem participou das manifestações.
***
Cleyton Domingos da Silva é estudante de Jornalismo
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PITACO DO ContrapontoPIG
É bom deixar claro que também campos midiáticos de correntes políticas independentes merecem uma avaliação mais crítica sobre o âmago da questão levantada, que é tirar vantagem lucrativa, mais até que a ideológica. Deste ponto de vista, existem palavras utilizadas como mera semântica, descontextualizadas dos fatos, e aparentam mais do que a realidade impõe.
Cabe ressaltar que o movimento causado pelas manifestações já é uma curva no sistema político nacional. Os partidos souberem legitimar com eficiência as diversidades de demandas, obviamente colheram os votos dos “sem bolsa”, e assim a inerte oposição tem mais chances na aventura da candidatura presidencial de 2014. Parece-me que a revolução é uma percepção descartada dentre os manifestantes.
Dilma e os internautas
Quando redes de TVs, jornais entre outros setores midiático buscam mostrar – de qualquer forma – que o movimento das ruas é pacífico e grita: Sem partido!, Sem partido!, pronto, o serviço está feito! O caldo de cultura que queria desestabilizar o governo federal conseguiu atingir sua meta, mesmo com arranhões no PSDB, principalmente de São Paulo e de Minas Gerais.
Diria que uma chapa encabeçada por Marina Silva tornou-se uma opção poderosa contra a presidente Dilma Rousseff (não apenas por causa da pesquisa do Datafolha entre os manifestantes), mas, sobretudo, porque pode ser apoiada sem causar vergonha tanto pelos conservadores da mídia quanto por evangélicos, empresários, para mais além, até com a ressonância entre os eleitores pobres (sempre mais fiéis ao PT).
O governo federal, na figura da presidente, tem grande poder de manobra para catalisar as mensagens das manifestações e cooptar apoios dentre a margem de eleitores articulados com a classe C, que é quem decide uma eleição presidencial. Contudo, é imprescindível uma ação afirmativa que a relacione com o povo da internet, se isso não for feito logo não vejo nenhuma chance de reeleição. Acredito que a relação permanente de confiança estabelecida entre Dilma e os internautas chega a ser tão importante quanto a “afinidade” com o PMDB.
Propaganda espontânea
Está muito claro que os protestos têm data para terminar, final da Copa das Confederações. Ao menos para a grande cobertura midiática. A margem de erro se dá pela visita do papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude e, mesmo com manifestações, acredito que só a Record pregará a desordem.
Depois desse intenso desgaste dos partidos e dos políticos, a mídia vai dar um jeitinho de recompor as forças e lançar sua candidatura. Antes da Copa do Mundo de 2014, para ter em que se apoiar no grande desgaste de Dilma durante a Copa, ou alguma alma acha que não haverá os protestos, talvez com mais força e razão?
O que é uma armadilha para Marina, lançada à presidência (sem a reforma política, tão propalada quanto rechaçada entre os políticos), é uma válvula de escape para os mass media, mantendo o status quo e pousando de salvadores da nação.
É no mínimo engraçado o contrassenso do qual a luta por condições de transporte público sem o aumento tarifas tenha se tornado uma superpotência por um slogan criado por uma agência de fabrica de carros. Nunca havia visto uma propaganda espontânea tão bem-sucedida. A montadora deveria dar um desconto para quem participou das manifestações.
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Cleyton Domingos da Silva é estudante de Jornalismo
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PITACO DO ContrapontoPIG
Será ?
Só resta a direita repetir a palhaçada e entregar a vassoura de Jânio para Marina em 2014
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Marina Silva está fada a passar para a história, como uma laranja de duplo bagaço chupado e rê-chupado cortada ao meio, levada num saco de lixo pela enxurrada a atolar um bueiro numa grande enchente até decompor-se na vala comum dos podres de caráter.
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