terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Contraponto 15.560 - "Contra golpismo, Dilma quer multidão na posse"

O plano do PT é mostrar, com uma grande festa de posse, que o governo tem o apoio popular em meio a manifestações que defendem o impeachment e a intervenção militar no País, convocadas inclusive por líderes da oposição, como o candidato derrotado Aécio Neves e o senador Aloysio Nunes. No último protesto, no fim de semana, José Serra esteve presente.

O ato também pretende assegurar, ao dar continuidade ao clima que elegeu Dilma no segundo turno, que o início do segundo mandato não seja prejudicado, por exemplo, pelo desgaste causado ao governo com as investigações da Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção em contratos da Petrobras.

Os aliados do governo reconhecem, no entanto que o momento é bem diferente do vivenciado na posse do primeiro mandato. Dilma recebeu de Lula um País cujo crescimento médio foi de 4,6% no segundo mandato do antecessor. O PIB médio da petista deverá ser de 1,64%.

Outro ponto é o ajuste fiscal necessário para o próximo ano, que será ainda maior em relação ao PIB do que o praticado pelo então ministro da Fazenda Antonio Palocci no primeiro ano do governo Lula.

A relação com os aliados no Congresso Nacional é mais uma dificuldade. Justamente em um período em que o governo precisa como nunca dos parlamentares para aprovar reformas e medidas econômicas prometidas na campanha, Dilma pode ter na presidência da Câmara o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, apesar de ser do principal aliado do governo, o PMDB, está mais para adversário do que amigo do Planalto.

Por essas razões o ato se torna tão importante. Um movimento petista quer fazer dele, por exemplo, um marco de reaproximação com os movimentos sociais, após reclamações de distância da presidente Dilma em comparação com a gestão de Lula.

Os relatos são de que operários já trabalham e estão prestes a concluir a montagem do parlatório para a posse, em Brasília, onde Dilma discursou durante 12 minutos em 2010, pouco mais de dois meses depois de ter vencido as eleições.
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