segunda-feira, 2 de março de 2015

Contraponto 16.180 - "Stédile defende Lula, convoca o povo às ruas e diz que a direita usa a mídia e o Congresso para fazer chantagem"

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02/03/2015


Stédile defende Lula, convoca o povo às ruas e diz que a direita usa a mídia e o Congresso para fazer chantagem


Viomundo - publicado em 02 de março de 2015 às 18:08


pedro-stedile
Da Redação

O jornalista Ricardo Noblat, em coluna publicada pelo jornal O Globo, escreveu que o ex-presidente Lula está se tornando “uma forte ameaça à democracia”.

Disse o preposto dos irmãos Marinho:
Para o bem ou para o mal, este país carregará na sua história a marca indelével de um ex-retirante nordestino miserável, agora um milionário lobista de empreiteiras, que disputou cinco eleições presidenciais, ganhou duas vezes e duas vezes elegeu uma sem voto, sem carisma e sem preparo para governar.
Para justificar sua opinião,  Noblat citou o discurso no qual Lula falou em convocar o “exército” do MST para defender a Petrobras nas ruas.

Como se sabe, os irmãos Marinho tem pregado à exaustão, em editoriais, a discussão sobre a privatização da Petrobras, o fim do regime de partilha e da política de conteúdo nacional.

Sintonizado com eles, o senador José Serra defendeu, em entrevista ao UOL, o fatiamento da Petrobras e a saída da empresa de áreas não ligadas diretamente à exploração do petróleo.

A direita argumenta que a Petrobras perdeu a capacidade de investir e, portanto, o encolhimento de suas atividades seria a única saída.

A possibilidade de uma reação popular convocada por Lula é, nos dias de hoje, um dos poucos temores da direita em sua campanha pelo impeachment de Dilma que, lá adiante, poderia levar à retomada dos planos para fazer da Petrobras a Petrobrax.

Uma coisa não leva necessariamente à outra, mas não faltará apoio externo à elite que pretende entregar o filé mignon do pré-sal.

Diante disso, fizemos uma única pergunta, muito simples, àquele que foi convocado por Lula para levar os Sem Terra às ruas, o coordenador-geral do MST.

Viomundo: Lula é uma ameaça à democracia por convocar o povo para ir às ruas, o que inclui o MST?

João Pedro Stédile: Lula é um lider popular, legitimado pelos movimentos populares em que se envolveu nos últimos 30 anos e pelas vitorias eleitorais de 2002 a 2014.
Pedir pro povo ir à rua, incluindo os militantes do MST, faz parte de um direito legítimo e necessario para a democracia participativa, que toda sociedade deve ter.

Quem tem medo da democracia participativa e das ruas sempre foram a direita, os reacionários, os privilegiados, que ao longo do seculo 20, na História do Brasil, sempre que se assustaram com avanços populares apelaram aos militares e a processos golpistas, como foi na Republica Velha — em 37, 54 e 64 — e em 1984, impedindo as Diretas já.

Estamos vivendo um momento político em que a maioria da população votou na reeleição da Dilma. E votou com clara intenção de que deveriam haver mudanças estruturais no pais, para melhorar as condiçoes de vida da população.

Mudanças na política, com uma reforma politica que devolva ao povo a democracia, com a convocação de uma assembleia constituinte. Por que não querem convocar um plebiscito popular sobre isso?

Uma reforma tributária, que penalize os milionários, entre eles os 8667 que desviaram R$ 14 bilhões pro Exterior apenas via HSBC.

Uma reforma educacional que de fato garanta investimentos de 10% do PIB para acesso de todos os jovens à universidade — e não apenas os atuais 15%.

E uma reforma urbana que garantia moradia popular e transporte de qualidade aos trabalhadores.
A burguesia, as elites, a direita, eles não querem nenhuma reforma. Ao contrário, querem voltar às politicas neoliberais, como ficou claro no debate sobre a Petrobras nas propostas dos senadores José Serra e Aloysio Nunes.

Por isso estão usando os meios de comunicação sobre os quais tem controle total, e o Congresso para chantegear o governo e impor derrotas ao povo, pois não se conformam com o resultado eleitoral.
Por tudo isso, o povo precisa ir às ruas para lutar pelas reformas, começando pela reforma política, única maneira de combater a causa da corrupção, que envolve a maioria dos políticos.

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