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.06/03/2015
Lava Jato oscila entre a megalomania e a obsessão, por J. Carlos de Assis
Patologia da Lava Jato oscila entre a megalomania e a obsessão
Há fortes indícios de que o Procurador Geral da República, o pequeno grupo de promotores federais que o cerca, o juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, e vários outros juízes espalhados pelo Brasil estejam sendo vítimas de uma patologia psiquiátrica denominada megalomania, pela qual se sentem donos do mundo e dos destinos pessoais de cada cidadão que lhes caia nas garras. Não estou falando em termos metafóricos. Estou dizendo que provavelmente são ou megalômanos ou obsessivos patológicos, casos de internação.
Cheguei a essa conclusão depois de ler o artigo “Juízes fora da lei”, do jurista e professor Luiz Flávio Gomes, publicado no último domingo no jornal carioca “Monitor Mercantil”. Um parênteses: esse jornal, praticamente sozinho, compensa o lixo preconceituoso, parcial e golpista despejado por “O Globo” no Rio de Janeiro e no Brasil a cada uma de suas edições; trata-se de um refúgio de intelectuais progressistas que jamais serão publicados por jornais como “Valor”, que recuou um artigo em defesa da Engenharia Nacional pelo presidente do Clube de Engenharia, Francis Boghosian, e revistas como “Veja”, “Isto É” e “Época”, todas de cunho abertamente fascista.
Permita-me o jurista citar um trecho de seu artigo: “Na magistratura brasileira (como em todos os lugares do planeta) há juízes de todo tipo (honestos, venais, ladrões, negligentes, aristocratas etc.) Os honestos e trabalhadores são os mais atingidos indiretamente em sua honra diante dos atos e omissões dos juízes pouco ortodoxos (fora da lei).
Nesta última categoria há de tudo: juiz que usa carro apreendido para ser leiloado (carro de Eike Batista), que dá ´carteirada´ e prende a funcionária do trânsito mesmo estando com seu veículo irregular, que prende funcionárias de companhia aérea depois de ter perdido o horário de voo, que maliciosa ou negligentemente guarda o processo, sobretudo de réus importantes (deputados, por exemplo) nas gavetas até chegar a prescrição, que afasta de suas funções outro juiz por ser “garantista das garantias constitucionais” (tribunal de São Paulo), que mora em apartamento funcional do Senado em Brasília pagando aluguel simbólico, ou seja, muito abaixo do mercado (esse conúbio entre o Senado presidido por um político processado criminalmente e ministros de tribunais superiores não é uma coisa boa para o país), que recebe imoralmente auxílio moradia mesmo tendo imóvel para morar (recebe um tipo de aluguel por ocupar o seu próprio imóvel), que se declara solidário a réu preso por suspeita de corrupção (caso Gilmar Mendes e o ex-governador de Mato Grosso divulgado pela Época), que é condenado por corrupção por vender sentenças (caso recente em SP e vários outros estados – mais de 100 juízes já foram punidos pelo CNJ) etc.”
(Remeto o restante do artigo, imperdível, ao próprio “Monitor” do último domingo ou a seu site na internet, no qual nós, progressistas, costumamos publicar os nossos artigos.)
Voltemos à patologia da Lava Jato. Conversei a respeito com um competente psiquiatra do Rio, dr. Lúcio Simões de Lima. Ele alega responsavelmente que não é possível fazer diagnósticos psiquiátricos à distância sem um confronto direto com o paciente, mas reconhece indícios de comportamento obsessivo do juiz e dos procuradores da Lava Jato. Há no caso um componente sutil: o megalomaníaco típico, quando se trata disso, não tem poderes reais; só imaginários. O grupo em foco, megalomaníaco ou obsessivo, tem poderes ilimitados, e é isso que preocupa.
Um maníaco sem poder só fere a si mesmo. Um maníaco com poderes ilimitados é uma ameaça para a sociedade e para o mundo. O juiz Moro, Janot e os outros promotores tem poderes ilimitados, garantidos pela Constituição. Quando esta última foi feita, pensava-se em libertar a Justiça e seus órgãos das teias do regime autoritário que a precedera. Como ocorre sempre na dialética histórica, se você sai de uma posição de ultra direita você acaba caindo numa de ultra esquerda, e foi justamente o que aconteceu. A Justiça, a Promotoria Pública, a Polícia Federal, todas cúmplices da ditadura, viraram, na democracia, um núcleo ditatorial.
Os promotores e o juiz da Lava Jata querem destruir as empresas brasileiras de construção. Eles não se satisfazem em punir os empreiteiros. Querem sangue. Querem 500 mil empregos diretos de trabalhadores. Querem suspender os pagamentos da Petrobrás e seus investimentos, quebrando a cadeia de recebimentos e pagamentos na economia. Querem literalmente parar o Brasil em nome do combate a uma corrupção que, na essência, é uma corrupção delimitada em termos reais, e de suas almas em termos metafóricos. Lembre-se que a mulher de Moro é assessora do PSDB e dois promotores da Lava Jato estavam na campanha de Aécio!
J. Carlos de Assis - Jornalista, economista e professor, autor de mais de 20 livros sobre Economia Política brasileira.
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