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24/03/2015
Dilma 2: sem racionamento e sem rebaixamento
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Apesar do mau humor de parte da população,
expresso nas manifestações do último dia 15 de março, duas notícias de
ontem, destacadas nas manchetes da Folha de S. Paulo e do Valor
Econômico desta terça-feira, apontam que a direção do segundo governo
Dilma é a correta; de um lado, há a decisão da agência Standard &
Poors, que manteve o Brasil como bom pagador e na condição de "grau de
investimento", em razão da determinação em aplicar o ajuste fiscal; de
outro, relatórios de bancos de investimento, destacados pelo Valor,
apontam que o risco de racionamento de energia é cada vez menor, em
razão não só do regime de chuvas, mas também da redução do consumo em
razão de tarifas maiores; com energia e uma boa classificação de risco, o
Brasil está mais apto a retomar o crescimento, apesar da histeria de
quem aposta no quanto pior, melhor
247 - Apesar de
todo o massacre recente dos meios de comunicação, que contribuiu para o
mau humor da população que se viu nas manifestações de 15 de março, o
segundo governo Dilma tem dois motivos para comemoração – e eles estão
nas manchetes desta terça-feira da Folha de S. Paulo e do jornal Valor
Econômico.
A Folha destaca a decisão da agência
internacional de risco Standard & Poors de manter a nota atribuída
ao Brasil, que está nos países considerados bons pagadores, ou seja, com
grau de investimento. A agência avalia que o ajuste fiscal capitaneado
pelo ministro Joaquim Levy, da Fazenda, é sólido e conta com apoio
integral da presidente Dilma, que, ontem, reuniu vários ministros para
defender a redução de gastos. "É preciso gastar mais com o Brasil do que
com Brasília", disse ela. A S&P também avalia que o ajuste passará
no Congresso, apesar dos problemas de articulação com a base aliada.
O Valor Econômico, por sua vez,
publica relatórios de bancos de investimento, como o JP Morgan, que
consideram cada vez mais remoto o risco de racionamento de energia no
Brasil, em 2015 – ideia defendida, em entrevista deste fim de semana,
pelo economista Armínio Fraga (ex-futuro-ministro da Fazenda de Aécio
Neves). Segundo o JP Morgan, o racionamento será evitado não apenas
porque o regime hidrológico melhorou, ou seja, choveu mais, mas também
porque o aumento recente na conta de luz desincentivou o consumo,
gerando mudanças no comportamento dos brasileiros.
Sem rebaixamento e sem racionamento,
o Brasil estará mais apto a atravessar com mais rapidez o período de
ajustes, podendo atrair investimentos e voltar a crescer antes do que se
imagina. Segundo o ministro Nelson Barbosa, a economia já estará
crescendo no terceiro trimestre deste ano.
Ainda que de forma não assumida, o
"quanto pior, melhor" era uma das apostas da oposição. O ex-governador
paulista Alberto Goldman defendeu, em artigo publicado na Folha, que a
deterioração das condições econômicas seriam uma das condições para um
eventual impeachment.
Com a nota de risco mantida e a
hipótese de racionamento afastada, o tema mais urgente, agora, é evitar o
colapso do setor de infraestrutura e da indústria naval, que vem sendo
provocado pela Operação Lava Jato.
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