O governo vai retomando não só a iniciativa, mas boas iniciativas:
1) Renato Janine no MEC reaproxima governo de intelectuais (em tempos de fundamentalismo e obscurantismo, vide o
#SomosTodosAVC), e representa uma visão mais ampla da educação (nenhum passo atrás imposto à nação ante o "Chega de Paulo Freire);
2) Edinho Silva na SECOM é uma visão
política e estratégica de relações com as mídias (o oligopólio, as
regionais, a blogsfera), superando a noção de "assessoria de encrenca";
3) Michel Temer e Eliseu Padilha no
núcleo político, Henrique Alves no Turismo e Vinícius Lages no
Integração Nacional, é a recomposição com o aliado fundamental PMDB;
4) A negociação com as centrais e
governadores do Nordeste em torno do ajuste fiscal, com as agências de
risco sobre a economia brasileira, e com o Congresso sobre a tabela do
Imposto de Renda, retomam o compromisso do amplo diálogo, presente no
Discurso da Vitória, refazendo pactos e dirimindo conflitos;
5) O ministro da Secretaria Geral,
Miguel Rossetto, em artigo ao Globo,há dois dias, confirmou que a
Reforma Política segue na pauta e, melhor ainda, é a alternativa de
superação para o escândalo fabricado da Lava-Jato, perfilando coerência,
a firmeza programática e LINHA;
6) A presidenta, em cadeia nacional,
definiu o conceito do ajuste: não é fim em si mesmo e serve à uma
travessia rápida após a defesa de empregos e salários feita por meio dos
instrumentos estatais. É bom que isso também entre nos argumentos: não
tem estelionato algum;
7) O discurso demissionário de Cid
Gomes demarcou um campo importante: há diálogo e repactuação, mas há
também limites. Aliás, o discurso e os vetos presidenciais à legislação
aprovada sobre criação de novos partidos;
8) Rodrigo Janot foi acionado
oficialmente para investigar Aécio, por causa da lista de Furnas. Pode
ter sido ruim para a aliança, mas é fato que Renan Calheiros e Eduardo
Cunha estão na lista do PGR sobre a Lava-Jato. Isso limita o ímpeto da
oposição e de eventuais tentativas de desestabilização, impõe o acordo e
inibe a corrupção estrutural;
9) Se a proibição ao financiamento
privado sair pelas mãos do Supremo, a fisiologia e os que
verdadeiramente se abastecem do dinheiro privado (porque empresas doarem
ao PT se explica, geramos novas rotas comerciais, emprego, renda e,
logo, consumo, produção e...mercados e lucros, mas ao PSDB que gerou
desemprego e recessão...) estarão "achacados". E isso está no tenso jogo
por de trás das coxias;
10) Se o ajuste funcionar, as
marchas serão ainda mais "majoritariamente compostas por não-eleitores
da presidenta" (Miguel Rossetto), pois as pesquisas mostraram que o povo
foi contaminado pelo pessimismo com o emprego e poder de compra do
salário, não pelo "Vá para Cuba";
11) Por falar em emprego e salário, a
presidenta botou a pá de cal na tentativa de sacrificar o salário
mínimo no terrorismo político inflacionário: reafirmou a Política de
Valorização do Salário Mínimo. Sinal bom, que reforça o que ela já
dissera: "não vamos trair os compromissos com a classe trabalhadora";
12) Já houve determinação para o
destravamento do Fies, Pronatec e a CAIXA vai lançar o Minha Casa, Minha
Vida 3. Com Barack Obama, um conjunto de parcerias comerciais
pragmáticas serão estabelecidas. Economia e inclusão vão girar e
inquietudes se acomodarão.
13) Este conjunto de coisas parece
dar razão a Jaques Wagner, ao dizer que ele já viu governos em situação
pior se recuperarem. Ele fala por si, em certos momentos na Bahia, e se
elegeu, reelegeu e fez o sucessor sempre no primeiro turno, desancando o
carlismo, que não é qualquer oligarquia, assim como Brasil não é o
Paraguai e a Ucrânia.
É importante juntar essas "bolas"
para a oposição saber que há governo e para a base social, política e
eleitoral dele saber que há narrativa e discurso político a ser
apropriado e usado na disputa cotidiana.
E que não é o caso de esperar
um milagre, é tomar a iniciativa.
* Leopoldo Vieira é "secretário do Núcleo Petista Celso Daniel de Administração Pública"
.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista