11/05/2015
Contra panelaços da elite, ativistas defendem Dilma
Brasil 247 - 10 de Maio de 2015 às 12:14
Antonio Xaolin e Niura Antunes, ativistas e moradores da Rocinha, escreveram artigo exclusivo para o
Favela 247
defendendo os avanços sociais dos governos Lula e Dilma e criticando os
recentes panelaços das elites: "Entender essa pregação do ódio contra
Dilma e enxergar a cortina que esconde esse processo de ódio é colocar
as coisas no seu devido contexto histórico. É preciso uma reflexão sobre
como era o país antes de Lula e Dilma. Um país arrasado com o povo da
favela e da periferia totalmente sem direitos, e o que se via era
amontoados de desempregados, sem moradias e sem esperança"
Por *Antonio Xaolin e Niura Maria Antunes, para o Favela 247
Síndrome de Cinderela e a mãe dos pobres
Feliz Dia das Mães, Presidenta Dilma!
Isso mesmo, ela que tanto lutou e trabalhou para o Brasil melhorar e
se desenvolver. Tanto trabalhou para que os pobres se tornassem cidadãos
visíveis merece o título de Mãe do Brasil.
Entender essa pregação do ódio contra Dilma e enxergar a cortina que
esconde esse processo de ódio é colocar as coisas no seu devido contexto
histórico. É preciso uma reflexão sobre como era o país antes de Lula e
Dilma. Um país arrasado com o povo da favela e da periferia totalmente
sem direitos, e o que se via era amontoados de desempregados, sem
moradias e sem esperança. E ser favelado era pejorativo, tanto que virou
comunidade.
Foi com o governo Lula e Dilma que milhões de brasileiros saíram da
linha da pobreza, conseguiram comprar a casa própria, conseguiram
colocar seus filhos para fazer uma faculdade, conseguiram comprar um
carro novo, conseguiram andar de avião pela primeira vez. Enfim,
conseguiram ser visíveis e tiveram suas vidas mudadas.
A verdade é que foi feito um processo de inclusão nunca visto na
história deste país, colocando o Brasil na rota do desenvolvimento. No
fundo, tudo que acontece agora é ódio às conquistas ao povo pobre.
A madrasta rica não quer ver a abóbora transformar-se em automóvel e
que os pés descalços tenham calçados novos. Preferem continuar rindo da
pobreza em seus castelos esvaziando suas panelas inox para baterem numa
noite de príncipe desencantado. Não toleram o avanço que o povo pobre
conquistou nos atuais governos. Não toleram o filho do pobre que senta
ao lado do seu filho rico no banco da faculdade. Não toleram o pobre que
agora senta ao seu lado na poltrona do avião.
Por que a madrasta rica bate panela se seu prato de porcelana está
sempre cheio de comida já que eles sabem que não estão perdendo nada? O
problema dessa gente é aturar pobre em aeroporto, shoppings,
universidades, em restaurantes e casas noturnas da moda.
Precisa ser cego e surdo para dizer que não sabe quanto as pessoas
mais pobres melhoraram de vida. As lojas estão cheias de pobres
comprando celulares, televisores de última geração; o desemprego ainda é
um dos mais baixos da história; a quantidade de universitários
praticamente se multiplicou nos últimos anos. A questão agora é que a
gata borralheira não precisa voltar para casa correndo antes da meia
noite com medo do sapato de cristal quebrar. Com a garantia dos direitos
da empregada doméstica a madrasta agora bate a panela chateada porque
ela tem que respeitar a lei.
Uma convulsão social há muito tempo poderia ter acontecido. Só ainda
não ocorreu de o morro descer para o asfalto para cobrar a descomunal
dívida social graças a alguém que essa elite cretina odeia. Graças a
Lula e Dilma, o povo da favela e da periferia não se rebelou.
Se não fosse a distensão social existente, essa gente que bate panela
para tirar direitos e oportunidades de pobre talvez nem estivesse aqui
para contar a história, pois se – ou quando – o morro descer, toda
cidade vai cantar ouvindo saraivadas de fogos no ar.
Rico escolheu um jeito esquisito de se manifestar politicamente. O
ato de bater panelas sugere protesto contra a fome, no entanto as
panelas dos ricos estão sempre cheias, mas madrasta que se presem tem
que reclamar quando a Cinderela pobre melhora de vida e isso desagrada
esse pessoal. Quando rico bate panela para defender seus interesses
políticos, pobre, favelado e remediado deve abrir o olho. Rico não se
manifesta no interesse dos de baixo. Essa classe social tão barulhenta
não quer ver mais pobres em aeroportos ou universidades. Cuidado com
essa gente que não lhe dar valor.
A luta de classes esta de volta com toda a força. Agora é que o cabo
de aço poderá arrebentar - o rico burguês de um lado contra o pobre
trabalhador do outro. O trabalhador querendo continuar melhorando de
vida e o rico burguês querendo impeachment. A madrasta maltratando a
afilhada borralheira, forçando a barra, batendo panela inox, para que a
mãe dos brasileiros seja impedida de realizar as mudanças necessárias
para que os filhos da pátria evoluam.
A história do conto de fadas agora é real. Não somos mais Cinderelas, somos gente, queremos mais! E se é para lutar... Avante!
Feliz Dia das Mães, Presidenta Dilma!
*Antonio Xaolin, líder comunitário da
Rocinha, coordenador da Câmara Comunitária da Rocinha. Foi presidente da
Associação de Moradores da Rocinha e Diretor do Sindicato dos
Metroviários. Niura Maria Antunes é trabalhadora da saúde e militante social.
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