11/05/2015
Petrobras
'Querem as riquezas do solo brasileiro e sacrificar Dilma e Lula', afirma cineasta
Luiz Carlos Barreto acredita que campanha contra a Petrobras tem por objetivo a privatização do pré-sal
Valter Campanato / ABr
Barreto: “Você não pode pedir o fechamento do Congresso porque um deputado ou senador cometeu atos irregulares"
São Paulo – O país não pode abrir
mão da Petrobras e de empreiteiras brasileiras que têm não só mercado
nacional como internacional, dada a qualidade dos serviços, know-how
técnico dessas empresas, “hoje patrimônio nacional”, afirma o cineasta
Luiz Carlos Barreto em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.
“Punam-se os responsáveis, as pessoas que
praticaram os malfeitos, como diz a presidenta Dilma”, diz o cineasta,
acrescentando que é preciso preservar a existência das empresas. Tanto a
Petrobras quanto as empreiteiras foram vítimas de maus gestores, de
aventureiros, na opinião do cineasta.
“Se a gente fosse punir o Congresso Nacional
por cada malfeito que os deputados e os senadores fazem através dos
tempos, os escândalos que aparecem envolvendo parlamentares, se você
fosse culpar e fechar o Congresso, nós viveríamos em permanente regime
de ditadura.”
E continua: “Você não pode pedir o fechamento
do Congresso porque um deputado ou senador ou ambos cometeram atos
irregulares; a mesma coisa se aplica à Petrobras e empreiteiras. Você
não pode querer liquidar com as empresas ou privatizar a Petrobras
porque alguns dirigentes ou funcionários cometeram atos ilegais”.
Para o cineasta, a delação não é aceitável,
porque quem delata, segundo ele, não merece credibilidade. Ele pondera
que todas as acusações estão sujeitas a prova, mas a mídia já incriminou
e julgou de maneira acabada. “Hoje o noticiário não é apenas
informativo, ele é conceitual; o noticiário virou algo opinativo, a
notícia já é redigida de uma maneira contra os manuais de redação. A
reportagem deve ser informativa, não pode ser opinativa.”
O que existe na verdade é uma luta de posse
pelo pré-sal, segundo o cineasta. “O pré-sal, que é a maior reserva de
petróleo do mundo, porque ele vai de Porto Alegre a Belém, segundo os
estudos e as prospecções, então, isso é um patrimônio nacional e hoje a
Petrobras é igual à Amazônia. Querem privatizar a Petrobras como
internacionalizar a Amazônia, quer dizer, são interesses econômicos de
se apossar de uma riqueza nitidamente nacional”, afirma.
“A desgraça da Petrobras é ela ter descoberto o
pré-sal, isso despertou toda a ambição da banca internacional, do
capital financeiro internacional, isso é o que está na cara. Nós estamos
vendo o filme se repetir: o Getúlio (Vargas) foi levado ao suicídio por
causa da Petrobras; no mesmo ano de sua morte, foi derrubado Perón (na Argentina). Hoje estão tentando derrubar a Dilma e a presidenta da Argentina (Cristina Kirchner).
”
"Tudo isso ocorre porque não conseguiram
derrotar a presidenta Dilma nas urnas", destaca o cineasta. “Através das
urnas, as camadas populares entenderam que esses governos são a favor
da população pobre, que hoje em dia está fidelizada com os partidos de
tendência de esquerda. Não é só o problema da corrupção, porque quanto a
isso você pune a pessoa e acabou. O problema é se apossar das riquezas
que estão no solo brasileiro. Isso sacrificou Getúlio, João Goulart, e
agora querem sacrificar a Dilma, o Lula e todos os líderes populares que
surjam ou venham a surgir terão esse tipo de combate.”
.
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