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10/07/2015
O sucesso do Bolsa Família e do Pronatec
Há
um negativismo na cobertura da mídia que acaba engolfando todo o país,
criando a falsa percepção de que em se plantando, nada se dá.
Provavelmente
se sonegará do seu leitor a divulgação do trabalho do MDS (Ministério
do Desenvolvimento Social), analisando os efeitos do Pronatec (Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) sobre o Bolsa Família.
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O
trabalho cruzou os 80 milhões de dados do Cadastro Único, os 50 milhões
do Bolsa Família, os 60 milhões do RAIS (Relação Anual de Informações
Sociais), o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), para
acompanhar o desempenho geral do Pronatec e, em especial, dos alunos
egressos de programas sociais.
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A pesquisa desmente alguns mitos que acompanham tanto o BF quanto o Pronatec.
Mito 1 – Não haveria demanda de público pobre, por falta de vontade de melhorar de vida.
A
pesquisa mostra que na formação inicial continuada, 33% dos alunos são
do BF puro; 30% do cadastro único (atendidos por outros programas
sociais), sem ser BF; e 37% são de não cadastro único.
Conseguiu-se esse feito organizando a oferta e a demanda.
O
Pronatec estendeu seus cursos não apenas para setores técnicos, mas
para o atendente, o garçon, o instalador de ar condicionado, o
encanador, o azulejista, o gesseiro, o pintor, o conjunto de mão de obra
que interfere também na produtividade da economia.
Com
esse enfoque, saltou de 606 municípios em 2012 para 4.025 em 2014,
fundamentalmente atendidos pelo Sistema S e institutos federais. As
instituições privadas não chegam a 1% dos cursos.
Mito 2 – o de que aluno não valoriza cursos de graça e pobres não chegariam até o final do curso.
Os
egressos do BF obtiveram taxa de conclusão de curso melhor que a média:
81,4% contra 79% da média geral, mesma média dos cursos pagos do Senai.
As taxas de aprovação também foram similares: 88,3% do BF contar 87,1% da média.
Mito 3 – o de que os cursos do Pronatec não tinham aderência com o que o mercado necessitava.
Montou-se
um grupo de estudo com técnicos do MEC (Ministério da Educação), MDIC
(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), BNDES
(Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), batendo
município por município as vagas ofertadas e as ofertas de curso. Entre
70 e 80% dos municípios havia grande aderência entre cursos e demanda.
Ao
iniciar o curso, havia 361 mil pessoas empregadas; no final estavam em
627 mil. No caso do BF, 55 mil iniciaram o curso já empregados;
formados, os empregados haviam saltado para 120 mil.
Mesmo promissores, os resultados são subavaliados em pelo menos três pontos:
-
Não captou o mercado informal.
Um eletricista formado pode trabalhar em uma empresa ou por conta própria. A pesquisa só levantou os números do mercado formal.
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Não captou os que abandonaram prematuramente o curso por conseguirem emprego no meio do caminho.
Isso ocorreu na construção civil, em um momento de falta de mão de obra.
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OS dados da RAIS são de dois anos atrás, portanto não captaram o que ocorreu no ano passado.
Agora,
em parceria com o MDIC, o MDS está analisando os grandes investimentos
em curso para começar a ofertar antecipadamente os cursos para vagas.
PS - Como previsto pela
Ministra Tereza Campello, do MDS, nenhum veículo de mídia interessou-se
pelo tema. Na véspera do anúncio do lançamento do trabalho, vários
jornalistas foram procurados, mas disseram que a pauta não se encaixava
na cobertura.
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