.
21/07/2015
As delações bem premiadas da Lava Jato, por Janio de Freitas
Da Folha
Janio de Freitas
O prêmio, convenhamos, é graúdo mesmo. Paulo Roberto Costa, por
exemplo, cara, alma e cofre de gatuno, porta-bandeira da corrupção na
Petrobras, fica em prisão doméstica até outubro e, a partir de então, só
aos sábados e domingos. Caso sobrevenham outras condenações, está
assegurado que não levem à prisão. No lado corruptor, Dalton Avancini,
ex-presidente da empreiteira Camargo Corrêa, fica em casa por uns três
anos. Paga por ambos a multa correspondente ao valor que atribuíram às
ordinarices em comum, a dinheirama que lhes reste estará em condições
perfeitas de legalidade e gozo para o resto da vida.
Pelo visto, as delações bem premiadas só não minimizam uma
condenação, não explicitada nas sentenças. Nenhum dos premiados poderá
dizer, jamais, uma frase: "O crime não compensa".
Uma peculiaridade, em particular, distingue a chegada da Lava Jato à
fase das sentenças e a mesma etapa nos processos criminais em geral.
Nestes, ou a opinião pública tem conhecimento suficiente dos fatos
geradores do julgamento, ou pode tê-los nos fundamentos da própria
sentença. Com o hipotético segredo de Justiça da Lava Jato, foi
difundido um amplo sistema de valores pagos e recebidos –nem sempre
verdadeiros, por fraude informativa de procuradores ou policiais
federais. Mas a revelação, até pedagógica, de procedimentos da corrupção
ficou silenciada. Se é que a Lava Jato se interessou por essa parte, do
que não há sequer sinal.
Os aditivos de preço e suas pretensas justificativas, as alterações
de projeto com a obra já em andamento, os efeitos da elaboração do
projeto pela empreiteira –essas vias de assalto aos cofres e de
corrupção administrativa são corriqueiras nas relações entre
empreiteiras e o poder público. Os corruptos da Petrobras desenvolveram
muitos métodos próprios, e não se sabe quantos já irradiados para outros
setores de obras e compras. O país nada ficou sabendo a respeito, logo,
nada aprendeu sobre esses canais de elevação das obras públicas
brasileiras entre os mais altos custos do mundo. O Metrô de São Paulo,
parece coisa já esquecida, a certa altura custou por quilômetro mais de
três vezes o que custava, nos mesmos dias, a ampliação do metrô em
A VOZ DO PASMO
A falta total de manifestações ao menos amigáveis a Eduardo Cunha é
o aspecto político mais importante do seu rompimento formal com o
governo e dos ataques ao procurador-geral Rodrigo Janot. Em reação ao
gol de Ghiggia, ouviu-se a voz do pasmo: o oceânico e sussurrado "ooooh"
multitudinário. E nada mais, nenhum brado de raiva, nem de desespero, o
Brasil ainda sairia campeão. Ainda há muitas testemunhas daquele Brasil
tão diferente do atual.
Do seu lado, Cunha não viu surgir nem alguma coisa abafada como a
voz do pasmo. Toda a repercussão, grande, sim, foi no sentido de tirar
importância ao que disse, de isolá-lo, exposto na sua personalidade
temerária.
Talvez por isso, Cunha deu um passo atrás na agressividade ao
comunicar o rompimento: vai se conduzir na presidência da Câmara "da
mesma forma que venho [lá ele] me conduzindo (...), com harmonia com os
demais Poderes". Harmonia.
Alguma coisa parecida com harmonia é o que parece, agora, menos
distante dos planos de Michel Temer para o PMDB e o governo, como um
presente inesperado de Cunha.
EM TEMPO
O juiz Sergio Moro deu resposta satisfatória a Cunha, que o acusou
de conduzir, em vez de mandar ao Supremo Tribunal Federal, o processo em
que foi acusado da extorsão de US$ 5 milhões: "Não cabe ao juízo
silenciar testemunhas ou acusados na condução do processo".
Não foram impróprias, portanto, as críticas ao corte abrupto de
depoimentos que o juiz Moro fez, nas primeiras fases da Lava Jato,
quando o depoente citava um político. Ficava o nome, mas o depoente era
impedido de chegar ao fato que o lembrava.
.
.
.
JA ERA DE ESPERAR QUE A BARULHEIRA DESSA LAVA JATO E MAIS PIZZAS PARA O " REUS". NO BRASIL CONTINUA COMO SEMPRE: PRESOS SO; PRETOS POBRES E PUTAS! UM PIBRE PODR SER PRESO SO POR TECER UMA SIMPLES CRITICA
ResponderExcluir