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04/09/2015
Putin responsabiliza EUA por crise de refugiados na Europa
"A Europa segue às cegas essa política (dos EUA)
no marco de seus compromissos de aliados e depois arca com todo o peso"
das consequências, disse o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a
questão dos refugiados; "A crise era de se esperar. Nós na Rússia, e
esse humilde servidor, já previmos há vários anos problemas de
envergadura se nossos parceiros ocidentais seguissem com sua política
externa errônea, sobretudo nas regiões do mundo muçulmano", ressaltou
Moscou, 4 set (EFE).-
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, responsabilizou os Estados
Unidos e a sua política no Oriente Médio pela avalanche de refugiados
que chega atualmente à Europa. "A Europa segue às cegas essa política
(dos EUA) no marco de seus compromissos de aliados e depois arca com
todo o peso" das consequências, disse Putin nesta sexta-feira aos
jornalistas durante o Fórum Econômico de Vladivostok.
O presidente russo comentou que vê "com perplexidade como alguns
meios de comunicação americanos criticam à Europa por uma excessiva,
segundo eles, crueldade com os imigrantes", enquanto os próprios EUA não
sofrem a avalanche de refugiados de países em guerra no Oriente Médio,
na Ásia Central e no norte da África.
"A crise (de refugiados) era de se esperar. Nós na Rússia, e esse
humilde servidor, já previmos há vários anos problemas de envergadura se
nossos parceiros ocidentais seguissem com sua política externa errônea,
sobretudo nas regiões do mundo muçulmano", lembrou Putin.
O chefe do Kremlin reiterou que essa política realizada até hoje pelo
Ocidente pretende impor seus valores e padrões nessas regiões sem levar
em conta suas peculiaridades históricas, religiosas, nacionais e
culturais. A primeira coisa que é preciso fazer para resolver o problema
dos refugiados, segundo Putin, "é lutar juntos contra o terrorismo e os
extremismos de todo tipo, principalmente nos países com problemas".
Putin reforçou que a Rússia quer impulsionar a criação de uma
coalizão internacional para combater os jihadistas do Estado Islâmico
(EI), uma proposta que já fez ao presidente americano, Barack Obama, e
também a vários líderes do mundo árabe.
"Apesar de ser impossível hoje em dia que todos os países
interessados em lutar contra o terrorismo se organizem no campo de
batalha, seria preciso conseguir pelo menos uma coordenação entre eles",
advertiu Putin em alusão à recusa do Ocidente, da Arábia Saudita e da
oposição síria em lutar junto às tropas do presidente Bashar al Assad.
Enquanto Moscou considera que uma coalizão militar que una o regime
de Damasco com sua oposição na luta contra um inimigo comum impulsionará
o processo político na Síria, Washington se propôs a estender seus
ataques aéreos às tropas de Assad se estas atacarem as milícias apoiadas
pelo Ocidente.
A Rússia reiterou em muitas ocasiões suas críticas às potências
ocidentais por minar as posições de Damasco, alegando que essa
estratégia apenas debilitará a capacidade das autoridades sírias de
fazer frente à ameaça do EI.
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