quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Contraponto 18.534 - " O Globo errou 'só' em 400% o custo do petróleo do 'patrimônio inútil' do pré-sal "

 

31/12/2215 

 

O Globo errou “só” em 400% o custo do petróleo do “patrimônio inútil” do pré-sal

 

8dolares


Por

O que este blog vem afirmando aqui, há duas semanas, desde que O Globo fez um estúpido editorial dizendo que os preços do petróleo tornavam o pré-sal um “patrimônio inútil” foi confirmado oficialmente pela Petrobras que o jornal usar argumentos que contém um erro de “apenas” 400% no custo de extração de óleo em nossas principais jazidas pretrolíficas.

O Globo diz, para justificar o fato de que, com o petróleo sendo cotado a US$ 37 o barril não seria econômico produzir no pré-sal a custos estimados entre US$ 40 e US$ 57. Aqui, com base nos dados então disponíveis, mostrou-se que o custo de extração no pré-sal era, na verdade de US$ 9 dólares o barril.

E ontem, fica-se sabendo que nem isso mais é, por conta de novas tecnologias, redução dos preços em dólar de alguns insumos da indústria petroleira – que têm preço mundial e, portanto, acabam incorporando as perdas do preço do petróleo – e sobretudo, como havia sido apontado aqui, pelo conhecimento geológico que acelera o caro processo de perfuração de centenas de poços (de extração e de injeção).

Do site da Petrobras:

(…)chegamos a um patamar em torno de US$ 8 por barril, quando a média das grandes petrolíferas mundiais é de US$ 15 por barril. Nos custos de desenvolvimento do pré-sal também tivemos avanços. Um dos fatores decisivos para a redução de custo é o tempo de perfuração de um poço no pré-sal, que no campo de Lula já atingiu tempo inferior a 30 dias. Em 2010, eram necessários mais de 120 dias para realizar o mesmo trabalho.(Nota do Tijolaço: só o custo de uma sonda de perfuração de águas ultraprofundas custa perto de US$ 50o mil por dia)

Ou seja, o “errinho” de O Globo sobre a relação preço/custo do pré-sal é de “apenas” 400% – ou de 712%, se considerado o maior custo estimado pelos “especialistas” do jornal.

Mesmo não sendo este o custo total da exploração – há royalties e impostos que, afinal, são renda pública -, se você considerar que são mais de um milhão de barris retirados a cada dia do pré-sal, é possível ver o tamanho do golpe que querem dar com esta história de desdenhar o “patrimônio inútil”.

Posto, abaixo, um vídeo da Petrobras, quando a produção ainda era um pouco menor, que ajuda a entender como e porque os custos de produção do pré-sal estão caindo com a competência técnica da Petrobras.

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Contraponto 18.533 - "Eu acuso Aécio. Por Paulo Nogueira"

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31/12/2015

Eu acuso Aécio. Por Paulo Nogueira



O passado condena


Paulo Nogueira

Eu acuso Aécio.

 Um homem que:

  • Constrói um aeroporto privado com dinheiro público;
  • Coloca recursos do contribuinte mineiro, como governador, em rádios da própria família;
  • Não se envergonha de, sendo político, ter rádios, num brutal conflito de interesses;
  • Faz uso pessoal do avião do Estado de Minas, como se houvesse vôo gratuito;
  • Nomeia fartamente parentes e amigos para a administração pública e depois ousa falar em meritocracia;
  • É capaz de apoiar Eduardo Cunha, em nome do impeachment, mesmo depois de conhecidas as avassaladoras provas contra ele fornecidas pelos suíços;
  • Jamais teve a hombridade de aceitar a derrota nas urnas e, por isso, se pôs a conspirar contra a democracia desde que saíram os resultados como um golpista psicótico;
  • Dá como comprovadas quaisquer acusações contra seus adversários, por mais frágeis que sejam;
  • Tem a ousadia de recusar um teste de bafômetro como se estivesse acima da lei que rege os demais brasileiros;
  • Recebe dinheiro dos contribuintes para atuar como senador e não devolve com um único projeto aprovado;
  • Aceita uma boca livre em Nova York de um banqueiro como André Esteves;
  • Não poupa esforço pelo financiamento privado de campanhas mesmo quando é sabido que esta é a origem maior da corrupção e que foi daí que surgiram gangesteres como Eduardo Cunha;
Tudo isto posto, e a lista poderia seguir muito adiante, por que este homem não poderia fazer pressão para receber dinheiro de propina segundo delação homologada no SFT noticiada hoje pela Folha?
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Sobre o Autor
 
Paulo Nogueira. Jornalista,  fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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PITACO DO ContrapontoPIG
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O que o Paulo Nogueira listou é apenas o "lado bom" do Aécio. Tem outro muito mais tenebroso.
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Lucas Arcanjo nas suas participações no Facebook dá uma pequena dica sobre o verdadeiro Aécio.
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Contraponto 18.532 - Confundiram ...

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 31/12/2015
 Confundiram....
Do Facebook 
Foto de Verdade sem manipulação.
 
Foto de Verdade sem manipulação.


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Contraponto 18.531 - "Propina a Aécio levou seis meses para vazar"

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31/12/2015

 

Propina a Aécio levou seis meses para vazar

Nassif: a Lava Jato só ataca um lado

 
Conversa Afiada - publicado 31/12/2015
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(Imagem: Fábio Sexugi: "Minha sugestão à Veja para sua próxima capa")


O Conversa Afiada reproduz artigo de Luis Nassif:

Falta um 11º mandamento na lista bíblica de Dallagnol

 

Há duas maneiras de ler a Lava Jato: pelas manchetes e pelas entrelinhas.

Já que as manchetes são óbvias, vamos a uma releitura através das entrelinhas do que saiu publicado nos últimos dias.

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O repórter policial da Folha, Frederico Vasconcellos, divulgou trechos de um trabalho de Ségio Moro de 2004, sobre a Operação Mãos Limpas, da Itália. Já havia sido divulgado e analisado no Blog há tempos. Como é repórter policial, restringiu-se aos abusos para-legais analisados por Moro na Mãos Limpas, e vistas por ele como imprescindíveis para a Lava Jato. Tipo, em linguagem policial: tem que manter o suspeito na prisão o máximo de tempo possível afim de que ele abra o bico.

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Mais sofisticado, o colunista Mário Sérgio Conti aborda outros ângulos do trabalho, exaustivamente discutidos no Blog. Um deles, o uso desabusado da imprensa, através do vazamento de notícias visando comandar a pauta.

Aborda também os aspectos geopolíticos da cooperação internacional - a rede internacional de autoridades de vários países, montada inicialmente para o combate à narcotráfico e ao terrorismo e, depois, estendida para outras atividades ilícitas, sob controle estrito das autoridades norte-americanas.

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Aqui, mostramos claramente que a cooperação internacional tornou-se uma peça da geopolítica norte-americana, visando impedir concorrência desleal de empresas de outros países contra as americanas.

Conti faz uma baita ginástica para a conclusão óbvia: na cooperação internacional, os Estados Unidos entram com motivação econômica. O óbulo: "Para os toscos,  é um garrote vil do imperialismo norte-americano". Para ele, que é sofisticado, "a corrupção beneficia as burguesias locais, mormente (sic) de países periféricos, em detrimento da classe dominante do Império". E justifica como um gesto de auto-defesa dos EUA – aquele país cujas ferramentas de espionagem não pouparam sequer presidentes de nações amigas.

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Pelo conteúdo, o artigo foi montado em cima de entrevistas com membros da Lava Jato, que admitem o jogo. Segundo eles, "admite-se que a motivação americana (e não apenas ela) tem boa dose de mercantilismo". Mas, no frigir dos ovos, acreditam que seja benigna, pois "ajuda o Brasil a resolver seus problemas".

A maneira como as corporações norte-americanas instrumentalizam suas instituições torna o Brasil um peixe fácil. É para ajudar o Brasil a resolver seus problemas que a Lava Jato tratou de criminalizar financiamentos à exportação de serviços, que o MPF tenta a todo custo envolver o BNDES e espalhar suspeitas sobre ações diplomáticas na África.

Nem se culpe juiz, procuradores e delegados. Eles apenas se valem de forma oportunista da fragilidade institucional brasileira, da visão rala de interesse nacional, de uma presidente politicamente inerte e de um Ministro da Justiça abúlico para ocupar espaços.

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A manipulação da mídia ficou clara em um episódio ocorrido ontem. Nos depoimentos, qualquer menção a Lula é vazado no mesmo dia.

Ontem, o repórter Rubens Valente, da Folha - que não pertence ao circuito mídia-Lava Jato - levantou o depoimento de um delator apontando propinas a Aécio Neves. É de junho passado. Passou seis meses inédito.

No período da tarde, a Lava Jato tratava de vazar correndo outro depoimento, indicando pagamento de propinas ao presidente do Senado Renan Calheiros, a um senador da Rede, Randolfo Rodrigues.

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Todo dia o procurador Deltan Dallagnol aparece em sua campanha pelos 10 pontos a serem alterados na lei para combate à corrupção.

Se fosse uma campanha efetivamente isenta, o 11º ponto seria a obrigação do Procurador Geral da República e do Supremo Tribunal Federal (STF) de abrir os dados em relação a todo pedido de vista ou todo inquérito engavetado. E de se criar formas que impeçam o uso político do vazamento seletivo de inquéritos.

No STF, o ex-Ministro Ayres Britto engavetou por dez anos, sem nenhuma explicação, o inquérito sobre o mensalão mineiro. Tinha que apresentar em uma sessão, foi tomar um café no intervalo, e na volta simplesmente deixou de falar sobre o inquérito.

Do mesmo modo, desde 2010 dorme na gaveta do PGR um inquérito contra Aécio Neves, acusado de ter conta no paraíso fiscal de Liechtenstein em nome de uma offshore. Como o próprio Procurador Geral observou, na denúncia contra Eduardo Cunha, o uso de offshores visa esconder a verdadeira identidade dos titulares da conta. E se visa esconder, é porque o dinheiro é de procedência duvidosa.

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De fato, o país precisa ser passado a limpo. E a Lava Jato tem feito um trabalho completo de desvendar as maracutaias de um lado. Mas esconde e blinda os malfeitos do outro lado.

Se ataca só um lado - a ponto de deixar por um fio o mandato de uma presidente inerte - e poupa o outro, é evidente que instrumentaliza o combate à corrupção em favor de interesses corporativos e políticos.

Essa hipocrisia não pode perdurar muito, ainda mais em um ambiente de redes sociais.
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Contraponto 18.531 - "Aécio Neves nega propina... e bafômetro"

 

30/12/2015

 

Aécio Neves nega propina... e bafômetro

 

Do Blog do Miro - quarta-feira, 30 de dezembro de 2015


Por Altamiro Borges
 
O cambaleante Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, ficou colérico com reportagem da Folhadesta quarta-feira (30) que aponta que ele teria garfado R$ 300 mil em propina de um diretor da UTC, uma das empreiteiras envolvidas nas denúncias de corrupção na Petrobras pela Operação Lava-Jato. O tucano sequer agradeceu à famiglia Frias, que evitou dar manchete à suspeita e dedicou somente uma nota de rodapé na capa do jornal - o que já indica que o caso logo será abafado. Em sua página no Facebook, o falso moralista, que vive rosnando contra a "organização criminosa do PT", condena "essa absurda e irresponsável citação do nome do senador, sem nenhum tipo de comprovação".
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Aécio Neves também jura que "trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações, como ocorreu no caso do senador Antonio Anastasia... Em respeito ao país e ao importante trabalho desenvolvido pela Operação Lava Jato, é importante que sejam investigadas as verdadeiras motivações daqueles que misturam denúncias verdadeiras com afirmações nitidamente falsas, sem nenhum tipo de comprovação, desmentidas até mesmo pelas próprias pessoas citadas pelo denunciante, com o claro intuito de tumultuar as investigações". Desesperado, Aécio Neves ainda apela: "Amigos, nos ajudem a divulgar a verdade. Compartilhem". De fato, o senador mineiro-carioca é um santo!
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Confira abaixo a reportagem do jornalista Rubens Valente - autor do imperdível livro "Operação banqueiro" sobre as tramóias do agiota Daniel Dantas - que deu a maior ressaca em Aécio Neves:

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Delator afirma que diretor da UTC levou R$ 300 mil a Aécio
 

Em delação premiada homologada pelo STF, Carlos Alexandre de Souza Rocha, entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Rocha, conhecido como Ceará, diz que conheceu Youssef em 2000 e, a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos.

Ele disse que fez em 2013 “umas quatro entregas de dinheiro” a um diretor da UTC chamado Miranda, no Rio.

Também em depoimento, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou que o diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D’Agosto Miranda e que “guardava e entregava valores em dinheiro a pedido” dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Nem Pessoa, também delator na Lava Jato, nem Santana mencionaram repasses a Aécio em seus depoimentos. A assessoria do senador chamou a citação de Rocha de “absurda” (leia abaixo).

Em uma das entregas, que teria ocorrido entre setembro e outubro daquele ano, Rocha disse que Miranda “estava bastante ansioso” pelos R$ 300 mil. Rocha afirmou ter estranhado a ansiedade de Miranda e indagou o motivo.

O diretor teria reclamado que “não aguentava mais a pessoa” lhe “cobrando tanto”. Rocha disse que perguntou quem seria, e Miranda teria respondido “Aécio Neves”, sempre segundo o depoimento do delator.

“E o Aécio Neves não é da oposição?”, teria dito Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: “Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, […] todo mundo”.

O comitê da campanha presidencial do tucano em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas à Justiça. A campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões.

Rocha disse ter manifestado estranheza sobre o local da entrega ser o Rio de Janeiro, já que Aécio “mora em Minas”. Miranda teria respondido que o político “tem um apartamento” e “vive muito no Rio de Janeiro”.

O delator disse que não presenciou a entrega do dinheiro ao senador e que ficou “surpreso” com a citação.

Rocha prestou o depoimento em 1º de julho. Em 4 de agosto, foi a vez de Santana também dar declarações.

Embora tenha dito que Miranda não tinha “nenhuma participação no levantamento do dinheiro para formar o caixa dois” da construtora UTC, Santana observou que “pode ter acontecido algum episódio em que o declarante ou Pessoa informaram a Miranda quem seriam os destinatários finais da entrega”.

OUTRO LADO

A assessoria de Aécio Neves disse que considera “absurda e irresponsável” a citação a seu nome, “sem nenhum tipo de comprovação”.

“Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações”. A assessoria cita o fato de que Ricardo Pessoa, dono da UTC, não incluiu Aécio na lista de quem recebeu recursos da empresa no esquema da Petrobras.

“A falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época mencionada. O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições de que participou, a única campanha que recebeu doação eleitoral da UTC foi a de 2014, através do Comitê Financeiro do PSDB”, diz a nota.

Procurada, a UTC disse que “a acusação não tem fundamento”.


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Será que agora o juiz Sergio Moro, responsável pela midiática Operação Lava-Jato, vai convocar para depor o presidente do PSDB? E o tal do "Ceará" será assediado pelos "jornalistas investigativos" da mídia tucana? A suspeita será motivo de comentários hidrófobos dos "calunistas" da TV Globo? Os fascistas mirins, que estão meio deprimidos com o declínio das suas marchas golpistas, deflagrarão uma campanha pelo "Fora Aécio"? Tantas perguntas com apenas uma resposta: Não! Já com relação ao cambaleante Aécio Neves, ele fará o óbvio. Negar as acusações e jurar que é um santo.
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Ele já fez isto, na maior caradura, quando eclodiu o escândalo do aeroporto construído com recursos públicos na fazenda do seu tio-avô em Cláudio, em Minas Gerais. Ele também negou que sua irmã, a poderosa Andrea Neves, privilegiasse com publicidade oficial as rádios da sua famiglia. Até hoje, ele jura que não conhece a Lista de Furnas. Aécio Neves é viciado nestas encenações. Em abril de 2011, ele foi barrado por uma blitz no Leblon (RJ) e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Ele também negou que estivesse embriagado, mas sua carteira de habilitação foi apreendida pela polícia. O caso, porém, sumiu do noticiário. Ele conta com esta cumplicidade midiática para abafar qualquer denúncia envolvendo seu nome. Afinal, a corrupção planetária é invenção do PT e os tucanos são santos!
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Contraponto 18.530 - "Fracasso do impeachment faz tucanos atacarem Temer e o PMDB"

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30/12/2015 

 

Fracasso do impeachment faz tucanos atacarem Temer e o PMDB

 

a-deus


por Fernando Brito 


O PSDB aposta na sua nova vocação de, sem maiores frescuras “social-democratas” como antes, firmar-se como face da direita “orgânica” no Brasil.

Por natureza, sim, mas também em busca de sua identidade após o golpismo inviabilizar-se pela via política, embora ainda nutram esperanças de fazê-lo – ou ameaçar fazer, até que o STF desmonte a patranha – pela via jurídica, onde trabalha a todo vapor a dupla Gilmar Mendes e Dias Tóffoli.

A entrevista do líder do PSDB no Senado – que é o Aécio sem se expor -, Cássio Cunha Lima (PB) ao Fato Online deixa isso bem claro.

Cunha parte para pancadas duras em Michel Temer:
Cremos que o foco principal continua sendo o impeachment. Afinal, foi praticado crime de responsabilidade. O Orçamento da União é uma lei, votada pelo Congresso. A presidente Dilma Rousseff desrespeitou essa lei, editando decretos de suplementação orçamentária sem autorização do Congresso. Um decreto não pode anular uma lei. Isso é crime. E foi cometido tanto pela Dilma como pelo Michel Temer, que também assinou decretos suplementares, modificando a Lei Orçamentária.

Assumir um discurso público pelo afastamento, também, do peemedebista que ocupa a vice-presidência da República é, claramente, não fazer a menor força para reunir os votos necessários ao impedimento. O que só se faria no caso de sabê-lo impossível e optar por marcar posição.

Embora sinalize “esperanças” com o golpe judicial – ” o TSE decidiu que as contas da campanha eleitoral de Dilma têm que ser reexaminadas, acrescidas, inclusive, das informações da Operação Lava-Jato. Isso aponta para que deve haver uma punição”- não parece provável que, se lhe sobrar juízo, o tucanato possa acreditar que o Judiciário vá asumir o juízo político que pertence ao Congresso, de cassar, na prática, não uma chapa de candidatos, quase dois anos depois da eleição, mas os próprios governantes.

Parece que o PSDB vai seguindo a sua sina de UDN 2.0,  transitando de um discurso falso de preocupação social para outra falsidade, a da histeria hipócrita da “anticorrupção”, como a sua velha matrona lacerdista.

O PMDB desnorteado  como nunca e como sempre faminto de  espaços de poder fica espremido entre as oportunidades do presente e a falta de perspectivas de futuro. O fato é que não tem candidato minimamente viável hoje e aparentemente também amanhã e está vendo por-se fim nas esperanças de que os tucanos se contentariam com uma parte do governo, não com o seu controle.

E Michel Temer, a esta hora, deve estar maldizendo o fato de que “scripta manent”  e não ter usado, simples mente as “verba volant”.

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Contraponto 18.529 - "PNAD: extrema pobreza desaba com Lula e Dilma"

 

30/12/2015

 

PNAD: extrema pobreza desaba com Lula e Dilma

FHC corta os pulsos

 
Conversa Afiada - publicado 30/12/2015
 
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(Imagem: Ivan de Souza, no face do C Af)

No Jornal do Brasil:

Ipea: Situação de extrema pobreza teve redução de 63% nos últimos 10 anos

 

Melhorias estão associadas a aumento da renda e redução das desigualdades


A taxa de pobreza extrema na última década teve redução de 63%. A conclusão é do estudo "Pnad 2014 - Breves análises", uma nota técnica feita com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), lançado nesta quarta-feira (30) pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea).

De acordo com o estudo, 2,48% da população estava em situação de extrema pobreza em 2014, índice 63% menor que em 2004. De 2013 a 2014, a taxa de pobreza extrema caiu 29,8%, "uma redução importante", ressalta o texto, que associa a queda à manutenção do aumento da renda e redução das desigualdades, bem como o aumento da escolaridade e das condições gerais de vida do brasileiro e a diminuição das brechas que separam negros de brancos, mulheres de homens e trabalhadores rurais de urbanos.

"A preços de junho de 2011, a média (da renda domiciliar per capita) passou de R$ 549,83/mês em 2004 para R$ 861,23/mês em 2014 (a deflação é feita pelo INPC, ajustado de acordo com o Texto para Discussão 897). O crescimento real foi de 56,6%, 4,6% ao ano. Levando os valores para preços de dezembro de 2011, pode-se usar o fator de Paridade do Poder de Compra para consumo privado, calculado pelo Banco Mundial, para converter os valores de reais para dólares internacionais. Multiplicando o valor mensal obtido por 12, e dividindo por 365, tem-se que a renda média passou de US$ 11,13/dia para US$ 17,44/dia", aponta o relatório.

No primeiro texto da pesquisa, “Desigualdade e Pobreza”, os dados mostram que as desigualdades de renda decrescem no Brasil de 2004 a 2014, tanto pelo índice de Gini quanto por outros três índices da família indicadores de entropia generalizada. O índice de Gini do país caiu de 0,570 em 2004 para 0,515 no ano passado. Dependendo da linha de análise utilizada, a redução média de pobreza varia em torno de 10% ao ano, com resultado entre 63% e 68,5%.

A segunda análise da Pnad, "mudanças nos arranjos familiares: 2004 a 2014", avaliou as formas como as famílias brasileiras estão se organizando e como as condições de vida, medidas pelo rendimento médio mensal e pelo percentual de famílias pobres, variam segundo o tipo de arranjo familiar. Os domicílios tradicionais ocupados por um casal e filhos diminuíram 10 pontos percentuais em dez anos, de 54,8% para 44,8%, cedendo espaço para os domicílios habitados por homens e mulheres sozinhos, casais sem filhos e lares chefiados exclusivamente pela mulher. Esses novos arranjos familiares têm feito crescer a proporção de domicílios onde os parceiros não têm perspectiva de criar filhos: de 12,4% em 2004 para 20,2% em 2014.

No tópico sobre o mercado de trabalho, a análise explorou o tema por meio da comparação dos resultados de seus principais indicadores ao longo dos 10 anos e concluiu que o desempenho dos rendimentos do trabalho, da informalidade e do desemprego foram amplamente favoráveis no período. No entanto, o cenário da crise de 2015, embora não esteja contemplado no estudo, já pode ser vislumbrado entre 2013 e 2014: o crescimento do rendimento médio real, que foi superior a 7% em 2006 e próximo de 6% em 2012, caiu para menos de 1% em 2014.

Na análise sobre as desigualdades de gênero e raça entre os brasileiros, a conclusão é que os grupos sociais mais atingidos pela desocupação produzida entre 2013 e 2014 foram as mulheres negras (35,1%) e os homens negros (25,2%). Entre as mulheres negras, no entanto, o grau de informalidade caiu de 75,9% em 2004 para 66,5% em 2014. Em relação ao trabalho doméstico, cresceu a proporção de trabalhadoras que prestam serviços em mais de um domicílio – de 21,4% há dez anos para 31,1% atualmente, mostrando um aumento da composição das trabalhadoras diaristas ante as de emprego fixo.

No tema da evolução do emprego agrícola, a pesquisa aponta "importantes alterações no quadro geral do assalariamento agrícola no país". O estudo destaca o fato de que empregados permanentes diretamente envolvidos na atividade agropecuária recebiam, em média, R$ 659 por mês em 2004, ao passo que em 2014 seus rendimentos alcançavam R$ 991, uma alta real de 50,5%.

A Pnad investigou, ainda, aspectos da distribuição do trabalho infantil para a população de 10 a 14 anos de idade – que, em 2014, correspondia a 89,3% do total de crianças e adolescentes rurais ocupados. Entre 2013 e 2014, o total de ocupados agrícolas nesta faixa etária, com domicílio rural, cresceu de 406,9 mil para 427,5 mil, ou 5,1%. Deste total, 82,7% estavam em ocupações características da agricultura familiar. Apesar do aumento no trabalho infantil rural de 2013 para 2014, o saldo dos dez anos estudados é positivo: a queda do trabalho infantil no campo (57%) foi muito superior ao decréscimo populacional da mesma faixa etária nos mesmos dez anos (16%).

Contraponto 18.528 - "Que bom seria se a Lava Jato fosse para valer…"

 

30/12/2015

 

Que bom seria se a Lava Jato fosse para valer…


farsa capa


por Eduardo Guimarães

A imagem que encima este texto vale por um tratado sobre política, mas, para os que têm dificuldade

em enxergar realidade como ela é e não como a mídia mafiosa pinta, vamos desenhar a situação.

Todos deveríamos estar exultantes com a Operação Lava Jato e com as condenações de políticos importantes pelo Supremo Tribunal Federal, Corte que, até que o PT chegasse ao poder, jamais condenara político algum à prisão.

Afinal de contas, quem não sabe, desde que começou a se entender por gente, que empreiteiras fazem negociatas, corrompem políticos, crescem e enriquecem às custas de obras públicas?

E quem não fica satisfeito por ver banqueiros e políticos importantes indo para a prisão – e, ainda mais havendo provas, como no caso de Delcídio do Amaral e André Esteves, do banco Pactual?

Deveríamos, pois, estar soltando rojões. Finalmente no Brasil, em tese, não seriam mais, apenas, pretos, pobres e prostitutas que vão em cana. Em tese, as prisões de empreiteiros, políticos e banqueiros significaria que, agora, não são mais apenas os três Pês que podem ver o sol nascer quadrado.

Contudo, não é nada disso.

O que a imagem acima revela é, apenas, que apenas acrescentamos um Pê aos três Pês que simbolizavam os únicos tipos de cidadãos passíveis de prisão no Brasil; agora, apenas Pretos, Pobres, Prostituas e Petistas (e quem se meta com eles) são os que podem ser presos neste país.

Vamos, pois, explicar a imagem no alto da página para aqueles que não conseguem pensar sozinhos. A imagem contém 5 edições do jornal Folha de São Paulo. Vamos analisá-las uma a uma.

Da esquerda para a direita, a primeira edição do jornal noticia, em letras garrafais, a prisão de Delcídio do Amaral. Contudo, em vez da foto de quem foi preso a capa da Folha trás a foto de Lula, que nem a processo responde.

A segunda capa da Folha da esquerda para a direita relata, com o maior destaque possível, que “amigo de Lula” foi preso, apesar de que o arrestado tem muitas amizades e relações com expoentes da oposição.

A terceira capa do jornal, da esquerda para a direita, também com todo o destaque possível e imaginável relata acusação de um delator da Lava Jato a um familiar de Lula.

Na segunda fileira de capas da Folha, tudo muda. São capas que relatam problemas com a Justiça que têm altos membros do principal partido de oposição do país.

A primeira capa da segunda fileira de capas, a partir da esquerda, relata que o ex-presidente do PSDB Eduardo Azeredo foi condenado a vinte anos de prisão. A notícia ganhou uma notinha discreta no canto inferior esquerdo da primeira página do jornal. E sem foto do condenado.

A segunda capa relata que o líder da oposição, senador Aécio Neves, segundo candidato mais votado na eleição presidencial de 2014 – e que vive condenando petistas sem julgamento por serem delatados – foi delatado por um envolvido na operação Lava Jato.

Essa justaposição da capaz da Folha simboliza, também, o que acontece na Justiça brasileira a depender de quem seja o acusado. E, mais do que isso, revela o que acontecerá com investigações como a Lava Jato depois que o PT deixar o poder – seja via golpe, seja por via eleitoral.

Tudo isso que está acontecendo e que, em tese, deveria dar esperança ao Brasil de que o país está mudando, vai simplesmente acabar. A Lava Jato, pois, é uma farsa política engendrada, única e exclusivamente, para derrubar um governo. E mais nada.

Se o PSDB volta ao poder (toc-toc-toc), acabam as Lava Jatos ou qualquer outro tipo de investigação. As empreteiras, os banqueiros, os políticos voltarão a roubar desbragadamente sem que ninguém seja sequer denunciado – como acontecia antes de o PT chegar ao poder.

Sempre digo que eu estaria exultante se a Lava Jato fosse para valer. Se corruptos de todas as correntes políticas estivessem sendo presos, seria maravilhoso. Este país se tornaria ético e começaria a civilizar-se rapidamente.

Mas não é nada disso o que está acontecendo. Com ou sem provas, apenas corruptos e supostos corruptos de um único grupo político estão sendo penalizados, enquanto que seus equivalentes à direita são vergonhosamente acobertados pela imprensa e pela Justiça.

Além de não estar havendo combate real algum à corrupção, o país está ficando pior porque, mais do que nunca, o que está valendo aqui é a máxima que permeia a história brasileira desde o descobrimento: “Aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei”.

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Contraponto 18.527 - "Delator aponta propina para Aécio de R$ 300 mil"

Rocha é apontado como entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, e teve sua delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele contou aos investigadores ter levado a quantia no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC no Rio de Janeiro chamado Miranda, que lhe disse que o montante teria como destino o senador tucano.

O diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou que o diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D'Agosto Miranda e que "guardava e entregava valores em dinheiro a pedido" dele ou de Ricardo Pessoa, dono da empresa.

Segundo Rocha, Miranda "estava bastante ansioso" pelos R$ 300 mil, o que lhe causou estranheza e o levou a perguntar o motivo. O diretor da UTC contou então que "não aguentava mais a pessoa" lhe "cobrando tanto" o dinheiro. Rocha teria perguntado quem era e Miranda respondeu Aécio Neves, de acordo com o delator.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o tucano chamou de "absurda" a citação de Rocha.

Anteriormente, Aécio já havia sido citado pelo próprio Youssef como responsável por um mensalão em Furnas (leia mais aqui).


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PITACO DO ContrapontoPIG
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Uma perguntinha:
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Quantos votos teria um corrupto destes se uma imprensa isenta e honesta permitisse que as suas falcatruas fossem conhecidas?
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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Contraponto 18.526 - "Jandira Feghali, a brasileira do ano"

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29/12/2015
 

Jandira Feghali, a brasileira do ano

 

“Jandira bate firme e no ritmo!”, tanto na política como em uma bateria. Sim, a nobre deputada federal e Líder do PCdoB na Câmara dos Deputados toca bateria. Começou os ensaios ainda adolescente na banda Los Panchos, na Tijuca. 

 

Do Portal Vermelho - 29 de dezembro de 2015 - 12h13


.......,,,,,,.Jandira Feghali em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim
 Jandira Feghali em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim

Jandira integrava o grupo com seu irmão Ricardo Feghali, hoje tecladista do grupo Roupa Nova. Ela tocou durante toda a década de 70 até começar a estudar Medicina. Mas nunca parou com o hobby. “Lá na sala do escritório dela, no Rio, tem a bateria daqueles tempos”, conta seu assessor Bruno Trezena.

O jornalista Paulo Henrique Amorim em seu site Conversa Afiada classificou a deputada comunista como a brasileira do ano ao lado do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. “Por seu destemor diante da barbárie Golpista. Firme, enérgica sem perder a ternura!”, pontuou sobre Jandira, logo após admitir que irá voltar o seu título de eleitor para o Rio de Janeiro para votar nela. “Para o que der e vier!”, afirmou PHA.

O vídeo de Jandira tocando ocorreu no dia 28 de setembro deste ano e foi uma sugestão do internauta Luciano que encaminhou a seguinte mensagem: "Meus sinceros votos de um Feliz 2016 à nobre e querida Deputada Jandira Feghali, de quem era admirador... e após este vídeo "me tornei fã"! Dá-lhe Deputada....Feliz Ano Novo!!!”



 Veja vídeo





 

Lewandowski, o brasileiro do ano

Sobre o título de brasileiro do ano para o presidente do STF, Paulo Henrique Amorim atribuiu ao fato do ministro Lewandowski ter sido o único juiz que tratou o ministro Gilmar Mendes como merece. “Lembrou que o presidente do STF é ele”. 


E também expôs o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. "Na frente de todos, Lewandowski mostrou ao desqualificado do Cunha que qualquer outra interpretação ao que o STF, pela sabia revisão do Ministro Barroso, decidiu dá em cadeia, por obstrução da Justiça".

PHA justificou ainda sua qualificação a Lewandowski como brasileiro do ano: “o sistema carcerário brasileiro não corre o risco de, num recesso de trevas, se desmoralizar”. 



Do Portal Vermelho, Eliz Brandão


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PITACO DO ContrapontoPIG 

Jandira Fegalhi merece com certeza este título pela sua bravura e coerência. Uma voz firme e consciente no Congresso Nacional.

Lewandowski é igualmente merecedor pelo seu equilíbrio e seriedade. 

PHA acertou na mosca.

Em relação ao Mundo apontaríamos dois homens que percorrendo trajetórias  diferentes concluíram ser a simplicidade, a busca da igualdade e o altruísmo verdadeiro, as metas a serem procuradas pela humanidade. Falo do Papa Francisco e do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica.
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Contraponto 18.525 - "Nem tudo é tragédia no Brasil "

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29/12/2015

Nem tudo é tragédia no Brasil 

 

Do Blog do Miro - terça-feira, 29 de dezembro de 2015

 

Por Tarso Genro
Resultado de imagem para tarso genroA agressividade da direita fascista e as tentativas de golpe paraguaio no país não são propriamente originais nem se originam, principalmente, das dificuldades econômicas que atravessamos ou das dificuldades políticas graves da coalizão governista. Nem se origina - embora seja estimulada - basicamente pelas manipulações da grande mídia ou pela exorbitância da taxa de juros. Não tem suas bases na insegurança pública do país, cuja responsabilidade primária é dos Estados, ou mesmo nas "pedaladas fiscais", de uso histórico na nossa administração pública. Tudo isso pode colaborar, mas as razões de fundo, da tentativa de golpe ao modo paraguaio, e da agressividade dos setores radicais da direita são bem mais complexas. Dizem respeito à própria maturidade democrática, que vamos processualmente conquistando.

A maturidade a que me refiro está lastreada, hoje, tanto nos partidos políticos que estão sobrevivendo ao mais formidável processo de destruição da esfera da política, ocorrida na história do país (como sujeitos que podem e devem ser recuperados numa reforma política), como nas próprias instituições da Constituição de 88. O funcionamento dos poderes da República e o grau de distanciamento formal, que as nossas Forças Armadas estão mantendo dos partidos políticos, em geral, de uma parte, e do extremismo de direita, de outra, conforta esta maturidade democrática. A destruição da política e dos partidos, porém, permanece uma necessidade da dominação oligopólica da mídia, para que ela continue tutelando a formação da opinião, de fora do espaço dos partidos que ela, ao fim e ao cabo, visa orientar.

A formação da soberania popular - isso vem da Revolução Francesa, segundo Habermas - permite distinguir entre o "poder engendrado comunicativamente" que forma a opinião e o "poder aplicado administrativamente" pelas autoridades constituídas, num contraste instável - agrego eu - no qual a soberania popular, tanto pode sair vencendo como pode ser dissolvida pelo domínio do discurso do interesse privado, transformado artificialmente em interesse geral. Não é esse o discurso do "ajuste", que a mídia vem fazendo transitar, como uma verdadeira lavagem cerebral na opinião pública?

O Ministro da Defesa do Brasil é um integrante da cúpula do PCdoB e não está lá para implementar uma revolução nem para "aparelhar" as Forças Armadas, para uma posição política determinada. As Forças Armadas do país portam-se como Forças Armadas de qualquer país de democracia política consolidada, cujo parâmetro é a Constituição da República, o profissionalismo e a defesa da Soberania Nacional. Estes fatos históricos não são menores, para avaliarmos o desespero de certos setores da direita radical, hoje alinhados com a oposição, que sempre viu em Eduardo Cunha um que "nos representa". A direita constatou que as nossas Forças Armadas não estão disponíveis para aventuras golpistas - um certo tipo de "chavismo" neoliberal em termos econômicos - ou para afrontar o poder constituinte do povo. Daí esta tentativa de golpe, fora do esquema militar e a sua agressividade desbocada, que pretende deteriorar o ambiente político democrático do país.

O livro "Alma em Fogo", do dirigente do PCdoB Aldo Arantes, que documenta o testemunho e a ação deste grande quadro da esquerda brasileira (que participou dos mais importantes acontecimentos políticos nacionais da segunda metade do século XX), lembra um episódio importante das "preliminares", que criaram as bases da vitória do Presidente Lula, em 2002. Como decorrência da ampla frente política, já conseguida em 1998, eu e Aldo Arantes secretariamos e organizamos -cumprindo mandato dos nossos respectivos partidos - a continuidade orgânica do que fora uma coalizão eleitoral, com o "Manifesto Em Defesa do Brasil da Democracia e do Trabalho".
Sua redação teve a participação do PT, PCdoB, PCB, PSB e PDT e personalidades da sociedade civil, de todas as extrações sociais. Recentemente o Fórum 21 promoveu uma sequência de debates e publicou um documento, com o mesmo nome, retomando e aprofundando muitas das questões levantadas naquele documento do ano 2000, desafiando a que façamos uma reflexão mais complexa sobre o futuro.

No início de 2000 este Manifesto é lançado e dá forma ao "Movimento Em Defesa do Brasil, da Democracia e do Trabalho", em cuja "mesa executiva" estávamos eu e Aldo, acompanhados dos principais dirigentes dos partidos da esquerda brasileira de então. O nome de Aldo fora sugerido por Brizola, então vice de Lula na chapa de 98, e o meu nome fora indicado por Lula. Na linha de frente da foto, que está na página 321, do livro "Alma em Fogo", estão Zuleide Faria (PCB), João Amazonas (PCdoB), Aldo Arantes (PC do B), Tarso Genro (PT), Herman Baeta (representando a "sociedade civil", presidente do Conselho Federal da OAB), Lula (PT) e Miguel Arraes (PSB) e na segunda fila, da referida foto, está um conjunto de líderes sindicais e intelectuais, signatários do Manifesto.

O pragmatismo da governabilidade - necessário dentro das circunstâncias históricas que vivíamos em 2002 com a eleição do Presidente Lula - veio paulatinamente transformando as forças de esquerda, que chegaram ao Governo, em reféns das formas políticas mais tradicionais, que se alastraram como modo de governar em todo o aparato estatal. Nele, maiorias e minorias se formaram da mesma forma que nos governos anteriores, comprometimento que abalou o republicanismo do projeto da esquerda, embora envolvesse na ilegalidade (ou nas margens da legalidade) poucos membros do PT, comparativamente às demais forças políticas. Como força de esquerda majoritária no Governo, porém, o dano sofrido pelo petismo, não foi pequeno.

Neste momento em que o pessimismo, de certa forma justificado, se abate sobre uma parte do campo popular, como se o nosso ciclo democrático estivesse em estado terminal, é bom lembrar dois elementos políticos importantes: primeiro, a tentativa de ruptura do projeto democrático, hoje, no país, não vem do estamento militar, mas do próprio mundo civil, através de lideranças políticas (portanto pode e deve ser combatido no plano da política e não nas "vias de fato"); segundo, independentemente de que esta seja uma posição permanente, o fato é que, no meio da crise, as corporações armadas estão apostando no futuro democrático do país, de onde recolherão a afirmação do seu próprio prestígio e não em aventuras golpistas "revolucionárias", seja de natureza nacional-autoritária, seja numa visão de alinhamento imperial.

Iniciativas de várias origens, no campo da esquerda e no campo democrático e progressista, têm proposto um novo alinhamento das forças de esquerda e democráticas do país, para retirar a nação do impasse que ela se encontra: de um lado, a necessidade de não permitir a interrupção do mandato legítimo da Presidenta de Dilma e, de outro, a urgência de estruturar um programa de esquerda, com base na defesa da soberania nacional e no combate às desigualdades sociais, de modo a não permitir a submissão aos ajustes neoliberais, que só vão aprofundar a crise e aumentar o fosso social entre ricos e pobres do país. O que está em jogo não é se vamos trilhar um caminho socialista democrático ou capitalista, mas se vamos implementar um projeto de nação com soberania, seja ele de que natureza for. O que está em jogo é se vamos ficar amarrados na lógica do rentismo financeiro, que vem sufocando a soberania popular, tanto na ação política e administrativa da autoridade constituida como na formação da opinião, controlada pela mídia oligopolizada.

Diversos manifestos estão sendo lançados no país, não só em defesa do mandato da Presidenta, ameaçado pela liderança e o fascínio que Eduardo Cunha exercia, até há poucas semanas, sobre a oposição neoliberal, mas também em defesa de um novo projeto de desenvolvimento econômico e social, cujo sentido estratégico teria três dimensões: uma dimensão política imediata, para reorganizar o sistema político no país, qualificar a vida dos partidos e o sistema eleitoral; uma dimensão econômica, a partir da perspectiva de que não há solução para crise fora do crescimento e da distribuição de renda; uma dimensão "social", no sentido de que soberania e justiça social compõem a mesma totalidade, ou seja, a partir da constatação que um país desigual é um país dividido, cuja soberania será apenas retórica, porque não gera no seu povo o sentido de pertencimento à nação.

Estes manifestos, originários de quadros políticos, movimentos sociais e sindicais, intelectuais, cientistas, acadêmicos de todas as origens, lideranças da sociedade civil - de baixo para cima e de cima para baixo - apontam para uma retomada daquele movimento do ano 2000. E o fazem, agora, já num novo patamar, dadas as mudanças que o país sofreu no último decênio, que tanto fizeram emergir novos problemas, como melhoraram a vida de pelo menos um terço da nossa população. É um novo momento do Estado Social de Direito, no qual, ou ele avança para novos níveis de redução das desigualdades ou retrocede para a sociedade dos três terços, que estava sendo encaminhada antes dos Governos Lula: 1\3 excluído e caso de polícia, 1\3 no limite da sobrevivência; e 1\3 de incluídos plenamente no consumo e no andar superior do "apartheid" social.

A partir das eleições municipais do próximo ano já teremos uma nova configuração nas forças políticas do país, que serão reorganizadas, tanto forçados pelos ensaios golpistas da direita, como pelo envolvimento de todas as forças políticas com vocação majoritária, nos episódios da Petrobrás. É o ano em que será feita uma filtragem - na esquerda e no campo democrático progressista - por cujos condutos pelos quais passarão as forças, tanto renovadoras como as conservadoras, mas que certamente estarão separadas em direção a 2018. Talvez esta eleição seja definidora dos caminhos do país, nos próximos quinze ou vinte anos, num mundo cada vez mais conturbado pelo "rentismo", pelas guerras, pelas migrações forçadas pela fome e pela violência imperial.

As eleições municipais em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, dentre outras - não os seus resultados quantitativos exclusivamente, mas como se apresentarão as forças de esquerda e democráticas que defendem a soberania nacional e a justiça social - serão extremamente importantes para o desenho deste futuro. Para ele, insista-se, nosso país só terá suas chances sempre com mais democracia, sem atalhos conspirativos e sem golpismos paraguaios.
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Contraponto 18.524 - "Pimenta: Zelotes se vendeu pra Globo?"

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29/12/2015

Pimenta: Zelotes se vendeu pra Globo?


pimenta-pf
 É muito revoltante o que aconteceu com a operação Zelotes. 



 


O Cafezinho deu o furo: publicou a documentação completa da operação da Polícia Federal, quase 500 páginas de escutas telefônicas, documentos comprometedores.

É incrível! A imprensa comercial fingiu que esse documento não existia!

E daí se iniciou uma operação alquímica para transformar a Zelotes numa coisa completamente diferente!

Reportagem do Valor de hoje diz que a Zelotes é uma operação que investiga a venda de medidas provisórias.

A mídia brasileira virou uma Coréia do Norte às avessas: ela muda a história e a realidade a seu bem prazer.

Todos os acusados da Zelotes foram esquecidos e protegidos. A PF não mais acusou ninguém e interrompeu todas as investigações sobre a sonegação das grandes empresas.

Ao invés disso, passou a concentrar sua artilharia contra o filho de Lula, que não tinha nada a ver com nada na operação.

Aí sim, a grande mídia entrou de sola, dando destaque, longas matérias no Jornal Nacional e no Fantástico - todas as outras mídias então também passar a noticiar.

O Valor hoje fala em pontos de contato entre Lava Jato e Zelotes.

Querem juntar as duas, transformando-a numa só conspiração midiático-judicial contra o governo.

Que lindo! Que romântico!

Enquanto isso, os mais de R$ 500 ou R$ 600 bilhões sonegados anualmente, um valor infinitamente maior do que qualquer esquema de corrupção, seja trensalão, mensalão ou petrolão, são varridos para debaixo do tapete.

Lula dá um depoimento na Polícia Federal, que vaza horas depois para a TV Globo.

Nenhum governador ou ex-presidente é chamado para depor na PF, apenas Lula.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) resume a coisa: “Não posso crer que o curso das investigações na PF seja ditado pelo interesse editorial do Jornal Nacional”.

É exatamente isso que está acontecendo, deputado.

Ao mesmo tempo, o nosso ministro da Justiça afirma que há uma "revolução na PF".

Sim, claro, quanto mais a PF seguir as ordens da Globo, maior será a sua glória!

Talvez até ganhe o Prêmio Faz Diferença em 2016!

Aliás, a sonegação da Globo, outro furo do Cafezinho, também foi arquivada na PF do Rio de Janeiro...

O que é mais sinistro é o pacto de silêncio e cumplicidade das mídias nacionais em torno da Globo.

É como se houvesse um terrível e silencioso sistema de censura branca, pelo qual apenas notícias antes chanceladas pela Globo pudessem ser veiculadas livremente por outros órgãos de imprensa.

Se não sair na Globo, é porque a notícia é subversiva: melhor não publicar...

Se sair na Globo, mesmos as notícias mais vagabundas e mentirosas, vide os "furos" de Lauro Jardim, só aí a mídia nacional sente-se à vontade para correr atrás de mais detalhes.

Mas isso não vai durar muito.

Em 2016, o Cafezinho tem como objetivo contratar um repórter investigativo para me ajudar.

Enquanto a mídia devasta suas próprias redações, demitindo em massa, a blogosfera cresce, contratando gente.

O jogo vai virar.

Os documentos da Zelotes, por exemplo. São 494 páginas.

Basta mergulhar nelas e ir puxando o fio.

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Da assessoria do deputado Paulo Pimenta, por email.

Pimenta pede à Polícia Federal retomada do foco central da Operação Zelotes e questiona seletividade de investigações

Relator da subcomissão da Câmara Federal que acompanha os desdobramentos da Operação Zelotes, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) questionou, nesta terça-feira (29), o Diretor Geral Substituto da Polícia Federal, Rogério Galloro, por que estão paralisadas as investigações que apuravam desvios de R$ 20 bilhões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) da Receita Federal. Prometidas para julho de 2015, as denúncias contra grandes bancos e empresas, como Bradesco, Santander, Mitsubishi, entre outras, nunca foram apresentadas.

A preocupação do parlamentar é que, segundo informações às quais ele teve acesso, a Polícia Federal não realiza há meses nenhuma diligência dentro escopo original das denúncias da Operação Zelotes.

Nesse período, porém, a PF abriu uma investigação paralela para apurar a compra de medidas provisórias no Governo Federal. “Não posso crer que o curso das investigações na PF seja ditado pelo interesse editorial do Jornal Nacional”, disse Pimenta, em referência ao fato de a Zelotes só ter recebido destaque na imprensa quando envolveram o nome do filho do ex-presidente Lula na Operação.

Pimenta aponta nessa “dobradinha com a imprensa” um dos fatores que podem ter sido responsáveis pelo desvio de foco e paralisação da Zelotes, já que, para ele, a investigação contra os bancos e os grandes anunciantes da própria mídia não têm espaço na imprensa. O deputado lembra que o juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, é defensor desse tipo de relação com a imprensa. Em artigo, Sérgio Moro defendeu que só “com o apoio da opinião pública, elas [as operações] têm condições de avançar e apresentar bons resultados”.

FHC – Questionado pelo deputado se há algum critério dentro da Polícia Federal para que sejam ouvidos ex-presidentes da República, Galloro alegou que não há nenhum padrão a ser seguido e que a autoridade policial tem autonomia para ouvir quem julgar necessário. “Essa subjetividade das escolhas é que causa estranheza. Se o objetivo é ouvir os ex-presidentes sobre supostos escândalos que ocorreram durante seus governos, por que motivo o Fernando Henrique nunca foi chamado, já que a corrupção na Petrobrás e o caso Alstom em São Paulo – para ficar só nesses dois episódios – iniciaram quando ele ainda era Presidente?”, indagou o parlamentar.

Pimenta lembrou que governadores ou ex-governadores também nunca foram chamados para depor sobre supostos casos de corrupção que tenham ocorrido durante o tempo em que estiveram à frente do Executivo. “Deveria haver um critério, então, para todos. Esse direcionamento das investigações é que gera perplexidade”, contestou o parlamentar.

Vazamentos – Outra observação feita pelo deputado foi quanto ao vazamento do conteúdo do recente depoimento do ex-presidente Lula, que prestou esclarecimentos à Polícia Federal na condição de informante para a Operação Lava-Jato. As informações foram vazadas e menos de 24 horas depois foram apresentadas pelos telejornais da Rede Globo.

Pelo Código de Ética da Polícia Federal é vedado ao agente público do Departamento “usar ou repassar a terceiros, através de quaisquer meios de comunicação, informações ou conhecimento de domínio e propriedade do Departamento de Polícia Federal”. Além disso, o artigo 153 do Código Penal prevê para o crime de vazamento de informações sigilosas pena de detenção de um a quatro anos, enquanto a Lei 9.296/96, que tipifica como crime o vazamento de informações sigilosas constantes de processos judiciais, estabelece pena de dois a quatro anos de prisão.

Diante do caso, o Diretor Geral Substituto da PF afirmou que os vazamentos à imprensa “serão objeto de apuração” e se resumiu a dizer que a “PF procura evitar qualquer tipo de exposição” e que, se houver condutas equivocadas, as mesmas serão corrigidas.

Conselheiros – Por fim, Pimenta questionou também por que não são objeto das investigações as escolhas dos conselheiros feitas pelas entidades como a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF). As investigações apontaram que os conselheiros do Carf recebiam propina para anular multas milionárias de grandes empresas com a Receita Federal.

Deflagrada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, inicialmente para investigar a corrupção no Carf, a Operação Zelotes foi perdendo fôlego ao longo do ano. Pelo esquema, empresas com dívidas com a União pagavam propina a conselheiros do Carf para se livrarem das multas. “São empresas que contam com a blindagem da mídia e a disposição da imprensa de transformar a Zelotes em algo que ela não é. Espero que a PF retome o foco e conclua suas investigações para que o Brasil possa conhecer quem são as grandes empresas sonegadoras do país, e as pessoas que montaram esse esquema bilionário de corrupção dentro do Carf”, enfatizou Pimenta.

Assessoria Parlamentar

Foto: Fabricio Carbonel
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