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07/06/2016
Governo usurpador balança
Janot pede ao STF prisão de cabeças do golpe: Cunha, Jucá, Sarney e Renan; o que pesa contra Michel Temer na Lava Jato
Do Viomundo - 07 de junho de 2016 às 10h50
Janot pede prisão de Calheiros, Jucá, Cunha e Sarney
O pedido teria sido feito há pelo menos uma semana pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e está sob avaliação do ministro do STF, Teori Zavascki. As informações foram publicada em reportagem de O Globo
por Iracema Amaral, O Estado de Minas, 07.07.2016
Na quarta- feira (1º) da semana passada, eram fortes os boatos de que no dia seguinte haveria prisões em Brasília por conta de investigados na Operação Lava-Jato.
Quase uma semana depois, reportagem de O Globo informa, nesta terça-feira, que o pedido de prisões partiu do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e que teria como alvo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente da República, José Sarney.
Os pedidos de prisões estariam com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, há pelo menos uma semana. Também foi pedida por Janot a prisão do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A reportagem informa ainda que, para Janot, Calheiros, Jucá e Sarney são suspeito de obstruir as investigações da Lava-Jato.
No caso de Sarney, em função da idade avançada, 86 anos, Janot teria pedido tornozeleira eletrônica.
O procurador teria justificado o pedido na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que apresenta indícios de que os três queriam limitar as investigações da Lava-Jato.
Gravações
O ex-presidente da Transpetro já derrubou dois ministro de Michel Temer por conta de conversas gravadas entre Sérgio Machado e os ex-ministros Romero Jucá, do Planejamento, e Fabiano Silveira, da Transparência, Fiscalização e Controle.
Propina
Sérgio Machado também contou em delação premiada que pagou pelo menos R$ 70 milhões a integrantes da cúpula do PMDB. Machado disse que pagou a Renan cerca de R$ 30 milhões. Para Sarney, o ex-presidente da Transpetro afirmou ter entregado cerca de R$ 20 milhões. Machado citou ainda que deu R$ 20 milhões a Jucá. O ex-presidente da Transpetro ainda contou aos investigadores da Lava-Jato que o dinheiro entregue a Calheiros, Jucá e Sarney foi desviados da Transpetro.
Nome de Temer apareceu na Operação Castelo de Areia, que precedeu a Lava Jato e foi anulada pelo STJ
O que pesa contra Temer na Lava Jato
O substituto de Dilma teve seu nome citado diversas vezes no escândalo de corrupção
da CartaCapital, em 18.04.2016
Neste domingo 17 a Câmara aprovou a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Por 367 votos a 137, os deputados entenderam que as acusações de crime de responsabilidade procedem e impedem Dilma de continuar a governar.
O vice-presidente Michel Temer, que deve assumir a presidência da República caso o Senado confirme a decisão da Câmara, não deve ter vida fácil, entretanto. Ao contrário de Dilma, ele é citado como beneficiário nos escândalos de corrupção investigados na Lava Jato.
Em planilhas apreendidas pela Polícia Federal na casa de um executivo da Camargo Corrêa, Temer é citado 21 vezes entre 1996 e 1998, quando era deputado pelo PMDB, ao lado de quantias que somam US$ 345 mil.
A investigação ocorreu em 2009, durante a Operação Castelo de Areia, cujo alvo era a empreiteira, e apurava suspeitas de corrupção e pagamento de propina a políticos para obter contratos com o governo. Temer refutou as acusações e a Castelo de Areia não foi adiante.
Em 2014, a Operação Lava Jato prendeu três diretores da Camargo Corrêa e descobriu uma nova planilha que também apontava para Temer e políticos tucanos.
O documento relaciona o vice-presidente a dois pagamentos de US$ 40 mil por projeto de pavimentação em Araçatuba e pela duplicação de uma rodovia em Praia Grande, cada um deles estimados em US$ 18 milhões.
Em 2015, Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, em acordo de delação premiada com a Lava Jato, afirmou que o lobista Fernando Baiano era operador da cota do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras, representando principalmente o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e Michel Temer.
No ano passado, o nome de Temer apareceu ligado também à OAS, ao lado de Eduardo Cunha e Renan Calheiros. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, divulgou indícios de que Temer recebera R$ 5 milhões do dono da empreiteira, José Aldemário Pinheiro, condenado a 16 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A suspeita partiu de conversas registradas no celular de Pinheiro, apreendido em 2014, em que Cunha questiona o empreiteiro por ele pagar os cinco milhões de reais a Temer de uma vez e adiar o repasse aos outros líderes do PMDB.
Essa foi uma das informações que fundamentou a ordem do Supremo Tribunal Federal à Polícia Federal para que fosse deflagrada a Operação Catilinárias, que atingiu as principais lideranças do PMDB, como Eduardo Cunha, Renan Calheiros, o senador Edison Lobão (MA) e os ministros Celso Pansera e Henrique Eduardo Alves.
Em fevereiro deste ano, o senador Delcídio do Amaral (MS), em acordo de delação premiada, envolveu Temer em um caso de aquisição ilícita de etanol por meio da BR Distribuidora, ocorrido entre 1997 e 2001, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
No depoimento, Delcídio afirma que Temer chancelou a indicação de João Augusto Henriques e Jorge Zelada a cargos de direção da Petrobras; ambos foram condenados na Operação Lava Jato, sendo que Henriques é apontado como principal operador do esquema e teria sido apadrinhado por Temer.
O desgoverno Temer e o apetite insaciável da base aliada do golpe
por Ivan Valente, no Facebook
Deputados que apoiaram o impeachment e foram afastados de seus cargos em órgãos estatais cobram agora a fatura de Temer para que sejam reconduzidos aos postos de antes.
A questão é que este apetite insaciável por cargos tem sido mais um fator de desgaste para Temer, que já se notabilizou por uma composição ministerial voltada a atender a barganha dos parlamentares golpista no Congresso Nacional.
Ao não conseguir cumprir sua promessa de redução de cargos federais, o governo Temer aprofunda seu descrédito e acaba tendo que pagar ainda mais caro por apoio parlamentar.
Há dois meses do início da campanha eleitoral nos municípios, soma-se a esse quadro de desgaste a negativa dos parlamentares em votarem medidas de ajuste que comprometam seus próprios interesses eleitorais.
Esta é a dinâmica que tem levado o governo interino, impopular e ilegítimo a uma situação insustentável.
Empurra que ele cai!
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