29/06/2016
Quando até Elio Gaspari admite que é golpe, é porque não há mais como defender qualquer outra coisa. Por Paulo Nogueira
Diário do Centro do Mundo - Postado em 29 Jun 2016
Quando até Elio Gaspari admite que é golpe, é porque não há mais como defender qualquer outra coisa.
Elio é colunista da Folha e do Globo, e dos mais influentes. É também cioso em cuidar de seus empregos. Nas suas colunas sobre a crise, jamais falou do papel da imprensa no trabalho crucial de desestabilização de Dilma, ao contrário, para ficar num caso, de Jânio de Freitas.
Em seus vários livros sobre a ditadura, da mesma forma, Roberto Marinho virtualmente não aparece. É como se a voz da ditadura — Marinho e sua Globo — fosse coadjuvante e não, como foi, protagonista da trama.
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Elio é colunista da Folha e do Globo, e dos mais influentes. É também cioso em cuidar de seus empregos. Nas suas colunas sobre a crise, jamais falou do papel da imprensa no trabalho crucial de desestabilização de Dilma, ao contrário, para ficar num caso, de Jânio de Freitas.
Em seus vários livros sobre a ditadura, da mesma forma, Roberto Marinho virtualmente não aparece. É como se a voz da ditadura — Marinho e sua Globo — fosse coadjuvante e não, como foi, protagonista da trama.
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Mas agora, na coluna de hoje nos dois principais jornais brasileiros, Elio Gaspari enfim se rende.
O que levou Elio a admitir o óbvio foi a confissão da senadora Rose de Freitas. Líder do governo, vinculada ao golpe, Rose reconheceu dias atrás que não houve pedalada — o alegado crime que justificaria a deposição de Dilma.
Ainda acrescentou que conhece a fundo o assunto, por lidar com questões de orçamento em sua rotina de senadora.
Se não houve o crime, é golpe.
Elio nota, outra vez com atraso, que não é um julgamento, mas uma simulação de julgamento. Jogo de cartas marcadas. Isso acontece quando você já define o resultado antes que a defesa do réu possa expor seus argumentos.
Como contei outro dia, foi o aconteceu nos célebres julgamentos de Moscou dos anos 1930, quando Stálin liquidou seus adversários no Partido Bolchevique com julgamentos que eram uma farsa.
Exatamente por ser tão cuidadoso ao tratar de temas ligados aos interesses das grandes corporações de jornalismo e seus donos, o artigo de Elio Gaspari é especialmente relevante. (Lembro, numa reunião da direção da Globo, como Roberto Irineu Marinho contou com satisfação o guia do Metropolitan que Elio montara para ele. Era uma visita para dummies, coisa de vinte ou trinta minutos, e Elio a elaborara com base em sua experiência como correspondente da Veja em Nova York.)
Fora dos círculos estritamente golpistas, incluídos aí os barões da imprensa e seus fâmulos mais servis entre os comentaristas, já não dá para dizer que o golpe não é golpe.
Em termos de mídia, depois da confissão de Elio Gaspari, o próximo passo seria um editorial da Folha nos mesmos termos.
Mas aí já seria esperar demais da família Frias.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
O que levou Elio a admitir o óbvio foi a confissão da senadora Rose de Freitas. Líder do governo, vinculada ao golpe, Rose reconheceu dias atrás que não houve pedalada — o alegado crime que justificaria a deposição de Dilma.
Ainda acrescentou que conhece a fundo o assunto, por lidar com questões de orçamento em sua rotina de senadora.
Se não houve o crime, é golpe.
Elio nota, outra vez com atraso, que não é um julgamento, mas uma simulação de julgamento. Jogo de cartas marcadas. Isso acontece quando você já define o resultado antes que a defesa do réu possa expor seus argumentos.
Como contei outro dia, foi o aconteceu nos célebres julgamentos de Moscou dos anos 1930, quando Stálin liquidou seus adversários no Partido Bolchevique com julgamentos que eram uma farsa.
Exatamente por ser tão cuidadoso ao tratar de temas ligados aos interesses das grandes corporações de jornalismo e seus donos, o artigo de Elio Gaspari é especialmente relevante. (Lembro, numa reunião da direção da Globo, como Roberto Irineu Marinho contou com satisfação o guia do Metropolitan que Elio montara para ele. Era uma visita para dummies, coisa de vinte ou trinta minutos, e Elio a elaborara com base em sua experiência como correspondente da Veja em Nova York.)
Fora dos círculos estritamente golpistas, incluídos aí os barões da imprensa e seus fâmulos mais servis entre os comentaristas, já não dá para dizer que o golpe não é golpe.
Em termos de mídia, depois da confissão de Elio Gaspari, o próximo passo seria um editorial da Folha nos mesmos termos.
Mas aí já seria esperar demais da família Frias.
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