29/06/2016
MP manda avisar que “não quer” delação de Cunha. “Seriam peixinhos”…E os tubarões?
Por Fernando Brito
“Fontes” do Ministério Público mandam dizer, pela coluna do Lauro Jardim em O Globo que não está interessado numa eventual delação premiada de Eduardo Cunha.
“De que adianta ele delatar 80 deputados do baixo clero?”, teriam dito.
Estranha lógica a dos “fiscais da lei”: “só” oitenta cidadãos que têm o direito de decidir, com seu voto, como serão as leis do país, os direitos do povo e o destino dos dinheiros públicos?
Ou será que suas excelências se preocupam que Cunha, delatando, fale dos peixes grandes com os quais conversava como chefe do cardume?
Porque naquele pantanal, só ele tinha tamanho para negociar com os tubarões e até com as aves de bico grande, tucanos ou até um jaburu. Poder-se-ia pensar numa ave assim, pois não?
A outra explicação é igualmente pífia.
“A Lava-Jato precisaria de um troféu. Livrar todo mundo da prisão, via delação, não seria didático. E Cunha não podia ser um troféu mais reluzente”.
Quer dizer que, confessadamente, a delação livra da prisão quem interessa e convém? Cadê a história de que ela se justifica pelo alcance das informações que pode trazer?
Ainda que fossem “só oitenta deputados” – e portanto, outros tantos corruptores e não se sabe mais quantos cúmplices, como era o agora delator Fábio Cleto – será que “não vem ao caso”?
Desde quando a delação precisa implicar na liberdade de Cunha? O MP já provou, com casos como o de Paulo Roberto Costa, que não tem vergonha em colocar o perdão dos membros da família envolvidos nas falcatruas e Cunha está numa evidente situação assim.
Por mais odioso e nojento que tenha sido o gasto com luxos do dinheiro pela família Cunha, é obvio que as “usufrutárias” daquelas despesas, sem a gazua do deputado, não oferecem periculosidade.
O nosso MP resolveu ter crise de consciência logo com Cunha?
Ou está interessado em mandar recados a quem interessar possa que o silêncio de Cunha está garantido?
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