13/10/2009
Proposta brasileira sobre mudanças climáticas deve ficar pronta este mêsPriscilla Mazenotti. Repórter da Agência Brasil
Brasília - A proposta brasileira para enfrentamento das mudanças climáticas deverá estar pronta ainda este mês. O plano prevê que, até 2020, o desmatamento seja reduzido em 80%, o que vai permitir que 4,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) deixem de ser emitidas. A proposta será apresentada na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, marcada para dezembro, em Copenhague (Dinamarca).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o assunto em seu programa de rádio, Café com o Presidente. Ele disse que a ideia é fazer com que outros países também participem da construção da proposta. “Queremos construí-la junto com outros países. Nós queremos ver o que que é possível tirar em Copenhague, como proposta, sobretudo, do mundo desenvolvido, para que eles assumam compromissos, não apenas para diminuir as emissões, mas para que possam pagar pelo estrago que já fizeram ao planeta”, disse.
Lula afirmou que a proposta a ser construída deverá medir o quanto cada país emite de gás, o quanto emitiu ao longo da sua história, e o quanto está contribuindo para reduzir as emissões. “Porque aí você vai responsabilizar cada país pelo estrago que ele fez e acabar com essa discussão genérica, em que todo mundo quer ser tratado em igualdade de condições. Nós queremos que os outros países assumam a responsabilidade”, disse.
Em Copenhague, os 192 países-membros da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas terão que definir um novo acordo climático para regular as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando expira o primeiro período de compromisso do Protocolo de Quioto.
“Se eles estão emitindo muito gás de efeito estufa, terão de diminuir. Significa diminuir o padrão de consumo ou mexer em alguma coisa da produção. Se eles não quiserem fazer isso, vão ter que reflorestar o seu país. Se eles não quiserem fazer isso, vão ter que pagar para os países que têm matas, que têm florestas ainda, preservar e ter uma compensação financeira por isso”, completou.
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