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02/12/2012
Rosemary e a mão que balança o berço
Do Blog do Miro - domingo, 2 de dezembro de 2012
Por Renato Rovai, em seu blog:

Não se pode dizer que a operação foi completamente mal sucedida. Em algumas cidades, essa cobertura tirou votos de candidatos petistas que foram suficientes para derrotas eleitorais. Mas na principal cidade do país, São Paulo, a operação deu com os burros n´água.
Por isso, após o julgamento da Ação Penal 470, havia quem esperasse que o STF se voltasse para o mensalão tucano e que, mesmo contrariada, nossa mídia tradicional tupiniquim desse algum destaque ao assunto.
Robin não perdoaria: “Quanta ingenuidade, Batman!”
O caso da vez é a Operação Porto Seguro, que envolve a ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha. Ainda não existem provas suficientes para responsabilizá-la pelo que ocorreu no esquema de desvio de verbas que envolveria os irmãos Paulo e Rubens Vieira. Mesmo assim, sem provas e com uma operação que precisa ser investigada, os colunistas que são recebidos com honras e pompas nos gabinetes do Palácio do Planalto e cujos veículos são beneficiados com grande volume de verbas publicitárias pela Secretária de Comunicação, já deram o veredicto. Rose é amante de Lula. Este é o crime a ser investigado.
A matéria de hoje na Folha de S. Paulo republicada pelo Azenha com um bom comentário ao final escancara a história.
E agora éticos como Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo não têm motivos para não tripudiarem.
O amigo acha que se deveria esperar algo diferente? Alguma ilusão? A mídia tradicional quer reescrever a biografia de Lula. Ela não aceita que o ex-operário passe para a história como o presidente que mudou o país, tirando-o da histórica subserviência internacional e melhorando imensamente a vida de milhões de pessoas. E para atingir seus objetivos, esses veículos não têm limites. A mesma Folha já publicou artigo de um tal César Benjamim que acusava Lula de ter estuprado um “garoto do MEP” na prisão.
Ou seja, Lula é a bola da vez. Zé Dirceu já é passado e só falta a foto com algemas. Se Lula não for completamente desmoralizado não será possível acabar com essa raça, como registrou Jorge Bornhausen num tempo não tão distante.
A questão que intriga é que mesmo com tudo isso, os governos petistas tanto no plano federal quanto em nível estadual e municipal continuam balançando o berço da mídia tradicional. A Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal, por exemplo, enviou diversos sinais de que a vida mansa desses veículos não será alterada. Ao contrário, as mensagens que chegam é de que os veículos independentes é que terão que arrumar outras formas de sustento, porque a tal “mídia técnica” não nos entende como merecedores de publicidade.
A “mídia técnica” adotada no Brasil de técnica não tem nada. Há no mundo inteiro diversas formas de distribuição dos recursos de publicidade que levam em consideração a ampliação da diversidade informativa. E mesmo no Brasil há experiências, como a da compra de alimentos para a merenda escolar, onde 30% são destinados para a agricultura familiar, que poderiam inspirar novos modelos na Secom. Mas que nada. Tanto no governo federal quanto em outras instâncias o PT e alguns de seus aliados preferem investir nos algozes. São esses veículos que têm perdido audiência e leitores que mantém seus quinhões inalterados na distribuição de receitas.
O fato é que está cada dia mais difícil fazer jornalismo que não seja de adulação ao mercado e de detonação ao petismo. Este jornalismo consegue ter os anúncios privados e ao mesmo tempo os recursos governamentais. Os que insistem em fazer jornalismo em defesa dos movimentos sociais e em se relacionar com governos petistas de forma independente, mas sem entendê-los como células de uma grande organização criminosa, ficam sem os recursos do mercado e são punidos por esses mesmos governos que entendem que fazemos “jornalismo político”.
Veja, Globo, Folha e Estado não fazem jornalismo político. Por isso, a Folha pode publicar uma matéria sem que haja uma fonte sequer falando em on e mesmo assim afirme que Rosemary Noronha é amante de Lula. Eles são limpos, nós sujos.
A verdade é que não há nada mais político do que quando alguém impõe um limite técnico para sustentar seu discurso. Até para defender a escravidão havia um certo discurso “técnico”.
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