07/04/2013
Folha foi tosquiar
o Maduro e saiu tosquiada
Do Conversa afiada - Publicado em 07/04/2013
A Globovisión tentou o primeiro Golpe de Estado pela tevê. A daqui ainda não desistiu.
Saiu na Folha (*) implacável, impiedosa, inclemente entrevista com Nicolás Maduro, candidato a suceder Chávez na Venezuela:
(A Folha tem Ilustres colonistas (**) que são implacáveis, impiedosas, inclementes com todos os que frequentam o espaço em 180 graus do espectro político; sobre os que vivem nos outros 180 graus são doces como algodão doce …)
(A Folha tem Ilustres colonistas (**) que são implacáveis, impiedosas, inclementes com todos os que frequentam o espaço em 180 graus do espectro político; sobre os que vivem nos outros 180 graus são doces como algodão doce …)
Maduro no volante
(…)
Na Venezuela, canais privados de televisão fazem campanha para o candidato de oposição à Presidência, Henrique Capriles. E canais estatais fazem campanha para o senhor. Os canais públicos são de todos. Não deveriam ser neutros?
Os canais públicos, em uma revolução como a que estamos vivendo na Venezuela, têm que formar o povo, educar o povo, prepará-lo para essa revolução. Têm que sair defendendo a verdade frente a uma ditadura midiática que promoveu um golpe de Estado [em 2002, as emissoras privadas apoiaram a tentativa frustrada de depor Chávez]. Foi o primeiro golpe de Estado dado por canais de televisão. É preciso buscar uma leitura mais próxima do que se passa na Venezuela. Os canais públicos têm sido o contrapeso necessário e são o sustentáculo para estabilizar a sociedade. Se tivessem desaparecido nos últimos seis anos, haveria uma guerra civil. Os canais privados nos teriam levado a uma guerra de todos contra todos.
A Globovisión, emissora privada de oposição, está sendo vendida a um empresário amigo do governo. E assim é possível que quase todos os meios sejam favoráveis ao chavismo.
Nós soubemos pela imprensa que a Globovisión estava sendo vendida. Em todo caso, é uma negociação entre empresários amigos. É problema deles, realmente. É preciso ver como termina. Quem sabe a mensagem mais poderosa da venda da Globovisión é a de que sabem que estão perdidos.
Eles dizem que fizeram de tudo para eleger a oposição a Chávez, o que os levou a uma situação precária.
A Globovisión simplesmente jogou para derrubar o governo e fracassou. E o fracasso político e de comunicação os levou a um fracasso econômico. Estão quebrados, dizem eles. E simplesmente estão separados da sociedade. Sabem que vamos governar este país por muitos anos, a revolução continua. E eu creio que estão cansados já. Se cansaram, se renderam.
O candidato Capriles diz que não tem acesso às rádios porque as que dão abertura à oposição são perseguidas. Não é importante que as vozes divergentes tenham espaço?
Bem, mas elas têm 80% dos meios de comunicação. Se você vai agora mesmo a qualquer lugar de Barinas e compra os jornais, verá que são privados e contra o governo. As televisões regionais, as rádios, 80% a 90% delas são contra o governo. Fazem seu negócio, vendem seu produto. Eles [oposição] têm todos os meios, nós temos um só: a consciência popular, que os derrota todos os dias. Quanto mais veneno jogam, mais as pessoas reagem. Você pode andar por qualquer lugar em Caracas. Encontrará um povo com consciência. Como se criou isso? Com a liderança do presidente Chávez, que era pedagógico, saía à rua, falava, formava as pessoas.
(…)
O governo do ex-presidente Lula diminuiu a pobreza mas nunca falou em mudar as estruturas capitalistas da sociedade brasileira, como pregava Hugo Chávez na Venezuela. O que o senhor acha de quando colocam o “lulismo” em contraponto ao “chavismo”?
Cada país tem o seu ritmo. Eu fui testemunha de pelo menos 14 reuniões do presidente Lula com o presidente Chávez. E posso te dizer que eram dois irmãos. Os dois se entendiam perfeitamente. E os dois sabiam que tanto o que Lula fazia, como grande líder do Brasil, quanto o que Chávez fazia aqui era parte de um só processo, de libertação da América Latina.
Não tem a esquerda boa, com Lula (sic) , e a esquerda má?
Tentou-se por muito tempo [dizer isso]. Em 2007, havia toda essa campanha brutal contra o presidente Chávez. E Lula propôs, para que eles não brigassem… ele dizia assim: [imitando Lula] “‘Chávess’, vamos fazer uma coisa. Vamos nos reunir a cada três meses para acabar com a intriga”. E assim se fez. Foram mais de 14 reuniões a partir daí. Agora, sim, o que posso te dizer: Lula para nós também é um pai. Porque Lula é fundador das correntes de esquerda de novo tipo que surgiram nos anos 80 adiante. Nós nos inspiramos na ética de Lula, na energia dele, em sua liderança trabalhadora.
Mas Lula, como eu disse (sic !), não fala em mudar o capitalismo.
Cada um lidou com a circunstância histórica do seu país. E Lula empurrou o Brasil até uma grande onda progressista, de prosperidade, de desenvolvimento.
O candidato Capriles diz que o modelo dele é Lula.
Para a direita pega muito mal… para uma direita que nunca trabalhou pega muito mal colocar-se “barba a barba” com Lula. Lula ganhou trabalhando nos fornos da luta, da história.
Ele elogia Lula por combater a pobreza sem mexer no setor privado.
Se há algo a dizer de Lula, Néstor Kirchner, Cristina [Kirchner] e outros líderes é que são, na essência, antineoliberais. Libertaram nossos países do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. E essa direita que trata de se colocar disfarçada de Lula é, em sua essência, privatizadora, dependente da forma neoliberal e do FMI. Não têm nada que ver com o legado nem com o patrimônio político e cultural dos valores que Lula representa.
Navalha
É possível que a Folha tenha ido a Caracas jogar uma casca de banana que derrubasse as pretensões políticas de Maduro, um motorista de ônibus, sindicalista e vice-presidente de Chávez.
Seria um feito de dar orgulho ao PiG (***) comatoso – clique para ler sobre a demissão de 50 jornalistas naquele que, pelo jeito, vai fechar antes da Folha.
Tanto assim, que o título da impiedosa entrevista é insípido, inodoro, incolor: “Maduro ao volante”…
Foi tosquiar e saiu tosquiada.
Pensou que o motorista de ônibus era outro nordestino metalúrgico e sem dedo.
O interessante a observar – como já tem feito inúmeras vezes o Rodrigo Vianna – é que há na Venezuela mais liberdade de expressão do que no Brasil.
Lá, como aqui, a Globo (conhecida como Globovisión) tentou dar um Golpe de Estado pela televisão.
Aqui, a Globovisión não desistiu – clique aqui para ler “Lula será sumariamente julgado” e “Falcão confirma: quem condenou o Dirceu foi a Globo”.
A Globovisión quer levar o Golpe ao Supremo.
A Globovisión e os que são implacáveis com 180 graus do espaço polítitico.
São inclementes !
Impiedosas !
O Maduro deve ter achado as brasileiras muito divertidas.
E pretensiosas.
Seria um feito de dar orgulho ao PiG (***) comatoso – clique para ler sobre a demissão de 50 jornalistas naquele que, pelo jeito, vai fechar antes da Folha.
Tanto assim, que o título da impiedosa entrevista é insípido, inodoro, incolor: “Maduro ao volante”…
Foi tosquiar e saiu tosquiada.
Pensou que o motorista de ônibus era outro nordestino metalúrgico e sem dedo.
O interessante a observar – como já tem feito inúmeras vezes o Rodrigo Vianna – é que há na Venezuela mais liberdade de expressão do que no Brasil.
Lá, como aqui, a Globo (conhecida como Globovisión) tentou dar um Golpe de Estado pela televisão.
Aqui, a Globovisión não desistiu – clique aqui para ler “Lula será sumariamente julgado” e “Falcão confirma: quem condenou o Dirceu foi a Globo”.
A Globovisión quer levar o Golpe ao Supremo.
A Globovisión e os que são implacáveis com 180 graus do espaço polítitico.
São inclementes !
Impiedosas !
O Maduro deve ter achado as brasileiras muito divertidas.
E pretensiosas.
Paulo Henrique Amorim
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