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12/07/2013
O homem que deu o furo da funcionária da Receita que sumiu com o processo contra a Globo
Do Diário do Centro do Mundo - 11 de julho de 2013
As causas do advogado carioca Eduardo Goldenberg.
Kiko Nogueira
O advogado carioca Eduardo Goldenberg, 44 anos, morador da
Tijuca, tem algumas dúvidas na vida, mas pelo menos duas certezas: “1)
Quem começou a foder o Brasil foi a Globo; 2) O que a Globo quer eu não
quero”.
Foi ele quem descobriu a ação do Ministério Público que
condenava a funcionária da Receita Cristina Maris Meinick Ribeiro por
sumir com o processo contra a Globopar. “Eu vi os artigos sobre a dívida
de 600 milhões. Quando disseram que o processo havia desaparecido, fui
atrás. Pesquisei no site Consultor Jurídico e em outros lugares até
encontrar a história do sumiço”, diz.
Uma vez com o número do processo, escreveu um post no
Twitter avisando alguns blogueiros, que deram a notícia. Goldenberg é um
farejador incansável e que trabalha sozinho (embora tenha boas fontes).
A revelação teve ampla repercussão — mas ele nem sempre foi creditado
como autor. “Meus amigos ficaram putos com isso. Eu não. Como não sou
pavão, deixei para lá. Muitos desses blogueiros progressistas têm os
mesmos vícios dos caras do PIG”.
Eduardo tem um ídolo absoluto: Leonel Brizola. (“Mito”). Se
declara brizolista desde os 13 anos. Cita o político gaúcho com fervor e
devoção. Conheceu-o depois de pregar uma peça na repórter Renata
Ceribelli, que entrevistava a plateia num festival de música em 2000.
Renata perguntava às pessoas o que elas estavam achando dos shows,
quando chegou a vez de Goldenberg. Ele saca um boné e grita o slogan da
campanha de Brizola para a prefeitura
do Rio: “Faz um 12, Brizola!”.
“Te filie ao PDT!”, disse Brizola para ele no dia seguinte.
“Eu nunca quis me filiar. Mas foram conversas que mudaram o rumo da
minha cabeça. Quero honrar o sentimento de independência dele”.
Herdou do “Velho”, como o chama, a ojeriza pela Globo. “Os
governos têm uma relação promíscua com a Globo. Só o Leonel peitou a
Vênus Platinada”. Define essa bronca como ira santa. “A Globo é uma
potência mundial. Tenho orgulho de ser bloqueado por eles no Twitter.
Nós somos um país dominado pela Globo. Havendo uma chance de contribuir
para que os podres dela venham à tona, eu o farei. Por que o Ministério
Público não correu atrás da Cristina Maris? Parece que ela teria se
valido do direito constitucional de ficar em silêncio. Por quê?”
Não foi a primeira vez que Goldenberg deu um furo. Num
domingo, há dois anos, estava tomando cerveja quando um conhecido lhe
telefonou contando que Aécio Neves fora parado numa blitz da Lei Seca.
Ele pôs no Twitter. “Em 25 minutos, aquilo estava nos jornais do país
todo.” Em 2010, publicou em seu blog Buteco do Edu
cópias dos editais do Diário Oficial em que as filhas de Soninha
Francine eram nomeadas para cargos públicos na prefeitura de São Paulo.
Seu blog tem crônicas, memórias, Brizola, entrevistas,
denúncias, Brizola, boas histórias (algumas com o amigão e cliente Aldir
Blanc, gênio letrista e outro “indignado permanente”). Goldenberg gosta
de advogar e avisa não é colunista, blogprog ou ativista. “A rede, bem
usada, mudou a relação de forças. Eu não quero mudar o mundo”, diz. “Só
quero fazer um barulhinho”.
Kiko Nogueira. Diretor-adjunto do Diário do Centro do
Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista
Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e
Turismo e do Guia Quatro Rodas.
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Muito interessante a postura desse Advogado e Cidadão! Precisamos passar muita a coisa à limpo no Brasil e estamos, com sacrifício, levando essa missão avante. É por aí!
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