sábado, 5 de julho de 2014

Contraponto 14.167 - "Ricardo Boechat - o boçal"

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 05/07/2014

 Ricardo Boechat - o boçal


Hoje eu ouvi aquele boçal do Ricardo Boechat falando a respeito das despesas de campanha que as três principais candidaturas à presidência da República declararam à justiça eleitoral: Dilma Rousseff: 298 milhões; Aécio NEVER: 290 milhões; Eduardo Campos: 150 milhões.

Em tom de reprovação o Bostaechat disse que é um absurdo o gasto de mais de 600 milhões só entre os três principais candidatos e que "deve haver alguma compensação para tanto investimento".
Ele até que tem razão. Duplamente. Primeiro, porque é mesmo um absurdo. Segundo, porque há sim muita compensação.

Mas é exatamente aí que eu não aturo essa falsa indignação desses âncoras de merda da imprensa de merda que faz esse jornalismo de merda que infecta o nosso país.

Vamos lá. Em 2012, as despesas eleitorais dos DOIS candidatos a presidente dos EUA totalizaram mais de 6 bilhões de dólares!!! Aproximadamente vinte vezes mais que as despesas dos três candidatos aqui no Brasil. Apesar disso, eu nunca vi a imprensa golpista brasileira, capacha do imperialismo, questionar a "democracia" dos Estados Unidos ou colocar em questão a consistência de um processo eleitoral inundado por dinheiro das grandes corporações, que são quem no fim das contas governam os Estados Unidos e, por tabela, o mundo todo.

Ou seja, o financiamento eleitoral que é praticado no Brasil, por meio de "doações" para as campanhas, é muito parecido com o que é adotado nos Estados Unidos. Lá é bom e aqui não é?
Na verdade, é ruim, péssimo, horrendo, tanto lá quanto cá. E é ruim, péssimo, horrendo justamente porque os "doadores" sempre terão sim as tais compensações que o Bostaechat mencionou.

Mas se a cínica imprensa brasileira estivesse verdadeiramente interessada em contribuir com o avanço democrático do nosso país, ela não precisaria fazer divagações puramente retóricas: poderia ir a fundo na investigação das relações das empresas privadas "doadoras" de campanha com o poder público.

Além disso, se tivéssemos um Judiciário republicano teríamos aproveitado a oportunidade do julgamento do "mensalão" para escarafunchar a problemática dos caixas-2 de campanha eleitoral no Brasil que atinge a TODOS os partidos e, dessa forma, tratar com toda a sociedade uma reforma que efetivamente representasse um salto de qualidade na organização do nosso processo eleitoral em particular e do nosso sistema político em geral.

Mas não. Ao invés disso, a imprensa golpista e o Judiciário corrompido preferiram espetacularizar um julgamento que poderia ter sido o input para um debate amplo e profundo entre todos os setores da sociedade brasileira a respeito do próprio futuro da nossa democracia, e que em razão dessa espetacularização tendenciosa e sensacionalista acabou sendo usado pelos setores mais reacionários da oligarquia nacional, detentora do controle dos meios de comunicação formadores de opinião, para criminalizar a atividade política e perseguir de forma virulenta o partido político que mais se empenha na defesa da reestruturação da nossa sociedade e na criação de novos modelos de participação e representação política.

Agora ficam aí, achando os gastos de campanha absurdos? Conversa! O que fizeram para que não fosse assim? A cobertura do julgamento do MENTIRÃO e a escolha do Joaquim Barbosta como herói (sem nenhum caráter) não foram por acaso. Todo aquele espetáculo foi dirigido sob medida para se fazer muita fumaça sem deixar o fogo pegar efetivamente. A turma que não quer mudança de verdade sabia muito bem quem é que acabaria se queimando se as coisas tivessem tido o rumo que deveriam...
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Um comentário :

  1. Alem do que, o "ídolo" da mídia no STF "sentou em cima de proposta de proibição de "doação" pelas empresas, sob a alegação de que se apenas pessoas físicas pudessem doar "o pt seria o único beneficiado".

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