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15/12/1014
É o Pré-Sal, a Dilma e o Lula, estúpido! O Instituto Millenium também...
Blog Palavra Livre - 15 Dec 2014 11:01 AM
Ilustração: Rompazzo |
Por Davis Sena Filho
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Todo
mundo sabe, até mesmo os recém-nascidos, os mortos, os acordados de um
coma profundo e os extraterrestres que o sistema de mídias privado e de
direita, controlado por meia dúzia de famílias chefiadas por magnatas
bilionários de imprensa se transformou em um partido político não
oficial e de caráter conservador, entreguista e golpista.
Todo
mundo sabe, menos os coxinhas de classe média de direita, além de
certas celebridades, como o ex-roqueiro Lobão, e gente intelectualmente
pouco honesta, a exemplo de Olavo de Carvalho, Demétrio Magnoli e Marco
Antônio Villa, “ases” do reacionarismo tupiniquim aboletados no
Instituto Millenium, parecem não saber que este movimento dos grandes
trustes internacionais de petróleo contra a Petrobras, a ter como
porta-vozes a imprensa de negócios privados, que atuam e agem no Brasil é
na verdade uma estratégia organizada e engendrada para desmoralizar a
histórica estatal brasileira e desconstruir a imagem do Governo
Trabalhista, a ter como seus líderes a presidenta Dilma Rousseff e o
ex-presidente Lula, ambos petistas.
Se
qualquer pessoa quiser saber onde começa o golpe de estado de caráter
jurídico e midiático no Brasil, basta levantar seus olhos para o
Instituto Millenium, além de clubes e associações empresariais urbanas e
rurais, que, inconformados com a derrota eleitoral para o PT, ainda não
desceram dos palanques e fazem uma oposição feroz, seletiva, histérica,
manipulada e, evidentemente, de essência golpista, porque apostam em
impeachment de uma presidente recentemente eleita, bem como em golpe
militar, que, de forma cínica e hipócrita, chamam de “intervenção”
militar.
Trata-se
do Instituto Millenium, um misto de Escola Superior de Guerra (ESG) com
o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes) e o Instituto
Brasileiro de Ação Democrática (Ibad), entidades que no passado
conspiraram e fomentaram o golpe militar de 1964, com o apoio financeiro
e ideológico da CIA norte-americana, a ter à frente golpistas poderosos
e influentes como o presidente Castelo Branco, o general Golbery do
Couto e Silva, o banqueiro Magalhães Pinto e os empresários Ivan
Hasslocher, Glycon de Paiva, Gilbert Huber Júnior e Paulo Ayres Filho,
dentre muitos outros, a exemplo das famílias midiáticas dos Marinho, dos
Frias, dos Mesquita e dos Civita.
Neste
momento, a política brasileira passa por um processo de achincalhe,
linchamento moral e propaganda sistemática e perniciosa contra o Governo
Trabalhista se repete, porque volta aos tempos do pré-golpe de 1964,
com o envolvimento de certa banda da Polícia Federal, que se mostra
insubordinada, porque à direita do espectro ideológico, bem como
resolveu fazer política, ao ponto de delegados da PF do Paraná fazerem
política contra o Governo do PT nas eleições presidenciais, além de
atacá-lo frontalmente, inclusive a ofender o ex-presidente Lula e a
candidata Dilma Rousseff.
Paralelamente
às ações de delegados partidários e pró-tucanos, o Governo petista se
vê obrigado a lidar com outra frente oposicionista e que controla o
Judiciário e o Ministério Público Federal. Juízes de altas cortes e
promotores passaram a vazar investigações da PF para a imprensa de
mercado, sendo que as informações geralmente tratavam quase sempre de
pessoas ligadas ao Governo ou ao PT, de forma que se percebeu que tais
vazamentos o são, sobretudo, seletivos, e, com efeito, tem a intenção de
fazer com que o público pense que o PT é o inventor da corrupção no
Brasil, e que o PSDB e seus áulicos são, na verdade, um monte de
chapeuzinhos vermelhos ou rapunzeis, de olhares meigos e inocentes à
espera de escaparem ilesas da bruxa e do lobo mau.
Porém,
a Casa Grande governou o Brasil durante séculos, e, evidentemente, a
corrupção nunca foi combatida, porque a direita é patrimonialista,
elitista, violenta e, obviamente, sectária, pois partidária de um País
que sirva a poucos e que os muitos somente tenham o papel de serem
explorados por intermédio da força de trabalho, se possível, mal pagos e
sem oportunidade de qualificação e ascensão social. Ponto.
Chega
a ser surreal as realidades distorcidas pela imprensa alienígena e
meramente comercial. Quanto mais o Governo investiga a corrupção
perpetrada por quadrilhas de criminosos, por intermédio da Polícia
Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, mais a imprensa
corporativa dá conotações mequetrefes e malfazejas, de forma que os
consumidores desse segmento da economia, incrivelmente desregulamentado
neste País, acreditem em matérias porcamente apuradas e sabidamente
manipuladas e distorcidas, a fim de propiciarem um efeito negativo às
ações do Governo petista, mesmo quando se torna evidente que o combate à
corrupção no Brasil nunca foi tão levado a sério, tal qual como
apregoou a candidata Dilma Rousseff quando disse que não deixaria pedra
sobre pedra, nos debates contra o tucano derrotado, Aécio Neves, bem
como no discurso da vitória.
Contudo,
percebe-se claramente que o golpismo tucano-midiático não se restringe
ao inconformismo e ao ódio por causa das quatro vitórias eleitorais do
PT, em campanhas presidenciais. Não. Enganam-se os inocentes úteis e os
replicadores do golpe, que não aceitam a distribuição de renda e
riqueza, a ascensão social dos pobres, além da diminuição das diferenças
regionais. O que está em jogo, mesmo e para valer, não é mais o
terceiro turno, como queria o PSDB na voz irada de Aécio Neves, a ser
repercutida no Senado e na imprensa empresarial e familiar subordinada
aos interesses dos capitalistas dos Estados Unidos, União Europeia e
Japão.
Não
mesmo. A aprovação das contas da campanha eleitoral de Dilma e do PT se
tornou a pá de cal que cobriu os interesses golpistas da Casa Grande,
herdeira legítima da escravidão. A resumir: é o Pré-Sal, a Dilma e o
Lula, estúpido! O Instituto Millenium também. O Globo, o Millenium e as
alcateias que os acompanham já disseminaram editoriais entreguistas que
apregoam o fim do modelo de partilha para o Pré-Sal ao defenderem a
implementação do modelo de concessão, tão prejudicial aos interesses do
povo brasileiro, como ficou comprovado por meio da venda de ações da
Petrobras, em Nova Iorque, pelo Governo de FHC — o Neoliberal I —, o
grão-tucano, o maior lesa-pátria da história, que foi ao FMI três vezes,
de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil
três vezes.
É
exatamente que a Casa Grande quer: entregar as nossas riquezas e
continuar a reboque dos colonialistas e imperialistas como sempre
fizeram, sem o mínimo de vergonha na cara, durante séculos. A burguesia e
seu apêndice — a pequena burguesia (coxinhas de classe média) — querem
determinar a agenda política e econômica do Governo Trabalhista, que foi
eleito quatro vezes para dar continuidade aos seus programas de governo
e projeto de País.
A
Petrobras está a sangrar, mas não vai falir, até porque está a bater
recordes de lucros em todas suas áreas, apesar da depredação dos
ladrões, que estão a roubá-la desde o fim dos anos 1970, quando esses
diretores ingressaram, por meio de concurso, na empresa brasileira mais
emblemática, simbólica e que representa o orgulho brasileiro, bem como
sua luta por sua independência e emancipação. A Petrobras foi recuperada
pelo Governo do PT, e vai ficar muito mais forte com o combate à
corrupção que ora está a acontecer, com determinação e coragem.
Além
disso, sabemos também que a direita brasileira, uma das mais poderosas e
cruéis do mundo, luta contra a política internacional dos governantes
petistas, que abriram novas portas para efetivar relações comerciais, a
realizar novas parcerias, assinar acordos e contratos e concretizar a
criação de blocos poderosos, a exemplo do Brics, do Mercosul, da Unasul,
bem como fortalecer as relações Sul-Sul, em termos hemisféricos. O
Pré-Sal é nosso, estúpido!
Não
adianta O Globo e seus congêneres tentar derrubar a mandatária reeleita
pelo povo brasileiro. Seu editorial apenas serve para satisfazer os
egos e desejos das aves de rapina, a exemplo de BP, Chevron, Shell e
Exxon. As irmãs siamesas, que há mais de um século exploram as reservas
dos países petrolíferos, a custo de miséria, violência, guerras, mortes e
golpes de estado, com a aquiescência e a cumplicidade de elites
escravocratas como as brasileiras. O Pré-Sal é que está em jogo,
estúpido, e não a corrupção na Petrobras, que está a ser severamente
combatida pelo Governo Dilma Rousseff, além da desconstrução da imagem
de Lula, que pode concorrer às eleições presidenciais de 2018. É isso
aí.
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