Fernando Brito
Quem vê a cobertura da Folha sobre a prisão do presidente da Odebrecht não tem mais o direito de
ver aonde, passo a passo, está a mira do juiz Sérgio Moro.
Dizer que chega “perto da oposição”, também, é irrelevante, porque sabe-se, de experiências repetidamente provadas, que o PSDB é “inimputável”.
É Lula o céu de Moro, todos os demais são meros degraus.
Será pura coincidência que na última quinzena, a mídia se voltou para as viagens e o suposto agenciamento de negócios para a empreiteira pelo ex-presidente, com a conversa fiada sobre um veto – que não houve, aliás – à liberação de documentos diplomáticos “comprometedores” e, agora, depois de um ano de “lavajatismo” generalizado e sete meses da prisão dos outros empreiteiros, tenha saído a ordem de Moro para prender Marcelo Odebrecht?
Tudo é inverossímil, como a história de uma lancha que o tal Fernando Baiano teria pago para o empreiteiro, como forma de lavar dinheiro.
Ora, alguém duvida que o presidente de uma empreiteira que fatura R$ 110 bilhões de reais por ano não precisa que um lobista lhe dê uma lancha de R$500 mil. E que, por conta disso, não vá se lambuzar com algo que, querendo, manda comprar meia-dúzia?
Metade do que a Odebrecht fatura é no exterior, será que é possível aos nossos “sherlocks” entenderem que, para fazer transações escusas aqui com quem vai mandar dinheiro lá para fora faz-se lá, mesmo? E ainda mais no mundo “livre”, onde praticamente não há uma grande empresa que não tenha plataformas em paraísos fiscais!
Moro caminha passo a passo, diante da covardia generalizada de gente que tem medo de cair em desgraça com um homem que pode mandar prender quem ele quiser, no dia em que quiser, porque essa pessoa será pré-julgada – ou devo dizer pré-linchada? – na mídia e os tribunais superiores vão se acoelhar diante do juiz que “faz diferença” – também aí fico a pensar se os demais, com isso, estão tendo traduzido o seu trabalho de bem julgar, com prudência e lei, como “não fazer diferença.
Não se confunda este passo a passo, porém, com falta de rumos. Isso o doutor tem, de sobra. Veja-se como manteve Alberto Youssef por mais de uma década como garantidor que, de juiz do Paraná, pudesse trazer para sob sua autoridade negócios por todo o Brasil e do poder central do país. A vara criminal que dirige é, na prática, um “tribunal superior”, com jurisdição sobre todo o país.
Reparem no olhar fixo e imóvel de Moro.
É como o de predador ,orando a presa cada vez menos distante.
Seu alvo é Lula.
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