27/06/2015
Lava Jato volta a entrar em “modo golpe”
A Operação Lava Jato voltou a operar em “modo golpe”.
As delações de Pessoa foram vazadas praticamente no mesmo dia em que foram feitas,
desrespeitando o segredo de justiça que deveria reger esse tipo de informação, visto que parte de pessoa não-confiável.
No caso de Pessoa, é um dos empresários que ficou encarcerado por mais de sete meses na Guantánamo de Moro e entendeu que só seria deixado em paz se entrasse no jogo golpista da procuradoria: delatando de preferência o PT.
A delação de Pessoa é estranha, porque não agrega provas, além de “anotações” que podem ter sido feitas posteriormente, para cumprir o objetivo dos procuradores, que é dar o golpe.
Além disso, misturaram-se doações legais, como a feita para a campanha de Dilma, com supostos esquemas de caixa 2. É um samba doido!
As doações para o PT, naturalmente, mesmo que legais, registradas, vão para as manchetes dos portais do golpe.
O UOL, por exemplo, fez matéria em que cita apenas as doações para o PT, sem dar a informação de que são legais, registradas.
A oposição, naturalmente, voltará a falar em impeachment.
O governo sofre com o seu apagão político de sempre. Ninguém fala nada. A TV Brasil virou um elefante branco e inútil. Não há debate político, não há posicionamento por parte do governo. Ao contrário, o governo passa a imagem apenas de malvado, de promotor de um ajuste fiscal feito sem nenhum diálogo com a sociedade. Não há quase agenda positiva.
Todo o capital político acumulado no segundo turno eleitoral foi jogado no lixo, em mais um gesto de estupidez e arrogância.
Sem comunicação, o governo se enfraquece. Sua pele afina-se. Qualquer escândalo causa muito mais estrago do que aconteceria se ele estivesse presente no debate político, participando, propondo, interagindo.
As pessoas só ouvem falar do governo quando há um novo escândalo.
Desse jeito, quem o defenderá?
Como será possível manter a estabilidade política?
E como Dilma pensa em fazer um ajuste das contas nacionais num cenário de instabilidade, que provoca quedas bruscas na arrecadação e nos investimentos?
O Ministro da Justiça, por sua vez, não critica os vazamentos da Lava Jato, que se tornaram rotina.
Sequer promove um debate para tentar questionar ou problematizar essa absurda judicialização da política.
A agenda política nacional ficou à mercê de vazamentos ilegais de delações arrancadas através de métodos escusos, e sempre direcionados aos mesmos órgãos de informação.
Tá difícil a coisa!
***
Na Reuters Brasil.
Mercadante e Edinho afirmam que doações da UTC a campanhas foram legais
sexta-feira, 26 de junho de 2015 20:38
SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) – Os ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Edinho Silva, da Comunicação Social, disseram nesta sexta-feira que os recursos recebidos da empresa UTC Engenharia foram doações legais para campanhas eleitorais declaradas à Justiça Eleitoral.
Os dois ministros vieram a público por meio de suas assessoria de imprensa após veículos de comunicação divulgarem que o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, listou recursos pagos a Mercadante e à campanha para reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, que teve Edinho como tesoureiro, em seu processo de delação premiada na operação Lava Jato.
O vazamento da delação do dono da UTC Engenharia levou Dilma a convocar ministros, entre eles Edinho e Mercadante, para uma reunião emergencial no Palácio da Alvorada para discutir o assunto, segundo fontes ligadas ao governo, que falaram à Reuters sob condição de anonimato.
Além dos ministros petistas, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), cujo nome aparece na lista da delação de Pessoa divulgada pela imprensa, também negou irregularidades e disse que o dinheiro recebido da empreiteira foi uma doação legal para campanha eleitoral.
Pessoa é apontado pelo Ministério Público como o coordenador de um cartel de empresas que se juntaram para obterem contratos de obras da Petrobras e, em troca, pagavam propina a funcionários da empresa, a operadores que lavavam dinheiro do esquema, a políticos e partidos. Pessoa fez acordo de delação premiada com a Justiça em troca de redução de pena.
“O ministro Edinho Silva esteve com o empresário Ricardo Pessoa por três vezes para tratar de doações de campanha. A primeira, quando o conheceu, foi quando o empresário esteve no comitê da campanha em Brasília. O empresário, após o primeiro contato, organizou o fluxo de doações em três parcelas que totalizaram 7,5 milhões de reais”, afirma nota da assessoria de Edinho.
“O ministro Edinho jamais tratou de assuntos relacionados a qualquer empresa, ou órgão público com o referido empresário. As contas da campanha presidencial de Dilma Rousseff foram auditadas e aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral”, completa a nota.
Na mesma linha, Mercadante disse, por meio de nota divulgada pela assessoria de imprensa da Casa Civil, que desconhece o teor da delação premiada de Pessoa, mas que recebeu 250 mil reais de doação da UTC para sua campanha derrotada ao governo de São Paulo em 2010 e outros 250 mil reais da Constran, empresa do mesmo grupo da UTC Engenharia, para a mesma campanha eleitoral.
“A empresa UTC, por ocasião da campanha ao governo do Estado de São Paulo, em 2010, fez uma única contribuição, devidamente contabilizada e declarada à Justiça Eleitoral, no valor de 250 mil reais, conforme demonstrado em minha prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral”, afirma a nota.
“A empresa Constran Construções, que pertence ao mesmo grupo, fez uma contribuição, também devidamente contabilizada e declarada à Justiça Eleitoral, no valor de 250 mil reais, conforme demonstrado em prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral”, acrescentou.
Em nota, o PT informou que todas as doações recebidas pelo partido aconteceram “estritamente dentro da legislação vigente e foram posteriormente declaradas à Justiça”.
Uma das principais vozes de oposição a Dilma, o tucano Aloysio Nunes disse que recebeu doações legais da UTC Engenharia na campanha eleitoral de 2010 e que nunca conheceu Pessoa.
“Não tenho, portanto, nada a esconder quanto a esse episódio, tampouco estou sendo acusado de coisa alguma”, afirmou em nota.
“Nunca fui procurado por Ricardo Pessoa, nem antes e nem depois da campanha, para patrocinar pleitos junto à Petrobras, uma vez que, entre outras razões, é pública e notória a minha frontal oposição ao governo petista, à sombra do qual esse senhor prosperou. Aliás, não conheço Ricardo Pessoa, nunca o vi mais gordo e muito menos mais magro”, acrescenta o senador, que questionou a quem interessaria envolver seu nome na delação de Pessoa.
(Reportagem de Eduardo Simões e Maria Carolina Marcello)
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