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12/09/2015
Youssef confirma ter financiado Álvaro Dias, mas tucano 'não vem ao caso'
Doleiro foi claro ao dizer que foi contatado por secretário de prefeito de Maringá na campanha do senador, que em 2000 foi candidato ao governo do Paraná. Passou "despercebido"
Waldemir Barreto/Agência Senado/Fotos Públicas
Senador Álvaro Dias, do PSDB paranaense: mais uma vez, mídia mostra pouco interesse por denúncias contra tucanos
Já no final da longa sessão da CPI da Petrobras
realizada em fins de agosto, durante acareação entre o doleiro Alberto
Youssef e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, o relator,
deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) perguntou: "vossa senhoria teve um jato
alugado pela prefeitura de Maringá e em determinado momento esse jato
foi utilizado por políticos?".
Youssef respondeu: "Na época eu fiz a campanha do senador Alvaro Dias... e parte destas horas voadas foram pagas pelo Paolicchi, que foi secretário de fazenda da Prefeitura de Maringá. E parte foram doações mesmo que eu fiz das horas voadas".
Pela dedução imediata do que se vê e ouve (assista ao vídeo abaixo) o próprio Youssef financiou a campanha de Álvaro Dias (DEM-OR) em 1998. Além disso é pertinente concluir que tudo indica não terem sido doações contabilizadas na campanha (ou seja, tenha sido o vulgo caixa dois) e pior: que teriam sido pagas com dinheiro desviado da prefeitura de Maringá.
Porém, bem no estilo "não vem ao caso", que domina o noticiário da mídia tradicional, o relato passou despercebido, mesmo sendo transmitido ao vivo pela TV Câmara e por alguns canais de notícias. A verdade é que foi a primeira vez que Youssef confirmou este fato em uma sessão pública de dimensão nacional.
As primeiras denúncias do relacionamento entre Dias e Yousseff surgiu no ano de 2000, quando o ex-secretário de fazenda de Maringá, Luiz Antônio Paolicchi, foi preso pela Polícia Federal e fez o relato em seu depoimento à Justiça Federal. "O prefeito (Gianoto) chamou o Alberto Youssef e pediu para deixar um avião à disposição do senador (Álvaro Dias). E depois, quando acabou a campanha, eu até levei um susto quando veio a conta para pagar. (...) Eu me lembro que paguei, pelo táxi aéreo, duzentos e tantos mil reais na época", relatou.
Paolicchi e o ex-prefeito Jairo Morais Gianoto, eleito pelo PSDB para o mandato de 1997 a 2000, perpetraram um esquema de corrupção na prefeitura em que emitiam cheques simulando pagamentos oficiais, mas o dinheiro era desviado para contas de parentes, laranjas e pagamento de avião para campanha eleitoral de aliado.
Em processo por improbidade administrativa na Justiça Estadual, eles e outros réus, incluindo o próprio Alberto Youssef, foram condenados em 2010 a devolver aos cofres públicos de Maringá o valor desviado que, corrigido, corresponde a cerca de R$ 1 bilhão. Como coube recurso, o processo ainda tramita nas instâncias superiores.
Na Vara Federal Criminal de Maringá, o juiz Raphael Cazelli de Almeida Carvalho condenou Gianoto a 14 anos de prisão em regime fechado e Paolicchi a 12 anos e seis meses. Mas nenhum deles cumpriu pena até agora, mesmo com a condenação completando dez anos de aniversário no próximo fevereiro.
Paolicchi morreu assassinado em outubro de 2011 a mando de seu par afetivo Vagner Eizing Ferreira Pio. Ao confessar o crime, Vagner afirmou que o companheiro se interessou em oficializar a união estável com comunhão de bens como estratégia para preservar parte do patrimônio obtido por enriquecimento ilícito.
O ex-prefeito tucano recorre da condenação enquanto vive em sua fazenda, em Mato Grosso. Segundo o Ministério Público, o dinheiro desviado da prefeitura foi usado, entre outras coisas, para compra de fazendas, colheitadeiras, insumos agrícolas, aviões e carros de luxo.
O promotor da causa, José Aparecido Cruz, encontrou indícios de que uma parte do dinheiro de Maringá teria sido desviada para contas no exterior, provavelmente na Europa. Mas parece que esse assunto "não veio ao caso" na primeira delação premiada do doleiro Alberto Youssef durante o processo do Banestado. Mesmo se tratando da cidade onde o juiz Sérgio Moro, que homologou a delação, nasceu, cresceu e estudou.
Durante as eleições de 2002, o jornal paranaense Hora H publicou a história. Mesmo reproduzindo declarações oficiais em depoimento à Justiça Federal, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) mandou apreender a publicação e tirar do ar o site do jornal na internet, a pedido de Alvaro Dias, na época candidato a governador. O tucano perdeu aquela eleição mas, com o assunto sendo engavetado, foi reeleito senador em 2006 e 2014.
Este blog solicitou ao TRE-PR, com base na Lei de Acesso a Informação, a prestação de contas do senador Alvaro Dias nas eleições de 1998 para conferir as doações feitas pelo doleiro Alberto Youssef, já que o TSE respondeu só estarem digitalizadas e centralizadas as contas de 2002 em diante. O pedido à Justiça Eleitoral paranaense foi feito em 27/06/2013 as 14:20 com número de protocolo 948127061324046. Passados mais de dois anos, "não veio ao caso" uma resposta..
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Youssef respondeu: "Na época eu fiz a campanha do senador Alvaro Dias... e parte destas horas voadas foram pagas pelo Paolicchi, que foi secretário de fazenda da Prefeitura de Maringá. E parte foram doações mesmo que eu fiz das horas voadas".
Pela dedução imediata do que se vê e ouve (assista ao vídeo abaixo) o próprio Youssef financiou a campanha de Álvaro Dias (DEM-OR) em 1998. Além disso é pertinente concluir que tudo indica não terem sido doações contabilizadas na campanha (ou seja, tenha sido o vulgo caixa dois) e pior: que teriam sido pagas com dinheiro desviado da prefeitura de Maringá.
Porém, bem no estilo "não vem ao caso", que domina o noticiário da mídia tradicional, o relato passou despercebido, mesmo sendo transmitido ao vivo pela TV Câmara e por alguns canais de notícias. A verdade é que foi a primeira vez que Youssef confirmou este fato em uma sessão pública de dimensão nacional.
As primeiras denúncias do relacionamento entre Dias e Yousseff surgiu no ano de 2000, quando o ex-secretário de fazenda de Maringá, Luiz Antônio Paolicchi, foi preso pela Polícia Federal e fez o relato em seu depoimento à Justiça Federal. "O prefeito (Gianoto) chamou o Alberto Youssef e pediu para deixar um avião à disposição do senador (Álvaro Dias). E depois, quando acabou a campanha, eu até levei um susto quando veio a conta para pagar. (...) Eu me lembro que paguei, pelo táxi aéreo, duzentos e tantos mil reais na época", relatou.
Paolicchi e o ex-prefeito Jairo Morais Gianoto, eleito pelo PSDB para o mandato de 1997 a 2000, perpetraram um esquema de corrupção na prefeitura em que emitiam cheques simulando pagamentos oficiais, mas o dinheiro era desviado para contas de parentes, laranjas e pagamento de avião para campanha eleitoral de aliado.
Em processo por improbidade administrativa na Justiça Estadual, eles e outros réus, incluindo o próprio Alberto Youssef, foram condenados em 2010 a devolver aos cofres públicos de Maringá o valor desviado que, corrigido, corresponde a cerca de R$ 1 bilhão. Como coube recurso, o processo ainda tramita nas instâncias superiores.
Na Vara Federal Criminal de Maringá, o juiz Raphael Cazelli de Almeida Carvalho condenou Gianoto a 14 anos de prisão em regime fechado e Paolicchi a 12 anos e seis meses. Mas nenhum deles cumpriu pena até agora, mesmo com a condenação completando dez anos de aniversário no próximo fevereiro.
Paolicchi morreu assassinado em outubro de 2011 a mando de seu par afetivo Vagner Eizing Ferreira Pio. Ao confessar o crime, Vagner afirmou que o companheiro se interessou em oficializar a união estável com comunhão de bens como estratégia para preservar parte do patrimônio obtido por enriquecimento ilícito.
O ex-prefeito tucano recorre da condenação enquanto vive em sua fazenda, em Mato Grosso. Segundo o Ministério Público, o dinheiro desviado da prefeitura foi usado, entre outras coisas, para compra de fazendas, colheitadeiras, insumos agrícolas, aviões e carros de luxo.
O promotor da causa, José Aparecido Cruz, encontrou indícios de que uma parte do dinheiro de Maringá teria sido desviada para contas no exterior, provavelmente na Europa. Mas parece que esse assunto "não veio ao caso" na primeira delação premiada do doleiro Alberto Youssef durante o processo do Banestado. Mesmo se tratando da cidade onde o juiz Sérgio Moro, que homologou a delação, nasceu, cresceu e estudou.
Durante as eleições de 2002, o jornal paranaense Hora H publicou a história. Mesmo reproduzindo declarações oficiais em depoimento à Justiça Federal, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) mandou apreender a publicação e tirar do ar o site do jornal na internet, a pedido de Alvaro Dias, na época candidato a governador. O tucano perdeu aquela eleição mas, com o assunto sendo engavetado, foi reeleito senador em 2006 e 2014.
Este blog solicitou ao TRE-PR, com base na Lei de Acesso a Informação, a prestação de contas do senador Alvaro Dias nas eleições de 1998 para conferir as doações feitas pelo doleiro Alberto Youssef, já que o TSE respondeu só estarem digitalizadas e centralizadas as contas de 2002 em diante. O pedido à Justiça Eleitoral paranaense foi feito em 27/06/2013 as 14:20 com número de protocolo 948127061324046. Passados mais de dois anos, "não veio ao caso" uma resposta..
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Boa noite á todos os leitores... pois é, mais uma vez, ¨ não veio ao caso¨!!! Talvez, esteja na hora de o ¨caso ir até eles¨...
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