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08/10/2015
“Sigam o dinheiro” das contas de Cunha. Mas o crime político não precisa de mais provas
Por Fernando Brito
A revelação, publicada por Jaílton de Carvalho em O Globo, de que Eduardo Cunha fechou – um mês após a prisão de Paulo Roberto Costa – duas das quatro contas que mantinha no Banco Julius Baer, na Suíça, torna óbvio que as investigações sobre o dinheiro que estava ali têm dois caminhos evidentes e necessários.
De onde veio e para onde foi.
Quem foram as pessoas e empresas que nela depositaram e quem recebeu seus saldos, se em moeda, ordem de pagamento ou transferência de valores.
Não há sentido em não se dar a público as informações, até porque o essencial, do ponto de vista político, está confirmado pela manifestação do Procurador-Geral, Rodrigo Janot, ao confirmar que há contas não-declaradas no exterior.
É o suficiente para caracterizar evasão de divisas e falsa declaração ao TSE e, depois, à própria Câmara dos Deputados.
É ridículo que um promotor de Justiça, o líder do PSDB, Carlos Sampaio, ainda diga que o caso Cunha “dependa de provas”.
O procurador Janot produziu-as, hoje, ao responder ao requerimento de informações do PSOL, nestes termos:
“Vossa Exa. confirma a existência de contas bancárias em nome do Deputado Eduardo Cunha e dos seus familiares na Suíça?”
E Janot: “A resposta é afirmativa”.
Assinado embaixo.
A investigação criminal é outra coisa e esta pode e deve ser longa, detalhada e equilibrada.
Cunha não operava sem o concurso de uma rede.
Que tem tudo para mudar de nome para quadrilha.
A situação de Eduardo Cunha é a de uma bola de neve que desce montanha abaixo.
Quem a tentar “segurar” será tragado por ela.
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