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18/06/2013
Manifesto contra a Politização tardia ou contra a despolitização crônica e difusa?
Por Maurício Muriack de Fernandes e Peixoto* No Facebook
Amigos, estou preocupado com nosso país.
Essa segunda-feira era para ter sido inesquecível, pelo seu civismo,
resgate de cidadania e demonstração de consciência de nossos cidadãos,
principalmente, de nossa juventude, aguerrida e bela.
Essa
segunda-feira era para termos nos vestido de verde e amarelo e ido às
ruas protestar pela melhora de nosso país, rompendo um silêncio de
algumas décadas de calmaria política enganosa.
Essa
segunda-feira era para o Gigante do Atlântico Sul, o único Gigante do
Atlântico Sul, ter despertado de seu “berço esplêndido” e bradado
retumbantemente que nesta terra mais garrida os nossos bosques ainda
são os que têm mais vidas, pois as nossas leis e atitudes ambientais são
as mais progressistas do mundo, e que nossas vidas ainda têm mais
flores, caminhando e cantando e ainda seguindo a canção, qualquer canção
falando de flores...
Essa segunda-feira era o dia para
caminharmos unidos em direção ao ideal de país que é de todos, e vermos o
resgate da beleza política de nossa juventude, inclusive a
facebookiana.
Essa segunda-feira era para ter sido o outono da
Política Velha no Brasil, do seu patrimonialismo arraigado, que há
séculos confunde o público com o privado.
Se ocorreu a primavera árabe, esse seria o outono do Brasil Velho e o solstício de um Brasil novo!
No entanto, o que foi esta segunda-feira, dia 17 de junho de 2013?
Segundo os jornais, juntando todas as manifestações no Brasil inteiro,
estima-se que quase Hum Milhão de brasileiros foram às ruas, em dezenas
de cidades, mormente, em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto
Alegre e outras.
Meu Deus, que portento!
A ùltima vez
que me lembro de hum milhão de brasileiros irem às ruas, foi no
movimento das Diretas Já, em 1984, há quase trinta anos! Eu me arrepio
de falar do comício na Candelária, eu mal tinha completado dez anos de
idade, e sabia que algo muito lindo estava acontecendo.
Hum
milhão de pessoas em um único evento, pedindo em alto brado ao nosso
último general presidente (espero que tenha sido o último mesmo, em toda
a nossa história, salvo se algum for eleito no futuro,
democraticamente): DEMOCRACIA, ELEIÇÕES JÁ!
Não houve um único
tiro de bala de borracha, uma única briga, um único carro queimado no
meio da rua. Jà havia bastado de violência, que tínhamos presenciado ou
ouvido falar durante a ditadura, do Estado ou contra o Estado!
Aquilo foi a nossa revolução dos cravos, a polícia nem apareceu, os tanques nem precisaram ganhar rosas, Gandhi era o Brasil!
Eu me lembro de que minha geração era politizada.
Lembro que na eleição de 1989, lá na praça José de Alencar, em
Fortaleza-Ceará, minha terra natal, o candidato à Presidente Leonel
Brizola colocou DUZENTOS MIL BRASILEIROS PACÍFICOS que lutavam por seus
ideais, em um comício inolvidável (ema praça onde mal cabiam cinquenta
mil pessoas)! Perdemos as eleições mas não perdemos o viço e nem a
fleugma.
Eu me lembro de que eu fui às ruas em 1989 lutar para ter direito a um grêmio estudantil em meu colégio conservador!
Não houve uma única gota de sangue derramado.
Eu me lembro de que o então Presidente Collor pediu para os Brasileiros
se vestirem de verde e amarelo e o irem defender nas ruas, e a minha
geração de caras-pintadas se vestiu de preto e deixou o Brasil de luto.
Não houve uma única gota de sangue derramado.
Eu me lembro de que em 1999, um protesto da oposição ao governo
federal colocou cem mil pessoas na Esplanada dos Ministérios em
Brasília, na passeata dos cem mil, e não houve uma só gota de sangue
derramado.
Minha geração sabia exatamente o que queria: democracia, democracia, democracia.
Hoje, estou em dúvida se estamos vivendo uma “Politização tardia ou uma despolitização crônica e difusa”.
Esta revolução de nossa juventude é linda, mas parece que está um pouco desfocada, e corre o risco de virar tragédia.
Chega a ser um estorvo que o Comandante-Geral da Polícia Militar de São
Paulo tenha sugerido a pauta de reinvindicação e que os manifestantes
fossem às ruas de branco e avisassem previamente onde iam... http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/06/17/comandante-da-pm-quis-incluir-mensalao-em-protestos/
Desde quando a polícia sugere o motivo, a cor e a direção de uma passeata?
Qual a pauta de reinvindicação?
Bom, se a autoridade pôde sugerir, eu também vou sugerir coisas,
algumas bem pertinentes, talvez outras bem absurdas, pois nessa era de
perplexidade, seria um absurdo deixar o teratológico de fora de tudo
isso.
Mas vou esclarecer exatamente o que eu estou fazendo, se
estou lutando contra o governo federal, o governo estadual, o governo
municipal ou a imprensa.
Vamos às ruas lutar contra:
1) A violência da polícia!
2) O valor das passagens de ônibus; também, contra a péssima qualidade
do ônibus, contra as péssimas ruas, as péssimas estradas a péssima
logística do país;
3) Contra o crescimento urbano desordenado e caótico, que amontoa as cidades, produz favelas e esvazia o campo;
4) Contra o superfaturamento de obras públicas federais, estaduais e municipais;
5) Contra a corrupção dos políticos, contra a corrupção dos empresários
sonegadores, contra a corrupção da elite financeira que lava dinheiro
em paraísos fiscais e sangra as finanças do país;
6) Contra a mídia, quando tenta nos manipular;
7) Contra o desemprego dos jovens brasileiros que estão se formando e
indo trabalhar em atividades aquém de sua capacidade, e com salários
aquém de seu potencial;
8) Contra o superfaturamento de estádios
brasileiros, construídos pelos governos estaduais, inclusive com
dinheiro emprestado pela esfera federal, que além de caros vão ser
privatizados (o Maracanã, por exemplo) ou simplesmente doados (como o
Itaquerão, o estádio mais caro da história do mundo!); Aproveitemos e
briguemos pelo fato das obras de melhorias na logística portuária,
aeroportuária, metroviária e viária, planejadas para acompanhar a
revolução de nossos estádios, não terem ainda saído do papel (e talvez
esse seja o verdadeiro escândalo da história da copa e das olimpíadas!);
9) Contra a cupidez fiscal dos nossos Governadores, que não perdem uma
chance de aumentar o ICMS disfarçadamente e ficam contra qualquer
reforma no Congresso Nacional que torne mais racional e menor a
tributação do consumo e dos serviços privados e públicos, pois no
Brasil, até serviço público paga imposto!; Aproveitemos e protestemos
também contra todos os empresários que ainda não cumpriram a lei de
transparência fiscal e não explicitam na nota fiscal de mercadorias e
serviços o exato valor dos tributos incidentes, até para sabermos contra
qual governo temos de pedir para diminuir os tributos pagos...;
10)
Contra o fato do Congresso Nacional estar brigando pela distribuição
dos royalties do petróleo do pré-sal e do petróleo antes do sal, MAS NÃO
ESTAR BRIGANDO PARA DESTINAR 100% DOS ROYALTIES PARA A EDUCAÇÃO NO
BRASIL, que vive uma crise há um século, pelo menos (è "óbvio", não é
Darcy Ribeiro...)!
11) Contra o fato da saúde no Brasil estar
sucateada, o SUS com problemas sérios, e o setor privado enriquecendo às
custas de nossos organismos e recursos; contra estar tão ruim a saúde
ao ponto de haver milhares de ações nas Justiça Federal e Estadual
reivindicando medicamentos e serviços médicos, e ao ponto do governo
cogitar importar médicos de Cuba, Bolívia, Espanha e Portugal...;
12) Contra a Violência no Brasil! Morre mais gente aqui por mês do que
no ano inteiro na Síria, no Afeganistão e no Iraque, que estão em guerra
civil! Não apenas violência de menores de idade...;
12.1) Contra a violência praticada nas mulheres Brasileiras;
13) Contra as mortes no caótico trânsito brasileiro, cheio de pilotos
que se acham com potencial de fórmula um, sem nenhum talento para serem
pilotos de fórmula um...
14) Contra os partidos políticos e os
representantes eleitos que não honram o mandato popular e sequer podem
ser retirados antes do mandato acabar porque no Brasil não tem Recall –
vamos brigar para poder ter Recall de Presidente (como é previsto até na
Venezuela, este país tão mal visto por alguns setores específicos
brasileiros), Governadores (como na Califórnia-EUA) e Prefeitos, para
alijar antes do fim do mandato os realmente corruptos, ineficientes,
maus-gestores... Vamos brigar para ter direito de solicitar a troca de
deputados e senadores quando cederem a lobistas privados escondidos que
os fazem se esquecer do interesse do povo;
15) Contra os eventuais
juízes venais e indolentes, contra o os eventuais membros do Ministério
Público venais e ineficientes, contra os eventuais advogados e
defensores públicos erráticos, contra os eventuais advogados privados
estelionatários;
16) Contra o pagamento de centenas de bilhões de
reais todos os anos a juristas brasileiros e estrangeiros, que vivem às
custas de juros da dívida pública brasileira!
17) Contra os médicos
que matam seus pacientes por sociopatia ou indiferença e contra os
dentistas que não salvam nossos dentes!
18) Contra a falta de motivação consciente de nossas passeatas e de nossos reivindicadores;
19) Vamos reivindicar qualquer coisa justa, MAS PACIFICAMENTE!
20) VAMOS ENCHER AS NOSSAS RUAS E PRAÇAS DE PESSOAS, LEMBRANDO QUE QUANTO MAIS pacífico o movimento, mais forte ele será!
Vamos preencher o aparente vazio com motivos reais de insatisfação, VAMOS EXPLICAR O PORQUÊ DESSES MOVIMENTOS!
Se isso não for feito, alguém vai dizer o porquê. Não deixemos isso.
E não deixemos que nossas ruas, praças e parques virem um octógono. Basta de MMA.
Foi na França que a revolução teve a queda da bastilha, teve
guilhotina, teve Napoleão, teve os jovens de 1968 gritando que queriam
enforcar os burocratas estatais com os intestinos dos religiosos...
Violência não é tradição brasileira, não é mesmo Gilberto Freyre...
Violência no Brasil nunca mudou o sistema.
Juventude forte é a que briga com a cabeça, não com as mãos e pés.
Não haverá muro de Berlim e Palácio de Inverno no Brasil.
Hoje, amanheci de ressaca política, quase não dormi. Queria ser
estudante de novo. Queria ir para as ruas pacificamente, novamente.
Vou torcer pelos jovens brasileiros, eles é que estão na arena política de hoje.
Que sejam sábios.
Que não provoquem a polícia, nem com bolas de sabão e nem com coquetel molotov.
Que não derramem uma única gota de sangue, e que não vazem nenhum olho brasileiro e não derrubem nenhuma grade a pontapés.
Que sejam sábios e lindos, como só a nossa juventude, brasileira como sempre.
*Maurício Muriack de Fernandes e Peixoto
Professor de Direito Constitucional da Unesc-SC.
Brasil, em 18 de junho de 2013.
Manifesto contra a Politização tardia ou contra a despolitização crônica e difusa?
Por Maurício Muriack de Fernandes e Peixoto* No Facebook
Essa segunda-feira era para ter sido inesquecível, pelo seu civismo, resgate de cidadania e demonstração de consciência de nossos cidadãos, principalmente, de nossa juventude, aguerrida e bela.
Essa segunda-feira era para termos nos vestido de verde e amarelo e ido às ruas protestar pela melhora de nosso país, rompendo um silêncio de algumas décadas de calmaria política enganosa.
Essa segunda-feira era para o Gigante do Atlântico Sul, o único Gigante do Atlântico Sul, ter despertado de seu “berço esplêndido” e bradado retumbantemente que nesta terra mais garrida os nossos bosques ainda são os que têm mais vidas, pois as nossas leis e atitudes ambientais são as mais progressistas do mundo, e que nossas vidas ainda têm mais flores, caminhando e cantando e ainda seguindo a canção, qualquer canção falando de flores...
Essa segunda-feira era o dia para caminharmos unidos em direção ao ideal de país que é de todos, e vermos o resgate da beleza política de nossa juventude, inclusive a facebookiana.
Essa segunda-feira era para ter sido o outono da Política Velha no Brasil, do seu patrimonialismo arraigado, que há séculos confunde o público com o privado.
Se ocorreu a primavera árabe, esse seria o outono do Brasil Velho e o solstício de um Brasil novo!
No entanto, o que foi esta segunda-feira, dia 17 de junho de 2013?
Segundo os jornais, juntando todas as manifestações no Brasil inteiro, estima-se que quase Hum Milhão de brasileiros foram às ruas, em dezenas de cidades, mormente, em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e outras.
Meu Deus, que portento!
A ùltima vez que me lembro de hum milhão de brasileiros irem às ruas, foi no movimento das Diretas Já, em 1984, há quase trinta anos! Eu me arrepio de falar do comício na Candelária, eu mal tinha completado dez anos de idade, e sabia que algo muito lindo estava acontecendo.
Hum milhão de pessoas em um único evento, pedindo em alto brado ao nosso último general presidente (espero que tenha sido o último mesmo, em toda a nossa história, salvo se algum for eleito no futuro, democraticamente): DEMOCRACIA, ELEIÇÕES JÁ!
Não houve um único tiro de bala de borracha, uma única briga, um único carro queimado no meio da rua. Jà havia bastado de violência, que tínhamos presenciado ou ouvido falar durante a ditadura, do Estado ou contra o Estado!
Aquilo foi a nossa revolução dos cravos, a polícia nem apareceu, os tanques nem precisaram ganhar rosas, Gandhi era o Brasil!
Eu me lembro de que minha geração era politizada.
Lembro que na eleição de 1989, lá na praça José de Alencar, em Fortaleza-Ceará, minha terra natal, o candidato à Presidente Leonel Brizola colocou DUZENTOS MIL BRASILEIROS PACÍFICOS que lutavam por seus ideais, em um comício inolvidável (ema praça onde mal cabiam cinquenta mil pessoas)! Perdemos as eleições mas não perdemos o viço e nem a fleugma.
Eu me lembro de que eu fui às ruas em 1989 lutar para ter direito a um grêmio estudantil em meu colégio conservador!
Não houve uma única gota de sangue derramado.
Eu me lembro de que o então Presidente Collor pediu para os Brasileiros se vestirem de verde e amarelo e o irem defender nas ruas, e a minha geração de caras-pintadas se vestiu de preto e deixou o Brasil de luto.
Não houve uma única gota de sangue derramado.
Eu me lembro de que em 1999, um protesto da oposição ao governo federal colocou cem mil pessoas na Esplanada dos Ministérios em Brasília, na passeata dos cem mil, e não houve uma só gota de sangue derramado.
Minha geração sabia exatamente o que queria: democracia, democracia, democracia.
Hoje, estou em dúvida se estamos vivendo uma “Politização tardia ou uma despolitização crônica e difusa”.
Esta revolução de nossa juventude é linda, mas parece que está um pouco desfocada, e corre o risco de virar tragédia.
Chega a ser um estorvo que o Comandante-Geral da Polícia Militar de São Paulo tenha sugerido a pauta de reinvindicação e que os manifestantes fossem às ruas de branco e avisassem previamente onde iam... http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2013/06/17/comandante-da-pm-quis-incluir-mensalao-em-protestos/
Desde quando a polícia sugere o motivo, a cor e a direção de uma passeata?
Qual a pauta de reinvindicação?
Bom, se a autoridade pôde sugerir, eu também vou sugerir coisas, algumas bem pertinentes, talvez outras bem absurdas, pois nessa era de perplexidade, seria um absurdo deixar o teratológico de fora de tudo isso.
Mas vou esclarecer exatamente o que eu estou fazendo, se estou lutando contra o governo federal, o governo estadual, o governo municipal ou a imprensa.
Vamos às ruas lutar contra:
1) A violência da polícia!
2) O valor das passagens de ônibus; também, contra a péssima qualidade do ônibus, contra as péssimas ruas, as péssimas estradas a péssima logística do país;
3) Contra o crescimento urbano desordenado e caótico, que amontoa as cidades, produz favelas e esvazia o campo;
4) Contra o superfaturamento de obras públicas federais, estaduais e municipais;
5) Contra a corrupção dos políticos, contra a corrupção dos empresários sonegadores, contra a corrupção da elite financeira que lava dinheiro em paraísos fiscais e sangra as finanças do país;
6) Contra a mídia, quando tenta nos manipular;
7) Contra o desemprego dos jovens brasileiros que estão se formando e indo trabalhar em atividades aquém de sua capacidade, e com salários aquém de seu potencial;
8) Contra o superfaturamento de estádios brasileiros, construídos pelos governos estaduais, inclusive com dinheiro emprestado pela esfera federal, que além de caros vão ser privatizados (o Maracanã, por exemplo) ou simplesmente doados (como o Itaquerão, o estádio mais caro da história do mundo!); Aproveitemos e briguemos pelo fato das obras de melhorias na logística portuária, aeroportuária, metroviária e viária, planejadas para acompanhar a revolução de nossos estádios, não terem ainda saído do papel (e talvez esse seja o verdadeiro escândalo da história da copa e das olimpíadas!);
9) Contra a cupidez fiscal dos nossos Governadores, que não perdem uma chance de aumentar o ICMS disfarçadamente e ficam contra qualquer reforma no Congresso Nacional que torne mais racional e menor a tributação do consumo e dos serviços privados e públicos, pois no Brasil, até serviço público paga imposto!; Aproveitemos e protestemos também contra todos os empresários que ainda não cumpriram a lei de transparência fiscal e não explicitam na nota fiscal de mercadorias e serviços o exato valor dos tributos incidentes, até para sabermos contra qual governo temos de pedir para diminuir os tributos pagos...;
10) Contra o fato do Congresso Nacional estar brigando pela distribuição dos royalties do petróleo do pré-sal e do petróleo antes do sal, MAS NÃO ESTAR BRIGANDO PARA DESTINAR 100% DOS ROYALTIES PARA A EDUCAÇÃO NO BRASIL, que vive uma crise há um século, pelo menos (è "óbvio", não é Darcy Ribeiro...)!
11) Contra o fato da saúde no Brasil estar sucateada, o SUS com problemas sérios, e o setor privado enriquecendo às custas de nossos organismos e recursos; contra estar tão ruim a saúde ao ponto de haver milhares de ações nas Justiça Federal e Estadual reivindicando medicamentos e serviços médicos, e ao ponto do governo cogitar importar médicos de Cuba, Bolívia, Espanha e Portugal...;
12) Contra a Violência no Brasil! Morre mais gente aqui por mês do que no ano inteiro na Síria, no Afeganistão e no Iraque, que estão em guerra civil! Não apenas violência de menores de idade...;
12.1) Contra a violência praticada nas mulheres Brasileiras;
13) Contra as mortes no caótico trânsito brasileiro, cheio de pilotos que se acham com potencial de fórmula um, sem nenhum talento para serem pilotos de fórmula um...
14) Contra os partidos políticos e os representantes eleitos que não honram o mandato popular e sequer podem ser retirados antes do mandato acabar porque no Brasil não tem Recall – vamos brigar para poder ter Recall de Presidente (como é previsto até na Venezuela, este país tão mal visto por alguns setores específicos brasileiros), Governadores (como na Califórnia-EUA) e Prefeitos, para alijar antes do fim do mandato os realmente corruptos, ineficientes, maus-gestores... Vamos brigar para ter direito de solicitar a troca de deputados e senadores quando cederem a lobistas privados escondidos que os fazem se esquecer do interesse do povo;
15) Contra os eventuais juízes venais e indolentes, contra o os eventuais membros do Ministério Público venais e ineficientes, contra os eventuais advogados e defensores públicos erráticos, contra os eventuais advogados privados estelionatários;
16) Contra o pagamento de centenas de bilhões de reais todos os anos a juristas brasileiros e estrangeiros, que vivem às custas de juros da dívida pública brasileira!
17) Contra os médicos que matam seus pacientes por sociopatia ou indiferença e contra os dentistas que não salvam nossos dentes!
18) Contra a falta de motivação consciente de nossas passeatas e de nossos reivindicadores;
19) Vamos reivindicar qualquer coisa justa, MAS PACIFICAMENTE!
20) VAMOS ENCHER AS NOSSAS RUAS E PRAÇAS DE PESSOAS, LEMBRANDO QUE QUANTO MAIS pacífico o movimento, mais forte ele será!
Vamos preencher o aparente vazio com motivos reais de insatisfação, VAMOS EXPLICAR O PORQUÊ DESSES MOVIMENTOS!
Se isso não for feito, alguém vai dizer o porquê. Não deixemos isso.
E não deixemos que nossas ruas, praças e parques virem um octógono. Basta de MMA.
Foi na França que a revolução teve a queda da bastilha, teve guilhotina, teve Napoleão, teve os jovens de 1968 gritando que queriam enforcar os burocratas estatais com os intestinos dos religiosos...
Violência não é tradição brasileira, não é mesmo Gilberto Freyre...
Violência no Brasil nunca mudou o sistema.
Juventude forte é a que briga com a cabeça, não com as mãos e pés.
Não haverá muro de Berlim e Palácio de Inverno no Brasil.
Hoje, amanheci de ressaca política, quase não dormi. Queria ser estudante de novo. Queria ir para as ruas pacificamente, novamente.
Vou torcer pelos jovens brasileiros, eles é que estão na arena política de hoje.
Que sejam sábios.
Que não provoquem a polícia, nem com bolas de sabão e nem com coquetel molotov.
Que não derramem uma única gota de sangue, e que não vazem nenhum olho brasileiro e não derrubem nenhuma grade a pontapés.
Que sejam sábios e lindos, como só a nossa juventude, brasileira como sempre.
*Maurício Muriack de Fernandes e Peixoto
Professor de Direito Constitucional da Unesc-SC.
Brasil, em 18 de junho de 2013.
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