18/07/2013
Juan Carlos Raxach: Carta de um médico cubano
Do Viomundo - publicado em 18 de julho de 2013 às 11:33
Carta de um médico cubano: Simplesmente respeito, solidariedade e ética
“Meu nome é Juan Carlos Raxach, cubano, que desde 1998 escolhi o Brasil como meu país de residência, e sinto o maior orgulho de ter me formado, em 1986, como médico em Havana, Cuba.
É com tristeza e dor que vejo as notícias publicadas pela mídia e nas redes sociais, a falta de respeito e de solidariedade proveniente de alguns colegas brasileiros, profissionais ou não da área da saúde, que atacam e desvalorizam os médicos formados em Cuba como uma forma de justificar a sua indignação às medidas tomadas pelo governo brasileiro no intuito de melhorar a qualidade dos serviços do SUS.
A qualidade humana e a alta qualificação dos profissionais de saúde cubanos têm permitido que ainda hoje, quando o país continua a enfrentar graves problemas econômicos que se alastram desde os anos 90, após a queda do campo socialista da Europa do leste, os índices de saúde da população cubana seguem colocados como exemplo para o mundo.
São índices de saúde alcançados através do trabalho interdisciplinar e intersetorial desses profissionais.
Por exemplo, em 2012 a mortalidade infantil em Cuba continuava sendo 4,6 por cada mil nascidos vivos, menor que o índice de Canadá e dos Estados Unidos.
A expectativa de vida é de 78 anos para os homens e 80 para as mulheres.
E já em 2011 existia um médico a cada 143 habitantes.
Em 2012, a dra. Margareth Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), reconheceu e elogiou o modelo sanitário de Cuba e destacou a qualidade do trabalho que realizam os profissionais de saúde e os cientistas cubanos, e felicitou às autoridades cubanas por colocar o ser humano no centro da sua atenção.
Não é desprestigiando nossos colegas de profissão, seja qual for o seu país onde tenha se formado, que vamos colocar em pauta e debater as verdadeiras causas da deterioração da qualidade dos serviços de saúde no Brasil.
Na hora de nos manifestar, o respeito, a solidariedade e a ética são necessários para estabelecer o diálogo e ir ao encontro da solução dos problemas.
Solidariamente,
Juan Carlos Raxach
Juan Carlos Raxach é assessor de projetos da Associação Brasileria Interdisciplicar de AIDS – ABIA
Leia também:
Cebes: O SUS precisa de mais médicos. E muito mais!
Dr. Rosinha: Médicos estrangeiros são bem-vindos
Fátima Oliveira: Quem deve lavar as louças sujas são os governos
Paulo Moreira Leite: O extremismo dos doutores
Luciano Martins Costa: Médicos, solidariedade de classe e consciência social
Entidades médicas: Medidas na saúde representam alto risco
Médicos protestam contra “importar” estrangeiros sem revalidação
Arthur Chioro: Todo apoio à contratação de médicos estrangeiros
Fátima Oliveira: A charlatanice e o escárnio da importação de médicos
Fátima Oliveira: Quem deve lavar as louças sujas são os governos
Paulo Moreira Leite: O extremismo dos doutores
Luciano Martins Costa: Médicos, solidariedade de classe e consciência social
Entidades médicas: Medidas na saúde representam alto risco
Médicos protestam contra “importar” estrangeiros sem revalidação
Arthur Chioro: Todo apoio à contratação de médicos estrangeiros
Fátima Oliveira: A charlatanice e o escárnio da importação de médicos
.
Dr. Ruan Carlos, pensei em ir a Cuba, para ver o que pensam os médicos de lá com relação aos nossos médicos. Sinto vergonha de não haver uma política de obrigatoriedade de trabalho em regiões longínguas. Temos as instâncias jurídicas e os juízes permanecerão no mínimo um ano na vaga que lhe couber aguardando abrir uma vaga em outra cidade e os militares também. Temos aqui médicos colombianos e agora temos o Senhor, que sabe que o motivo da preocupação dos nossos médicos não é com a competência dos cubanos e sim com a concorrência.
ResponderExcluir