por Saul Leblon
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O capital parasita – leia-se, rentistas,
especuladores e a república dos acionistas sem pátria – acha que chegou a
hora de tirar uma lasca do Brasil.
Um pedaço do pré-sal, talvez. Ou um naco das reservas em dólar. Quem sabe um escalpo extra da população para atingir ‘a meta cheia’ do superávit fiscal.
Os preparativos para o assalto começaram há algumas semanas; deixaram os rastros de sempre nas manchetes nada sutis do jornalismo ‘especializado’.
A interpretação que se dá para o salto do dólar nesta 6ª feira, quando a moeda norte-americana avançou 2% e beirou R$ 2,40, inclui-se nesse esforço de achacar a nação por asfixia.
O jornal Valor Econômico foi originalmente um veículo conservador com apego à exatidão útil aos mercados.
Rasgou a fantasia este ano; hoje é a clarim estridente dessa ordem unida de achacadores.
Para se credenciar, limou a redação da competência heterodoxa de que dispunha e despediu a seriedade.
Ajustou-se.
Agora é o porta-voz dos administradores de carteiras.
Uma gente sôfrega que se move por impulsos irrefletidos em relação ao próximo e ao distante; sejam eles a sorte da economia ou os destinos da sociedade.
É desse circuito algo reptiliano que saltou o bote desfechado pelo ‘Valor’ esta semana.
Coube-lhe atribuir ao governo aquilo que a ganância parasitária pleiteia: o Brasil cogita abdicar dos 30% cativos da Petrobrás no pré-sal.
Um balão de assalto.
A república dos acionistas gostaria de ‘realizar’ depressa o valor potencial das maiores reservas de petróleo descobertas no planeta nos últimos 30 anos.
O nome do atalho é petroleiras internacionais.
O método: remeter in bruto o óleo, sem refino.
E gerar caixa. Somas elevadas.
A república dos acionistas ganharia duas vezes.
Se a Petrobrás deixa de gastar como investidor universal da exploração, com pelo menos 30% em cada poço, como manda a lei, sobra mais para distribuir dividendos aos detentores das carteiras.
Que ganhariam de novo se o petróleo for bombeado direto para fora do país, sem alimentar impulsos industrializantes, sem expandir polos tecnológicos, sem engatar cadeias de equipamentos com elevados índices de nacionalização e prazos mais largos.
Entre os favorecidos nessa elipse do interesse nacional, figura, a família Marinho, dona do jornal Valor juntamente com os Frias, e um dos maiores acionistas da Petrobras.
Transitamos, como se vê, no campo da injeção de interesses direto na veia do noticiário.
Nesta 6ª feira foi a vez do ataque especulativo contra o câmbio.
O chamado ‘over shoot’ do dólar – uma desvalorização abrupta e pronunciada, vem sendo urdido em ladainha, há várias semanas, pelo mesmo noticiário especializado .
A esperança, confessa, é que a pressão cambial ocupe o lugar do tomate no jogral do ‘descontrole dos preços’ , lubrificando a defesa do choque redentor . Ademais do necrológio do governo Dilma, com injeção de algum oxigênio nas candidaturas anêmicas do conservadorismo.
Fatos.
As moedas emergentes – todas elas – perderam valor no mundo nesta 6ª feira.
Motivo: a expectativa de uma mudança de ciclo econômico mundial, com a recuperação dos EUA.
O BC norte-americano pode apertar um pouco menos o espirrador de liquidez por lá, se a recuperação, de fato, acelerar o passo de forma consistente (hipótese ainda controversa).
Se isso acontecer, os juros norte-americanos tendem escalar níveis capazes de gerar uma fuga de investidores do resto do mundo, Brasil inclusive.
Os juros futuros dos títulos do Tesouro dos EUA flexionaram nessa direção na 6ª feira.
Mas não há fuga de investidores do Brasil, por enquanto.
Nem há razões para tal. Ao contrário.
A brasileira foi uma da raras economias ocidentais cujo consumo de massa se manteve em expansão durante a crise. Ademais de dotada de um robusto pacote de investimentos pesados. E de um fiador de futuro composto de bilhões de barris de petróleo.
O que fez a ganancia infecciosa nesta 6ª feira foi aproveitar a onda externa e ‘antecipar’ uma fuga precificando-a nas cotações do dólar.
O que eles querem?
Querem que o Brasil atue para apagar esse fogo da avidez, dando um pedaço das reservas de US$ 380 bi à fome descabida dos especuladores.
É agora ou nunca.
O mote do descontrole econômico, alardeado como a contra-face ‘estrutural’ dos protestos de junho, não pegou.
Fanhosas apresentadoras de refogados na TV foram para o sacrifício, pendurando legumes no pescoço.
O ridículo lhes cai bem, mas não prosperou: em julho, houve deflação de alimentos.
A cesta básica caiu em 18 capitais. A indústria cresceu. O PIB se arrasta, mas estamos longe do alarmismo inscrito no noticiário.
A popularidade da Presidenta Dilma desenhou uma inflexão agira em agosto. Segundo o Datafolha, ela vence qualquer adversário no 2º turno.
O conservadorismo, ao contrário, mesmo mimado pela mídia, não tem nenhum candidato de fôlego.
Seu núcleo duro foi atropelado pelas revelações de corrupção sistêmica no metrô de São Paulo.
Um intercurso entre oligopólios e PSDB perdura há 16 anos .
Se é para tirar uma lasca do país, há que ser agora na turbulência que o ajuste de ciclo internacional provoca nos portfólios especulativos.
Depois pode ficar tarde.
Um jornalismo rudimentar no conteúdo, ressalvadas as exceções de praxe, mas prestativo na abordagem, reveste esse assalto com uma camada de verniz naval de legitimidade incontrastável.
A crise mundial açoitou impiedosamente a sabedoria excretada dessa endogamia entre o circuito do dinheiro especulativo e o noticiário conservador.
Para dizê-lo de forma educada, a pauta dos mercados autorregulados revelou-se uma fraude datada e vencida.
De um mundo que trincou e aderna, desde setembro de 2008.
Todavia, só se supera aquilo que se substitui.
E nada se colocou em seu lugar.
Ao que parece, o governo continua acreditando que vencerá a luta pelo desenvolvimento brasileiro armado de ferramentas exclusivas do paiol economicista.
Deixa, assim, o campo livre para o mercado e seu vocalizadores fazerem política, à custa do país.
Tirando uma lasca do Brasil, em nome dos interesses dos mercados. Que a mídia equipara aos de toda a sociedade.
Um pedaço do pré-sal, talvez. Ou um naco das reservas em dólar. Quem sabe um escalpo extra da população para atingir ‘a meta cheia’ do superávit fiscal.
Os preparativos para o assalto começaram há algumas semanas; deixaram os rastros de sempre nas manchetes nada sutis do jornalismo ‘especializado’.
A interpretação que se dá para o salto do dólar nesta 6ª feira, quando a moeda norte-americana avançou 2% e beirou R$ 2,40, inclui-se nesse esforço de achacar a nação por asfixia.
O jornal Valor Econômico foi originalmente um veículo conservador com apego à exatidão útil aos mercados.
Rasgou a fantasia este ano; hoje é a clarim estridente dessa ordem unida de achacadores.
Para se credenciar, limou a redação da competência heterodoxa de que dispunha e despediu a seriedade.
Ajustou-se.
Agora é o porta-voz dos administradores de carteiras.
Uma gente sôfrega que se move por impulsos irrefletidos em relação ao próximo e ao distante; sejam eles a sorte da economia ou os destinos da sociedade.
É desse circuito algo reptiliano que saltou o bote desfechado pelo ‘Valor’ esta semana.
Coube-lhe atribuir ao governo aquilo que a ganância parasitária pleiteia: o Brasil cogita abdicar dos 30% cativos da Petrobrás no pré-sal.
Um balão de assalto.
A república dos acionistas gostaria de ‘realizar’ depressa o valor potencial das maiores reservas de petróleo descobertas no planeta nos últimos 30 anos.
O nome do atalho é petroleiras internacionais.
O método: remeter in bruto o óleo, sem refino.
E gerar caixa. Somas elevadas.
A república dos acionistas ganharia duas vezes.
Se a Petrobrás deixa de gastar como investidor universal da exploração, com pelo menos 30% em cada poço, como manda a lei, sobra mais para distribuir dividendos aos detentores das carteiras.
Que ganhariam de novo se o petróleo for bombeado direto para fora do país, sem alimentar impulsos industrializantes, sem expandir polos tecnológicos, sem engatar cadeias de equipamentos com elevados índices de nacionalização e prazos mais largos.
Entre os favorecidos nessa elipse do interesse nacional, figura, a família Marinho, dona do jornal Valor juntamente com os Frias, e um dos maiores acionistas da Petrobras.
Transitamos, como se vê, no campo da injeção de interesses direto na veia do noticiário.
Nesta 6ª feira foi a vez do ataque especulativo contra o câmbio.
O chamado ‘over shoot’ do dólar – uma desvalorização abrupta e pronunciada, vem sendo urdido em ladainha, há várias semanas, pelo mesmo noticiário especializado .
A esperança, confessa, é que a pressão cambial ocupe o lugar do tomate no jogral do ‘descontrole dos preços’ , lubrificando a defesa do choque redentor . Ademais do necrológio do governo Dilma, com injeção de algum oxigênio nas candidaturas anêmicas do conservadorismo.
Fatos.
As moedas emergentes – todas elas – perderam valor no mundo nesta 6ª feira.
Motivo: a expectativa de uma mudança de ciclo econômico mundial, com a recuperação dos EUA.
O BC norte-americano pode apertar um pouco menos o espirrador de liquidez por lá, se a recuperação, de fato, acelerar o passo de forma consistente (hipótese ainda controversa).
Se isso acontecer, os juros norte-americanos tendem escalar níveis capazes de gerar uma fuga de investidores do resto do mundo, Brasil inclusive.
Os juros futuros dos títulos do Tesouro dos EUA flexionaram nessa direção na 6ª feira.
Mas não há fuga de investidores do Brasil, por enquanto.
Nem há razões para tal. Ao contrário.
A brasileira foi uma da raras economias ocidentais cujo consumo de massa se manteve em expansão durante a crise. Ademais de dotada de um robusto pacote de investimentos pesados. E de um fiador de futuro composto de bilhões de barris de petróleo.
O que fez a ganancia infecciosa nesta 6ª feira foi aproveitar a onda externa e ‘antecipar’ uma fuga precificando-a nas cotações do dólar.
O que eles querem?
Querem que o Brasil atue para apagar esse fogo da avidez, dando um pedaço das reservas de US$ 380 bi à fome descabida dos especuladores.
É agora ou nunca.
O mote do descontrole econômico, alardeado como a contra-face ‘estrutural’ dos protestos de junho, não pegou.
Fanhosas apresentadoras de refogados na TV foram para o sacrifício, pendurando legumes no pescoço.
O ridículo lhes cai bem, mas não prosperou: em julho, houve deflação de alimentos.
A cesta básica caiu em 18 capitais. A indústria cresceu. O PIB se arrasta, mas estamos longe do alarmismo inscrito no noticiário.
A popularidade da Presidenta Dilma desenhou uma inflexão agira em agosto. Segundo o Datafolha, ela vence qualquer adversário no 2º turno.
O conservadorismo, ao contrário, mesmo mimado pela mídia, não tem nenhum candidato de fôlego.
Seu núcleo duro foi atropelado pelas revelações de corrupção sistêmica no metrô de São Paulo.
Um intercurso entre oligopólios e PSDB perdura há 16 anos .
Se é para tirar uma lasca do país, há que ser agora na turbulência que o ajuste de ciclo internacional provoca nos portfólios especulativos.
Depois pode ficar tarde.
Um jornalismo rudimentar no conteúdo, ressalvadas as exceções de praxe, mas prestativo na abordagem, reveste esse assalto com uma camada de verniz naval de legitimidade incontrastável.
A crise mundial açoitou impiedosamente a sabedoria excretada dessa endogamia entre o circuito do dinheiro especulativo e o noticiário conservador.
Para dizê-lo de forma educada, a pauta dos mercados autorregulados revelou-se uma fraude datada e vencida.
De um mundo que trincou e aderna, desde setembro de 2008.
Todavia, só se supera aquilo que se substitui.
E nada se colocou em seu lugar.
Ao que parece, o governo continua acreditando que vencerá a luta pelo desenvolvimento brasileiro armado de ferramentas exclusivas do paiol economicista.
Deixa, assim, o campo livre para o mercado e seu vocalizadores fazerem política, à custa do país.
Tirando uma lasca do Brasil, em nome dos interesses dos mercados. Que a mídia equipara aos de toda a sociedade.
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