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26/05/2013
Médico cubano, doutor coxinha e ódio ideológico da direita
Blog Palavra Livre 26/08/2013
Denis Sena Filho
{Há
meses fui ao médico}. Estou com tendinite
em um dos joelhos. Sinto dor e mal consigo pisar no chão. A dor é
lancinante.
Estou em uma clínica em Copacabana à espera de ser atendido há mais de
três horas. A clínica é uma associação e atende um público acima dos 40
anos.
O paciente paga por consulta. Quando lá fui desembolsei R$ 40,00. Muitos
idosos que não podem pagar por um plano de saúde procuram ser atendidos
nessa clínica. Enfim, o médico chega. Espero alguns minutos e sou
chamado.
Abro a porta. Cumprimento o doutor; e ele
pede para eu sentar. O médico me olha e diz: “Desculpe pelo atraso, mas eu fiquei
preso em um engarrafamento”, ao tempo em que completa: “O que você tem?”
Informo-lhe da tendinite e a dor. Ele pede para eu me deitar. Começa a examinar
o joelho. Mal toca nele. Pergunto-lhe se ele quer que eu levante a calça para
ele ver melhor o joelho.
Ele balança a cabeça negativamente, e diz:
“Não é preciso. Já sei do que se trata. O doutor senta, pega a caneta e
prescreve uma receita, um analgésico para dor. Saio espantado e nunca mais
voltei lá. Não generalizo, porque não seria justo, mas são esses os médicos
brasileiros que tratam as pessoas com desdém e desconsideração. Não fui pego de
surpresa, pois sei dessa conduta praticada pelos médicos há muito tempo, tanto no setor público quanto no privado.
Agora, vamos à pergunta que não quer calar:
você acredita mesmo que os jornalistas da imprensa de mercado, os políticos
tucanos e os médicos brasileiros corporativistas e elitistas estão preocupados
com a saúde do povo brasileiro e com a capacidade profissional dos médicos
cubanos?
Vamos à outra pergunta que insiste em não se
calar: você acha que a gritaria e o histerismo que acontece é porque o Programa
Mais Médicos, além de ter o apoio majoritário da população é também um processo
que pode render muitos votos e por causa disso a direita brasileira, a pior do
mundo, está tentando boicotar e sabotar o programa do Governo trabalhista?
Quem respondeu “sim” para as duas perguntas
acertou, e, como tirou a nota 10, deve saber também que a criação do Programa
Mais Médicos é uma resposta contundente às manifestações da junho, que exigiram
dos governos estaduais, das prefeituras e o Governo Federal um Sistema Único de
Saúde (SUS), que preste serviços de melhor qualidade para o povo brasileiro.
Evidentemente, a direita escravocrata deste
País aproveitou a oportunidade que lhes deram as manifestações para achincalhar
e desqualificar o Governo trabalhista, mas o tiro saiu pela culatra, porque a
presidenta Dilma Rousseff, segundo as pesquisas, voltou a melhorar seus índices
de aprovação, bem como seu governo se deslocou mais à esquerda e tratou de
reconquistar a credibilidade por pouco tempo parcialmente perdida com o
Programa Mais Médicos.
Além do Mais Médicos, outros programas já existentes
estão a ser incrementados e melhorados, bem como o Governo Dilma está prestes a
lançar o Programa Mais Professores, o que, indubitavelmente, vai fazer com que
os políticos do PSDB e os seus aliados fiquem mais desesperados do que já estão,
e consequentemente, com o apoio da imprensa de negócios privados, os tucanos
vão recrudescer seus ataques aos principais líderes do PT e autoridades do
Governo, a ter ainda como parte do arsenal de acusações e pretensas denúncias
as reportagens direcionadas e seletivas de Veja, O Globo, Estadão e Folha de S.
Paulo, depois repercutidas pelos jornais da TV Globo e da Globo News.
Os questionamentos da direita brasileira ao
Programa Mais Médicos são os mais estapafúrdios possíveis e inquestionavelmente
paradoxais. O ódio e o preconceito ideológico movimentam as mentes e as ações
desses grupos conservadores, que lutam contra o tempo, a história e a evolução
da humanidade. Eles não querem dividir, distribuir para que possamos ter um
Brasil justo e democrático. Apostam na divisão da sociedade e por causa disto
manipulam e distorcem a realidade com o apoio da imprensa burguesa.
Acontece que o Programa Mais Médicos vai
propiciar o atendimento médico a 701 municípios que foram renegados pelos
médicos brasileiros, a maioria oriunda de classes privilegiadas e ex-estudantes
de universidades públicas e também particulares, que oferecem cursos de
Medicina dos mais caros. Temos um corpo médico alienado socialmente e
divorciado das necessidades e dos problemas do povo brasileiro, que, juntamente
com os sucessivos maus governos, são também responsáveis pela crise na saúde,
afinal quem cuida do setor da saúde são os médicos.
O Brasil tem centenas de municípios sem a
presença de médicos. Muitos cidadãos brasileiros nunca foram atendidos por um
profissional de saúde formado em Medicina. Nunca os médicos capitalistas e
consumistas e que através do tempo esqueceram o juramento de Hipócrates se
preocuparam em atender os brasileiros pobres das periferias e dos morros das
grandes cidades, bem como se negam a ir para o interior, como demonstrou, inapelavelmente,
as inscrições para o Programa Mais Médicos.
Simplesmente os médicos brasileiros, muito
deles preconceituosos, de caráteres duros e frios com os seus pacientes,
preferem ficar em suas cidades, a trabalhar em três empregos e faltar ao
trabalho quando fazem parte da saúde pública, bem como formar sociedades em
clínicas e, por conseguinte, ganhar dinheiro, muito dinheiro em prol de uma
vida materialmente estável e prazerosa quando de férias ou quando na hora de se
divertir.
Evidentemente que não problema algum de uma
pessoa ou profissional querer ganhar dinheiro e viver de forma confortável. O
meu desejo é que todos os brasileiros tenham uma vida assim. Mas não é a
realidade que se apresenta e a responsabilidade social é também tão importante
quanto a vida boa que os nossos médicos burgueses tem e não abrem mão por um
segundo para cooperar com o País e atender àqueles que não tem acesso a quase
nada, inclusive ao atendimento médico-hospitalar.
MÉDICOS COXINHAS: INSENSIBILIDADE E PRECONCEITO IDEOLÓGICO. DILMA NÃO FOI A CUBA; CUBA VEIO AO BRASIL |
É verdadeiramente lamentável ao tempo que
surreal a ação e a conduta de jornalistas conservadores, a exemplo de Eliane Cantanhêde,
Augusto Nunes, Reinaldo Azevêdo e Ricardo Noblat que não estão nem aí para o
Brasil e o seu povo. Considero também ridículo, extremamente cínico e até mesmo
pérfido os ataques de políticos como Aécio Neves, Roberto Freire e Álvaro Dias
ao programa que vai levar saúde para os rincões deste País — o Brasil profundo.
É um despropósito dessa gente, além de ignomínia inominável.
Os jornalistas e os políticos de direita
consideram a vinda dos médicos perigosa. Essa gente é tão ideológica e perversa
que cinicamente diz acreditar que tais médicos vão servir como espiões do
comunismo internacional. Esses caras, por conveniência política, resolvem
voltar à época da Guerra Fria para sabotar não somente o Programa Mais Médico,
mas, sobretudo, os interesses do povo brasileiro, principalmente o pobre, que
não tem condições de pagar pela saúda privada, que a classe média coxinha optou,
como preferiu também a escola particular e depois perceber que deu com os
burros n’água, porque sustentar durante décadas os vorazes capitalistas desse
segmento é dose para mamute quando não para leão.
A verdade é que a imprensa alienígena mente;
os políticos do PSDB mentem e parte da classe média coxinha acredita nessas
mentiras e repercute no cotidiano de sua vida. Contudo, não tem jeito, e o
Programa Mais Médicos tem a aprovação da população brasileira, que na hora da
enfermidade quer ficar curada da doença que a vitimou e lhe causa preocupação.
E o que importa é que os médicos cubanos
estão entre os melhores, pois eles trabalham no mundo inteiro, a realizar a
medicina social e não de fundo capitalista como acontece no Brasil, porque, sem
generalizar, os nossos médicos são oriundos de classes privilegiadas,
tonaram-se frios e oferecem uma medicina de má qualidade e, o que mais me estarrece,
francamente desumanizada.
Os médicos deste País são os maiores
responsáveis pela crise na Saúde. E eles sabem por quê. Quando você vê um sem
número de médicos bater o ponto e sumir do trabalho, percebemos que tais
profissionais se dedicam à causa de somente ganhar dinheiro, em um país
fortemente capitalista cuja elite é a propagadora para que sejamos uma sociedade
individualista, consumista e indelevelmente egocêntrica, em que se valoriza o
que você tem e não quem você é. Os médicos brasileiros são o retrato desse
sistema que somente se preocupa com o ter e não com o ser.
E é exatamente por isso que o Conselho Federal
de Medicina (CFM), os Conselhos Regionais de Medicina (CRM) e a Associação
Médica Brasileira (AMB) estão a gritar, a berrar e a tentar sabotar o Programa
Mais Médicos. Os médicos coxinhas não querem ir para o interior e a periferia,
mas, contraditoriamente, não querem que os médicos estrangeiros ocupem as vagas
que eles desprezaram. Não é um caso para o Sigmund Freud explicar?
Esses playboys realizam passeatas, inclusive
a mostrar faixas e cartazes com dizeres infames, mas não querem que o Governo
resolva a falta de médicos. São os médicos pequenos burgueses de vida mansa e
que se tornam feras quando têm de defender a reserva de mercado. Tão
capitalistas e privatistas quando se trata de apoiar programas e receitas
econômicas de políticos que somente tiram do povo, ao tempo que tão cônscios de
seus interesses, ainda mais quando o Governo trabalhista, em que eles não votam,
quer distribuir a população médica em todo o País.
Agora a moda é dizer que os médicos cubanos
vão ser escravizados. Jornalistas de direita como Augusto Nunes, Eliane Cantanhêde
e políticos como Álvaro Dias e Aécio Neves, dentre muitos outros, tem a
insensatez e a cretinice de afirmar que o Governo de uma socialista e
trabalhista como a presidenta Dilma Rousseff vai escravizar os médicos cubanos.
É um nonsense só. Então, os governos (Lula e Dilma) que mais distribuíram renda
e riqueza, que não venderam o patrimônio público, que preservaram as leis
trabalhistas vão tornar os cubanos escravos. Inacreditável, não? A verdade é que gente como essa perdeu
totalmente a razão e a noção do que é até mesmo razoável falar.
O negócio é o seguinte: até para ser cara de
pau tem limite e má-fé intelectual também. Só que esses tucanos travestidos de
gente preocupada com o destino e o futuro da Nação se contradizem, porque não
são sinceros, pois sabemos, como seres humanos, que as pessoas que defendem um
mundo para poucos privilegiados tem de mentir, dissimular, manipular e
distorcer a verdade e a realidade dos acontecimentos e dos fatos.
Como uma pessoa pode ser contra a contratação
de médicos estrangeiros se os médicos daqui não querem sair dos lugares onde
estão? Como pode uma pessoa ser contra o atendimento médico a brasileiros que
não têm acesso a eles? Não dá para ser contra, concorda? “Então, o que fazer?”
— perguntam os reacionários de direita. E
eu respondo: “Minta, distorça, manipule e dissimule. Só que não vai dar certo,
porque o povo quer médicos e apoia programas como o Mais Médicos por não ser
burro”. Ponto.
A Associação Brasileira de Médicos se mostrou
tão corporativa, elitista e distanciada das realidades do povo brasileiro que
entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o Programa
Mais Médicos no STF. A AMB realmente é um órgão de essência empresarial, mas vai
perder, porque mesmo com um Supremo de juízes conservadores, tal Tribunal não
vai se mostrar tão imprudente ao ponto de ser contrário aos interesses do povo
brasileiro. Seria de mais os juízes se insurgirem contra a população carente
para fazer mais uma vez política de oposição ao Governo trabalhista.
Para finalizar, vamos esclarecer: ninguém vai
ser escravizado. Os governos trabalhistas foram os que mais combateram o
trabalho escravo no Brasil. Quem de duvida, que tenha a disposição de consultar
os números e índices do Ministério do Trabalho. Então, esse papo da direita e
da imprensa alienígena de escravidão dos cubanos é balela, mentira, cinismo e
maledicência. Além disso, a remuneração dos médicos de Cuba é paga ao governo
porque esses profissionais de saúde são funcionários públicos e que estão em
missão oficial e no exterior. Não é um trabalho autônomo, como se fosse de um
profissional liberal.
Por seu turno, é necessário salientar que
Cuba é um país socialista e que a população aceita e considera normal que os
recursos conseguidos no exterior por uma categoria profissional, a exemplo dos
médicos, sejam investidos na sociedade. O trabalho dos médicos no exterior ou
de qualquer outra categoria profissional é considero como dividendos de
exportação de serviços e por isso são compartilhados. As empresas brasileiras,
notadamente as de engenharia que exercem atividades no exterior, também têm
procedimento semelhante em relação aos seus profissionais.
Mesmo
assim a direita midiática joga pedras
em qualquer iniciativa do governo trabalhista de Dilma Rousseff, a
exemplo com
fez com o ex-presidente Lula. Não consideram nada e não se importam com
as
pessoas, a não ser com os seus patrões, porque precisam garantir seus
empregos
e privilégios e, por conseguinte, defender os interesses políticos e
econômicos
dos magnatas bilionários que desejam fazer do Brasil um clube VIP para
poucos
privilegiados. A preocupação da direita é meramente eleitoral. São os
votos do Mais Médicos que deixa os reacionários nervosos e agressivos.
Bem-vindo os médicos cubanos. É isso aí.
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