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09/12/2013
Tuma no Dops é a primeira mentira do “livro-bomba”
Do Brasil 247 - 9 de Dezembro de 2013 às 17:25
Romeu Tuma Jr. afirma no livro promovido pela
revista Veja que acompanhou pessoalmente depoimentos do ex-presidente
Lula em colaboração com o regime militar; isso é falso; quando Lula foi
preso, em 19 de abril de 1980, Tuminha tinha apenas 16 anos e seis meses
de idade, o que impede qualquer pessoa de ter cargo público, quanto
mais o de "investigador subordinado"; antes, quando Lula se tornou
sindicalista, em 1972, o policial que perdeu o cargo de Secretario
Nacional de Justiça por comprovadas ligações com o contrabandista Li
Kwok Kwen, contava nove anos de idade; seus amiguinhos brincavam de
polícia e bandido e ele já saia em diligências políticas com o pai, o
delegado Romeu Tuma, é isso?, acredita quem quiser, mas a verdade é que a
vendeta de Tuminha contra Lula não se sustenta; mais uma vez, o pequeno
Tuma mentiu
A pergunta que o tal 'livro-bomba' propagandeado por Veja não responde é: como conseguiu, ainda imberbe aos 16 anos e seis meses idade, o jovem Romeu Tuma Jr. saber por ele próprio, como afirma no livro e em entrevista, que Lula fora um colaborador da ditadura?
Tuminha, como o policial é conhecido – também alcunhado pela própria Veja, anos atrás, como "muambeiro" e "meliante" – seria um "gato", como é conhecido o jogador de futebol que mente a idade para atuar em categorias de base, mas às avessas? Ou seja, em lugar de mentir para menos a sua própria idade, teria mentido para mais a fim de se tornar, como disse, "investigador subordinado" do Dops chefiado por seu pai e sair por aí armado e com título de autoridade policial? Isso o livro não esclarece.
À altura de sua prisão, Lula era visto como o adversário número 1 da ditadura militar. Não havia o menor diálogo entre as duas partes. Afinal, desde 1977, quando os metalúrgicos da Scania, em São Bernardo, pararam suas máquinas e cruzaram os braços dentro do próprio chão da fábrica, Lula era a imagem da radicalização.
Pode-se imaginar, com grandes doses de criatividade, que Lula, ao entrar para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, em 1972, tivesse alguma interface com agentes do regime militar. O então presidente da entidade, Paulo Vidal, era considerado um pelego – e bem poderia confirmar ou desmentir informações procuradas pelo integrantes do regime. Mas Lula? Ele que decidiu entrar para o sindicalismo e a política depois de saber que seu irmão mais próximo, Frei Chico, fora torturado quase até a morte pelos agentes da repressão?
Em 1972, Tuminha, o autor do, repita-se, do 'livro-bomba', tinha então 9 anos de idade. Quando seus amiguinhos deveriam estar brincando de polícia e bandido, pelo jeito ele já carregava um distintivo de verdade no peito para sair ao lado do pai, o Tumão, em diligências atrás de comunistas e que tais. Isso é plausível?
Tumão, como se sabe, morreu em 2010. Ele não pode, assim, contar a sua versão, a não ser que Tuminha consiga algum meio de colher seu depoimento, como dizem os policiais.
Acreditar nessa possibilidade, assim como crer que Tuminha, já aos 16 anos, frequentava os salões da repressão do Dops, é dar crédito demasiado a um personagem que, no papel de chefe da área federal contra o contrabando, foi flagrado negociando um salvo-conduto para um dos maiores contrabandistas do País, Li Kwok Kwen, o chinês que controla o contrabando de produtos piratas em São Paulo.
Antes do conluio com o chefe do contrabando, também pego no pulo, Tuminha fez da Secretaria Nacional de Justiça uma central de favores para amigos e parentes, tentando pilotar, inclusive, uma vaga na burocracia para a namorada de um amigo.
Menos do que ter conteúdo de verdade, o livro que Tuminha publica é, fora de dúvida, uma pronta e acabada vendeta contra o mesmo Lula que lhe deu um cargo de prestígio na máquina federal e teve de removê-lo de lá por péssimo comportamento.
E vinganças, como se sabe, não precisam da verdade para se concretizar. Uma mentira republicada em Veja pode ser dada como verdade - e o serviço está feito. É o que está em curso com o tal "livro-bomba".
Um traque.
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PITACO DO ContrapontoPIG
E aí.. vai ler?
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