09/03/2015
Quem foi o deputado do PSDB que intimidou Janot para proteger Aécio?
Janot foi intimidado por um capanga do PSDB e o povo brasileiro tem o direito de saber o nome quem foi o parlamentar que fez o serviço.
Carta Maior - 09/03/2015
Antônio Lassance
Congressistas do PSDB disseram ao jornal O Estado de S. Paulo (7/3) que um de seus deputados federais foi até Rodrigo Janot, procurador-geral da República, assim que se soube que o doleiro Alberto Yousseff havia denunciado o senador Aécio Neves em uma de suas delações.
Congressistas do PSDB disseram ao jornal O Estado de S. Paulo (7/3) que um de seus deputados federais foi até Rodrigo Janot, procurador-geral da República, assim que se soube que o doleiro Alberto Yousseff havia denunciado o senador Aécio Neves em uma de suas delações.
Segundo
o termo de delação número 20, feito por Yousseff ainda no final do ano
passado, o doleiro descreveu um esquema na estatal Furnas Centrais
Elétricas que garantia o recebimento de propina pelo PSDB e pelo Partido
Progressista.
O Estadão informou
que um deputado federal funcionou como emissário para passar um duro
'recado' a Janot: a delação de Youssef contra Aécio deveria ser
considerada como denúncia vazia, pois isso seria inaceitável para alguém
que teve 53 milhões de votos.
Então
é para isso que servem os votos dados a Aécio? Para intimidar o
procurador-geral quando se tem alguma denúncia contra o PSDB?
Chamar
a isso de 'recado' é eufemismo. Janot foi é intimidado por um capanga
do PSDB que não sabe se portar como parlamentar. O caso deveria ensejar
apuração, requerimentos de informação ao procurador-geral e processo por
quebra de decoro contra o deputado.
Por
sua vez, Janot, como qualquer autoridade da República, está sob as
obrigações da Lei de Acesso às Informações. Tem o dever de divulgar
publicamente sua agenda e de relatar qualquer encontro que seja objeto
de questionamentos que digam respeito à sua função.
O
povo brasileiro tem o direito de saber quem do PSDB foi ao
procurador-geral para intimidá-lo e o exato teor das conversas havidas.
Mais ainda se houve algum acordo.
A
preocupação não é só com a figura de Janot, mas com a condição do
Ministério Público Federal, que é um órgão da República que não pode se
acovardar nem se render a qualquer tipo de barganha.
Janot
é candidato a permanecer no cargo de Procurador-Geral do Ministério
Público. Sua recondução obrigatoriamente passa pelo Senado, conforme
manda a Constituição. Além da intimidação, se outros fatores pesaram em
sua decisão, ele terá que dar satisfações.
Aécio
está tão enrolado nas delações de Youssef quanto seu correligionário
Antonio Anastasia, que está citado no inquérito e não recebeu a mesma
graça do arquivamento. O capanga deve ter se esquecido de defendê-lo com
a mesma empáfia.
O Estadão
notoriamente é aliado do governador Geraldo Alckmin na disputa contra
Aécio Neves pela candidatura tucana à disputa presidencial de 2018.
Pouco importa.
O que realmente
importa é a verdade e que ninguém, mesmo um parlamentar, ainda que seja
um deputado que acha que pode tudo, pode intimidar o Ministério Público e
ficar por isso mesmo.
Ainda mais
importante é que procurador-geral da República que se preze não se deixa
intimidar e nem barganha lugares em sua engaveta para esconder
malfeitos de quem quer que seja.
(*) Antonio Lassance é cientista político.
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PITACO DO ContrapontoPIG
Que tipo de pressão sofreu Janot? Consta que até o dia anterior à divulgação da lista, Aécio nela figurava.
A direita joga bruto há tempos: ameaça, chantagem, e outros tipos de crimes. A História está cheia de exemplos.
Quem seria o deputado intimidador.
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