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30/11/2015
Cunha adia impeachment e joga emenda de R$ 45 milhões no colo do PSDB
Por Fernando Brito
Muita gente – boa, inclusive – achou que as novas denúncias sobre o “agrado” de R$ 45 milhões do banqueiro André Esteves a Eduardo Cunha para beneficiar o BTG Pactual numa Medida Provisória poderiam fazer o presidente da Câmara “vingar-se” aprovando a tramitação do pedido de impeachment de Dilma Roussef.
Estavam errados, como mostra a nota da Reuters, agora há pouco, onde Cunha “adia” a decisão sobre o documento:
“O presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o vazamento de uma
anotação que revelaria o pagamento de propina a ele pelo banqueiro André
Esteves pode ter relação com o anúncio feito por ele de que decidiria
sobre pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff nesta
segunda-feira e que, portanto, deve adiar a divulgação de sua decisão
sobre o impedimento.”
Há duas razões para que a interpretação seja a oposta à que se teve.
A primeira, é que a legitimidade de Cunha, quanto mais escassa se torna, menos o habilita a apontar supostas culpas alheias.
A segunda, a postura oportunista do PSDB e do DEM que, depois de cortejá-lo por meses, agora resolveram fazer de Cunha a bandeira de sua “moralidade”.
Tanto que sua primeira reação, ao desmentir o suposto documento, foi a de empurrar a MP questionada para o colo do líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima. Que, obviamente, não vem ao caso.
Cunha não vai disparar sua última bala contra sua própria cabeça.
Sua aposta é no tempo e em expedientes menos – muito menos – públicos.
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