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21/11/2015
Crise econômica foi alimentada artificialmente, diz diretor do Le Monde Diplomatique Brasil
O movimento, segundo ele, teria iniciado ainda no final de
2014, logo após o final das eleições presidenciais que garantiram a
reeleição de Dilma Rousseff
O sociólogo Silvio Caccia Bava, diretor e editor chefe do Le Monde Diplomatique Brasil, alertou,
na quarta-feira (18), durante palestra, sobre a real natureza da crise
econômica que o Brasil atualmente enfrenta. Para ele, houve um processo
de construção artificial de uma crise econômica, a partir da mídia e de
acadêmicos.
O movimento, segundo ele, teria iniciado
ainda no final de 2014, logo após o final das eleições presidenciais
que garantiram a reeleição de Dilma Rousseff.
“No final de 2014, começamos a vivenciar
um clima de terrorismo econômico para forçar uma mudança de rumos na
política econômica”, declarou.
O verdadeiro objetivo desse movimento,
acrescentou, era um só: o Brasil precisa promover uma recessão para
rebaixar o custo do trabalho. Esse objetivo, destacou ainda, faz parte
de uma agenda global de recuperação de perdas do capital financeiro após
a crise internacional de 2008.
Quem pagou o pato neste processo é a
economia real e todos aqueles que vivem da renda do próprio trabalho. Já
o capital financeiro tratou de recuperar o terreno perdido.
“Os grandes fundos de investimento
praticamente dobraram de tamanho depois da crise de 2008. No caso o
Brasil, o país virou uma plataforma de exploração rentista
internacional, com taxas de juros que não têm paralelo no mercado”,
observou o sociólogo.
No plano político, esse movimento do
sistema financeiro é acompanhado por um Congresso Nacional onde cerca de
70% dos parlamentares eleitos foram financiados por apenas dez grandes
grupos econômicos.
“Os partidos, de modo geral, deixaram de
representar esses interesses porque seus parlamentares passaram a
responder a interesses privados, de seus financiadores de campanha”,
ressaltou
O antídoto para esse quadro, defendeu, é
mais democracia e o aprofundamento do debate na sociedade sobre o que
está acontecendo no país, quais os agentes que estão atuando e
construindo as narrativas da crise.
“Estamos vivendo o fim de um ciclo, mas
há um fato positivo acontecendo, que é a formação de novas frentes de
luta como a Frente Brasil Popular”, avaliou.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Portal “Sul21“
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