quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Contraponto 18.154 - "Globo enquadra Aécio e manda PSDB baixar a bola "

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Até então, a política do PSDB, sob a gestão de Aécio, era o "quanto pior, melhor" – o jogo consistia em sabotar a economia, para criar condições para um golpe, pactuado com Cunha. Por isso mesmo, os tucanos votaram contra o fator previdenciário e deram aval a todas as pautas-bomba do Congresso.

O PSDB, no entanto, foi chamado à razão por setores da elite econômica e empresarial e por grupos de mídia. Um exemplo, foi o jornal O Globo, em texto publicado nesta quinta-feira por Merval Pereira, o colunista mais alinhado com o PSDB e com os interesses do editor João Roberto Marinho.

"O PSDB errou muito ao jogar todas as suas fichas no impeachment e, mais que isso, apostar que 
poderia encontrar atalhos para chegar a ele sem respeitar os prazos, pulando etapas", disse Merval. 

"Aprovar a DRU (Desvinculação de Receitas da União), instrumento fundamental para o governo ter margem de manobra dentro do Orçamento, e que foi criado pelo próprio PSDB para contornar a rigidez das verbas vinculadas, é perfeitamente aceitável", pontuou ainda o colunista.

Coincidência ou não, o PSDB ontem afirmou que votará a favor da DRU, mecanismo que dá maior liberdade orçamentária ao governo (confira aqui). Leia, abaixo, a coluna do jornalista do Globo:


De volta ao começo


POR MERVAL PEREIRA


O PSDB parece que voltou a fazer política de maneira mais conseqüente. Passada a fase de buscar a qualquer custo apressar o impeachment, agora vai retomar o seu caminho natural.

O rompimento com Eduardo Cunha e a negociação para pontos importantes do ajuste fiscal fazem parte dessa nova postura de oposição consciente. Ser a favor do impeachment da presidente Dilma - e há motivos claros para isso -  não significa que se deva trabalhar para inviabilizar seu governo naquilo que concerne a questões do Estado brasileiro.

Aprovar a DRU (Desvinculação de Receitas da União), instrumento fundamental para o governo ter margem de manobra dentro do Orçamento, e que foi criado pelo próprio PSDB para contornar a rigidez das verbas vinculadas, é perfeitamente aceitável. Aprovar a volta da CPMF, não. 

O PSDB errou muito ao jogar todas as suas fichas no impeachment e, mais que isso, apostar que poderia encontrar atalhos para chegar a ele sem respeitar os prazos, pulando etapas.

Pressionado pelos movimentos de rua, os jovens deputados do PSDB – eles chamam “cabeças negras” contra “cabeças brancas” – foram muito afoitos achando que poderiam apressar o processo de impeachment da presidente Dilma, não entendendo que com isso estavam dando condições ao governo de denunciar um golpe. 

Não há golpe por que o instrumento democrático está previsto na Constituição, mas a partir do momento em que se quer encontrar caminhos mais curtos para chegar ao impeachment e para isso se conta com o apoio de um político como o Eduardo Cunha, completamente desacreditado mesmo antes de aparecerem as provas das contas ilegais na Suíça, é claramente um equívoco político.

Estava evidente desde o início que não valia a pena se aproximar tão efusivamente de Cunha, mesmo para alcançar um objetivo político maior, que é o afastamento da presidente Dilma.

Pouparam Eduardo Cunha imaginando que através dele poderiam chegar ao impeachment, e agora entenderam  que ele apenas faz chantagem com o governo e com a oposição para tudo ficar como sempre esteve, enquanto ele tiver esse poder na mão, está garantido.

Até agora, quem se salvou foi só ele, e, em conseqüência, a presidente Dilma. Na sua atuação oposicionista, o PSDB fez um trabalho retórico correto. Não houve uma decisão do governo que merecesse crítica que não recebesse do presidente do partido, senador Aécio Neves, a devida contestação, em notas oficiais, entrevistas coletivas ou discursos no Senado.

A atuação parlamentar do PSDB melhorou muito de intensidade e qualidade neste ano, tanto no Senado quanto na Câmara. Mas errou na questão propositiva. A proposta de governo apresentada pelo PMDB, elaborada pelo Instituto Ulysses Guimarães, é uma peça muito bem feita que deveria ter sido produzida pelo PSDB, que teoricamente tem mais condições estruturais para apresentar à sociedade propostas alternativas, e está na oposição, ao contrário do PMDB, que é governo.

Mas foi o PMDB que saiu na frente, graças a um trabalho coordenado pelo presidente da Fundação Ulysses Guimarães ex-ministro Moreira Franco. A tarefa da oposição é essa, apresentar alternativas ao governo que critica, e não ficar apenas pensando no fim do governo.

No afã de encurtar o mandato de Dilma, o PSDB ajudou a aprovar medidas que são verdadeiras bombas no orçamento do país, medidas que os tucanos não podiam apoiar, como o fim do fator previdenciário. O paradoxo é evidente: enquanto o PSDB apoiou o fim do fator previdenciário, o PMDB em seu documento faz a proposta de idade mínima para aposentadoria.

Todo o conjunto de ações para minar o governo da presidente Dilma acabou minando também a credibilidade do PSDB. Agora, o maior partido da oposição que aparece em todas as pesquisas como o favorito para eleger o próximo presidente da República, tem que refazer seu caminho, começar tudo de novo.   


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PITACO DO ContrapontoPIG

Globo? Estranho, né? 

Como dizia Brizola: "Neste angu tem caroço" ... 

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2 comentários :

  1. Enrolou... Enrolou... E não disse nada ! Continuam como golpistas... E agora que em set golpistas disfarçados. Mas, o povo não é otário... E sabe que os coxinhas são o que são. Isto é : não prestam pra nada... E muito menos enganar o povo. Pois até agora só tentaram acerta uma enganação pró povo... Querendo se passar de bonzinho... Tipo lobo em pele de cordeiro. E agora vem com mais essa falsidade de fingir mudar pra melhor... Bem, se querem mudar... É sinal de que não presta mesmo. Pois se fosse bom.. Então não precisava mudar o tempo todo de postura... E então é uma prova que não tem postura e nem caráter. E fiquem sabendo vindos tucanalhas... Pois nos que votamos no PT... Não caimps nas conversas ditadas de vcs.. E vai pedir impeachment de Dilma em outubro de 2018. Lá sim... Pedindo nas urnas... E mesmo assim se o povo acreditar vcs... Coisa que eu acho muito difícil o povo acreditar em golpistas. Então só mesmo a minoria que vai nessa . tipo a elite e alguns puxa saco dos ricos. Mais a maioria do povo não cai em vcs.

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  2. Não é tão estranho. A Globo deve ter se tocado que suas receitas caem muito mais rápido do que a queda no PIB; além disso, quando o dólar aumenta, a dívida líquida da Globo aumenta, enquanto que a do governo, credor em dólar, cai.

    Ou seja, a Globo deve ter se tocado que ela quebra antes do país quebrar.

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