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16/11/2015
O que ninguém está falando na demissão de Sidney Rezende. Por Paulo Nogueira
Não foi só a demissão de Sidney Rezende um dia depois de um artigo crítico sobre a mídia que me chamou a atenção.
Foi também um aspecto lateral.
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Significa que ele sai da Globo News e da Globo sem os direitos trabalhistas clássicos.
Significa, também, que a Globo, confiante em sua impunidade, há muito armou um esquema de sonegação no seu RH.
Você pode até tentar aceitar a utilização de PJs em empresas em condição desesperadora.
Mas na Globo?
Basta ver o patrimônio multibilionário de seus donos para verificar que este tipo de sonegação é um escárnio contra a sociedade e contra a decência.
Basta ver também a transfusão copiosa de dinheiro público para a empresa para ver o tamanho do descaro.
Apenas o governo federal, com suas empresas, coloca 500 milhões de reais por ano na Globo. Não estamos falando nos ingressos adicionais derivados de governos estaduais – Aécio foi uma mãe em seus oito anos em Minas – e prefeituras.
Com tudo isso, a Globo se julga no direito de sonegar em seus funcionários mais caros.
É uma vergonha, e também é um passivo considerável.
Nos últimos meses, a história de Claudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, veio à tona.
Um dos fatos marcantes de sua biografia é que ela processou a Globo quando foi demitida.
Claudia era apresentadora como Sidney Resende.
Ela ganhou na Justiça da Globo. Recebeu uma indenização na saída que não teria como PJ.
É presumível, hoje, que mais demissões virão entre PJs da Globo. E é provável, igualmente, que mais gente processe a empresa.
Isto porque as circunstâncias são outras.
Antes, romper com a Globo era uma decisão complicada para qualquer profissional. E um processo representa uma ruptura.
Agora mesmo Ali Kamel, ao falar da saída de Resende, disse que não renovar um contrato não quer dizer que o vínculo não pode ser retomado no futuro.
Não sei se existem casos assim na Globo.
Mas agora a Globo é uma empresa em declínio, e isso não vai mudar. A internet transformou as mídias da Globo em negócios declinantes, incluída aí a televisão aberta.
A Globo é a Abril amanhã.
Os profissionais sabem que seu futuro está na mídia digital, e não na Globo. Eles já não terão nada a perder acionando a Globo. Terão, na verdade, apenas a ganhar.
Isso muda tudo.
Será uma imensa surpresa se Sidney Rezende não for à Justiça contra a Globo.
Mas de novo.
É muita ganância dos donos da Globo a utilização de PJs.
E é inacreditável que o Estado – incluídos aí governos petistas nos últimos 13 anos – nunca tenha feito nada para coibir este crime contra o bolso do povo.
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