terça-feira, 31 de maio de 2016

Nº 19.528 - "Temer já é ruim, mas ainda pode piorar"



Temer já é ruim, mas ainda pode piorar

 

Brasil 247 - 31/05/2016


 
Paulo Moreira Leite

Os sucessivos desastres políticos ocorridos desde o afastamento de Dilma Rousseff demonstram que uma fraqueza política irremediável tornou o governo de Michel Temer ridiculamente incapaz de oferecer uma alternativa de estabilidade e prosperidade para o país.

Vamos classificar os fatos como eles são. A implosão do ministro da Transparência ocorreu num quadro de insurreição interna. A reconstrução do Ministério da Cultura foi obtida a muque. A revolta do movimento de mulheres forçou uma busca de talentos para integrar altos escalões do governo. Tardia demais para produzir qualquer que efeito político, mostrou-se inteiramente inócua em função da audiência, no ministério da Educação, concedida a um ator celebrizado pelo tom debochado usado para descrever um crime de estupro.

No plano interno, não há como esconder: o governo provisório perdeu o debate essencial sobre sua legitimidade. No externo, onde o poder de retaliação econômica de Brasília é perto de zero, o esforço do Itamaraty para atuar como agência de publicidade do golpe parlamentar só trouxe resultados patéticos depois que gravações mantidas em conveniente segredo até aqui desmascararam a natureza anti-democrática, mesquinha e suja, da conspiração que afastou Dilma. A desmoralização na realidade é anterior. Começou no Festival de Cannes, que retomou a tradição criada no tempo das ditaduras sul-americanas, quando, pela primeira vez, seu auditório serviu para atos de protesto. Prosseguiu no repúdio de 499 sociólogos reunidos em Nova York ao antigo príncipe da profissão, Fernando Henrique Cardoso.

A situação de fratura exposta não representa nenhuma garantia, porém, para o retorno à democracia e à preservação dos direitos e liberdades colocados em risco, mas a possibilidade de reversão do quadro atual tornou-se pelo menos verossímil.

Afastada do posto, numa espécie de exílio vigiado no Alvorada, hoje Dilma desfruta dos melhores índices de aprovação desde o tumultuado início do segundo mandato. Sua recuperação é expressão, em primeiro lugar, da conjuntura política e da desarticulação visível do governo Temer.

A presença de Dilma no Memorial Darcy Ribeiro, para o lançamento, ontem, do livro "A resistência ao golpe de 2016", que reúne artigos de uma seleção de autores comprometidos com a causa democrática, marca uma diferença que permite comparações -- a favor da presidente afastada.

Em julho de 1964, quatro meses depois do golpe militar, o cronista Carlos Heitor Cony, que foi um dos principais críticos dos anos iniciais da ditadura, assegurando ao Correio da Manhã um prestígio que jamais possuiu, lançou a coletânea O Ato e O Fato, na Feira de Livro do Rio de Janeiro. A presença de leitores foi enorme, como mostram fotos incluídas na contracapa de uma edição posterior, onde se lê: "foi a primeira manifestação civil realmente espontânea contra o regime militar."

A diferença central em relação aos dias de hoje é a presença de Dilma na resistência. Ontem, ela fez um discurso de 40 minutos, tão bem sucedido que, no final, a platéia gritava querendo mais. Acusou os adversários de "usar a democracia contra ela mesma." Para sublinhar que as denúncias usadas para afastá-la não foram mais do que um pretexto, lembrou que, em nenhuma das gravações que documentam a conspiração, fala-se de "pedaladas fiscais nem do plano Safra." Lembrou da condição feminina, referência indispensável numa conjuntura onde o movimento de mulheres assumiu um lugar destacado na resistência. Repudiou os "xingamentos de caráter sexista" usados pelas hordas mais selvagens, dizendo ainda que "a resistência ao golpe é um pouco mais difícil para as mulheres."

"Temos nossa consciência" disse a presidente, ao se despedir. "Sabemos porque lutamos: o único rumo ao nosso país é a democracia."

Ao contrário do que se diz, as gravações descobertas pelo repórter Rubem Valente não revelam a disposição de parar a Lava Jato. Nenhum dos interlocutores engravatados manifestou interesse, por exemplo, em defender o direito de Luiz Inácio Lula da Silva a presunção da inocência. Como notou o indispensável Janio de Freitas, a finalidade das conversas é manter as operações no curso realizado até aqui, como uma ação seletiva contra uma fração definida do sistema político, aquela que as lideranças que se apossaram do poder e da riqueza há mais de 500 anos tornaram-se incapazes de vencer pelo voto do povo.

Não vamos criminalizar as ideias e interesses que movem a luta política. Nem vamos fingir que imaculados princípios morais se encontram no centro das preocupações. O logro Eduardo Cunha descarta inteiramente essa possibilidade.

O objetivo real  é destruir pela raiz um projeto político-econômico que permitiu, por uma década e meia, que o país apostasse no crescimento do  mercado de massas e o apoio a indústria local. Não se trata de uma disputa democrática -- e por isso não pode ser levada para as urnas. Sua base não é a legitimidade, mas o interesse de uma classe, os 1% que dominam a riqueza e o poder no país. A pressa é tamanha que até a ministra de Relações Exteriores da Argentina protestou contra o ritmo acelerado de seu colega brasileiro José Serra em rever tratados comerciais entre os dois países.

A experiência ensina que rupturas institucionais sem grandes cenas de violência, frequentemente descritas como um tumor quase benigno, podem se transformar  num estímulo a aventuras maiores, irresponsáveis e nocivas, que muitas vezes são promovidas quando um regime de exceção não se encontra em posição de força, mas de fraqueza.

O período mais selvagem da ditadura de 1964 foi inaugurado em dezembro de 1968. Naquele momento, o regime dos generais enfrentava um ambiente hostil no país. Por motivos mais do que compreensíveis, a cultura tornara-se um universo dedicado a  formas variadas de protesto. Depois de abençoar o golpe, padres e mesmo alguns bispos passaram a  constituir o "clero revoltoso", na expressão dos aliados do regime. O  descontentamento aparecia nas universidades, ruas e nas fábricas. No Congresso, a ditadura foi derrotado numa votação crucial, na qual estava em jogo a proteção da imunidade parlamentar: 70 deputados do partido criado pelos generais votaram contra o governo. As principais lideranças civis do Brasil anterior ao golpe haviam tentado unificar-se, construindo a Frente Ampla.

Nessa situação, os comandantes militares, que tinham as rédeas do regime,  optaram pela pior opção  possível, numa atitude que confirma a velha observação de que, a beira do abismo, muitas pessoas só conseguem dar um passo em frente. Aprofundaram a  ditadura, suspendendo as garantias institucionais que restavam -- como o habeas corpus --, transformando a violência dura do aparato repressivo em terror organizado pelo Estado. Uma ditadura que durava quatro anos prolongou-se por mais 17.

Retirado de circulação por caminhões do Exército, quando saia de suas oficinas gráficas, o editorial "Instituições em frangalhos," do Estado de S. Paulo, braço midiático do golpe de 31 de março que não  deixava de enxergar a tragédia em curso, descrevia a conjuntura que levou ao AI-5 com palavras claras. Falando dos governantes de farda, sem sensibilidade para perceber "sinais precursores de grandes terremotos", o jornal dizia que o marechal-presidente Costa e Silva não fora capaz de perceber que dirigir um país "é coisa muito diferente de comandar uma divisão ou  um Exército."  Sintetizando suas avaliação, o jornal falava de um "estado de coisas que tanto se assemelha ao desmantelamento total de um regime...cuja integridade encontra-se por um fio."

Não há comparação possível entre as duas situações e respectivos personagens. A opção de uma parcela importante dos adversários da ditadura para ações armadas ajudou a unificar a elite dirigente e seus fiadores internacionais no apoio a ditadura. A situação é muito diferente de hoje, quando a resistência ao golpe assume a perspectiva da democracia e defesa da liberdade.

O exemplo de 1968, no entanto, adverte homens e mulheres de 2016 que uma situação ruim sempre pode ficar pior. Por essa razão, o combate ao golpe e a restauração do regime democrático não é uma opção entre outras -- mas uma necessidade, acima de tudo.

Paulo Moreira Leite. O jornalista e escritor Paulo Moreira Leite é diretor do 247 em Brasília

Nº 19.527 - "Movimentos organizam grandes atos contra o golpe para o dia 10"

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31/05/2016 


Movimentos organizam grandes atos contra o golpe para o dia 10


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Foto: Jornalistas Livres

Movimentos veem protestos em alta e preparam ato nacional no dia 10


Na Rede Brasil Atual

Movimentos populares e as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo organizam uma série de manifestações, atos e intervenções para ocorrer antes de 10 de junho. Nessa data, programam um ato unificado nacional, liderado pelas duas frentes, contra o golpe que afastou a presidenta Dilma Rousseff.

Coordenador da Frente Brasil Popular, o ex-integrante do PSB Roberto Amaral diz que o movimento de “todas as frentes” pretende estabelecer um cronograma de inúmeras ações, com destaque para o dia 10, e deve chegar ao auge em agosto, quando deve acontecer o julgamento final de Dilma no Senado.

Segundo ele, os áudios vazados de conversas dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) e do ex-presidente José Sarney, além das ações do próprio governo interino de Michel Temer, estão alimentando o crescimento das mobilizações. A opinião é partilhada pelo coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo sem Medo, Guilherme Boulos, e pelo coordenador estadual em São Paulo da Central dos Movimentos Populares (CMP) e um dos coordenadores da FBP, Raimundo Bonfim.

“O terreno é mais fértil do que nós da Frente Brasil Popular supúnhamos. O governo interino, com sua inabilidade, está ajudando muito. Hoje temos consciência de que muitos dos que saíram às ruas pedindo o golpe, hoje não sairiam. E muitos dos que não saíram em defesa do mandato da Dilma, hoje estão saindo pedindo a saída de Temer”, diz Roberto Amaral.

Boulos vê perspectivas de manifestações cada vez maiores. “Há uma insatisfação crescente, até porque, mesmo pessoas que já foram à rua contra Dilma não foram pedindo o Temer. E com o ataque brutal que esse governo interino e ilegítimo começa a praticar contra os direitos sociais, isso seguramente vai aumentar as mobilizações”, prevê.

Para o dirigente do MTST, a principal discussão não é se o Senado vai ou não reverter o impeachment.

“Não acreditamos, francamente, no carpete do Senado como palco para a solução. Achamos que a chance de reverter o golpe em curso é mobilização de rua”, defende. "No grande ato unificado no dia 10 de junho da Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo, a gente espera que as várias lutas possam confluir, colocando centenas de milhares de pessoas nas ruas."

Para Roberto Amaral, a divulgação dos áudios está claramente conscientizando a sociedade. “Nós sempre dissemos que a cassação de Dilma era uma farsa. Ela não estava sendo julgada pelo seu governo nem pelas pedaladas que ela nunca cometeu. Tratava-se pura e simplesmente de afastá-la e ficou claro, nas conversas do Sarney, do Jucá e do Renan, como isso foi articulado. Essas declarações, soltadas a conta gotas, são apenas a ponta de um iceberg. A opinião pública vai aos poucos tomando consciência da farsa”, afirma.

Raimundo Bonfim cita a eliminação de programas como Minha Casa, Minha Vida, a ameaça ao SUS, a desvinculação de recursos em saúde e educação como graves ameaças. “A massa de trabalhadores está muito preocupada; a sociedade saiu às ruas com um discurso de combate à corrupção e agora vê que o governo é uma quadrilha.” Ele lembra ainda que o movimento sindical discute a possibilidade de parar algumas categorias.

A Federação Única dos Petroleiros informou em nota que, “diante dos ataques contra a Petrobras, o pré-sal e os direitos e conquistas da classe trabalhadora, que estão sendo desmontados pelos golpistas, a FUP e seus sindicatos indicam paralisação de 24 horas no dia 10 de junho”.

Movimentos espontâneos

“Estão crescendo também as manifestações espontâneas em atos, shows e todas as atividades, tudo num crescendo, com vistas ao próximo dia 10”, observa Bonfim. Ele, Amaral e Boulos destacam ainda a espontaneidade de ações, protestos e atos políticos como um aspecto que mostra a tendência de crescimento das mobilizações.

Para Amaral, a mídia está escondendo a importância das manifestações contra o governo Temer e o impeachment, e também oculta o caráter espontâneo de algumas delas, como as que foram vistas na Parada LGBT, ontem (29), em São Paulo. “A grande mídia praticamente não registrou o significado das manifestações em São Paulo no domingo. A Folha colocou a informação numa página do segundo caderno (Cotidiano).” Cerca de 3 milhões de pessoas passaram pelo evento, segundo os organizadores, e muitos deles protestaram.

Para Boulos, essa espontaneidade, além dos atos agendados, tende a crescer. “As pessoas estão percebendo que seus direitos básicos estão sendo atacados. Quando entra um governo sem voto nenhum a aplicando um programa que não foi eleito por ninguém, isso certamente vai levar as pessoas a reagir. As mulheres, o povo da cultura, os sem-teto, em relação aos cortes do Minha Casa Minha Vida, entre outros, têm feito muitas mobilizações.”

Ações ainda não confirmadas ou deliberadamente não divulgadas devem proporcionar um aumento de mobilizações. “Uma parte do calendário de mobilizações é público e está sendo divulgada. Outra parte não, porque são ações de outra natureza, de impacto. Mas nas próximas semanas haverá ações importantes. Eu diria nos próximos dias já”, garante Boulos.

Entre elas, protestos dos sem-teto contra a suspensão do Minha Casa Minha Vida. “Vão pipocar várias ações pelo país, já agendadas. Mas não vai haver divulgação prévia. Haverá ações como essas e outras iniciativas”, promete.

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Nº 19.526 - "Bob Fernandes: Papa só falou em 'golpe suave' porque ainda não tinha ouvido os áudios de Jucá"



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31/05/2016 

 

Bob Fernandes: Papa só falou em “golpe suave” porque ainda não tinha ouvido os áudios de Jucá

 


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Assista!



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Nº 19.525 - "Cantanhêde, leia Merval. Não é 'Brasil, ame-o ou deixe-o' de Temer, mas “deixe Temer e não ame o Brasil”"

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31/05/2016 

 

Cantanhêde, leia Merval. Não é “Brasil, ame-o ou deixe-o” de Temer, mas “deixe Temer e não ame o Brasil”

 

vaiacabar


Por
 

O comovente apelo feito hoje pela moça da “massa cheirosa”, Eliane Cantanhêde, ao melhor estilo do “Brasil, ame-o ou deixe-o” do período Médici, é tão “sem-noção” quanto sua autora.

” O esforço para derrubar Temer, neste momento, é trabalhar contra o Brasil.”

Ora, Eliane, quem mais se esforça para derrubar Michel Temer, hoje, do que o grupo governista?

Não foram os servidores da ex-CGU, com suas vassouras e baldes, que arrumaram a crise da vexatória demissão de Fabiano Silveira, ontem.

Como não foram a juventude e os artistas que detonaram a crise do Ministério da Cultura, pesadelo inicial dos 19 dias em que a já escassíssima popularidade de Michel Temer sangra sem descanso.

O problema de Michel Temer é o fato de que um governo que chega ao poder pela conspiração é, sempre, propriedade do grupo que se integrou ao complô.

Todos são donos. E, como acontece nas sociedades – sobretudo na societa celeris  – sócios normalmente vivem às intrigas, na “derrubação”, na disputa por espaços de poder e de ganhos.

Por isso, já se viu, Temer é refém de todos eles: Cunha, Renan, “mercado”, Globo, MP, STF…

Não tem, portanto, autonomia de decisão.

Explica-se aí a sua completa imobilidade e as “saias-justas” que enfrenta. Ajudado, claro, por sua completa dessintonia com o Brasil moderno, que exige interlocução própria e não apenas os conchavos de parlamentares e “coronéis” da política (ou da religião) que se expressa na maioria dos políticos.

Por isso é cada vez mais difícil Temer, como pretendia ou pretende ainda, adiar a explicitação do cumprimento daquilo que o puseram lá para fazer: suprimir programas sociais e liquidar qualquer veleidade de soberania nacional.

Mesmo os integrantes mais capazes da trupe de colunistas da direita, como Merval Pereira, já assumem isso claramente, afirmando que “a tibieza que Temer vem revelando, que não se esvai com um tapa alegórico na mesa”.

Não, diz Merval, é preciso assumir que vai fazer “o que tem de ser feito”.

Ceder a  um “conjunto de exigências internacionais de investidores que buscam ambientes transparentes e seguros para negócios.”

Aí, sim, Eliane, serão as ruas o problema central de Michel Temer.

Por enquanto, este lugar é dele próprio e de sua associação golpista.

O problema é quando as pessoas descobrirem que este vídeo que viralizou na internet está bem perto de ser a pura verdade.



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Nº 19.524 - "A conspiração e o golpismo do STF e da PGR, por Aldo Fornazieri"


A conspiração e o golpismo do STF e da PGR

por Aldo Fornazieri

Numa democracia séria, a cúpula do PMDB, incluindo Temer, Eduardo Cunha, Sarney, Romero Jucá, junto com Aécio Neves e outros personagens sombrios do conglomerado que se articula em torno do PSDB estariam presos e julgados por conspiração contra o Estado e contra a democracia. Até mesmo juízes do STF e o Procurador Geral da República estariam sendo investigados e sob o risco de prisão por conspiração. As gravações de Sérgio Machado não deixam dúvidas de que houve uma ampla e criminosa conspiração contra o Estado e contra a ordem democrática. Se não forem derrubados e presos nos próximos meses em consequência da luta política e da desobediência civil em curso terão que ser presos e julgados num futuro governo democrático.

Não se poderá incorrer no mesmo erro que se incorreu com aqueles que cometeram crimes no regime militar. Nenhuma anistia futura deverá livrar os golpistas de hoje de condenações amanhã, quando a normalidade democrática e constitucional for restabelecida. O ativismo político e social progressista e os intelectuais honestamente comprometidos com o Estado de Direito devem defender abertamente e cobrar das autoridades a necessidade de deter e julgar os golpistas. É até mesmo conveniente que se instaure um tribunal popular, dado o possível comprometimento do STF com o golpe, para que os conspiradores sejam julgados num ato de julgamento cívico e político.

A Constituição brasileira alude à existência de crimes políticos no Artigo 109, embora não os defina. É de competência da justiça federal julgá-los. Por decorrência lógica e exegética deve se entender que crime político é aquele perpetrado contra a essência do Estado consubstanciada no seu ordenamento democrático, republicano e federativo. Não resta dúvidas de que os sediciosos conspiraram contra o ordenamento democrático do Estado, movidos por duas motivações: assaltar o poder ao arrepio do mandato popular e proteger uma ampla organização criminosa dos riscos de ser desmantelada e presa com os avanços das investigações de corrupção.

O Brasil está mergulhado numa grave crise institucional, pois além de ter um governo golpista e ilegítimo, um presidente da Câmara suspenso, um Senado eivado de denunciados e investigados e uma presidente legítima afastada, agora se sabe que a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal, que deveriam ser os guardiões maiores da Constituição, estão sob a gravíssima suspeita de terem participado do golpe ou, no mínimo, de terem se omitido criminosamente em face de informações que detinham acerca do andamento da sedição. O crime político dos sediciosos, perpetrado sob a aparência do impeachment, violou a soberania popular e a estrutura constitucional do regime político democrático. Os crimes cometidos pelos golpistas estão mais claramente tipificados na Lei de Segurança Nacional (Lei N. 7.170), herança do entulho autoritário, particularmente nos artigos 1º e 2º.

A ordem democrática mostra-se frágil no Brasil em face dos ataques de grupos sediciosos das elites. É preciso, assim, que se busque aprovação de uma lei de defesa do Estado Democrático de Direito e da ordem constitucional. Cabe lembrar que o pai do liberalismo político, John Locke, e a Constituição alemã de 1949, defendiam o direito de rebelião popular quando a ordem legal e o Estado Democrático de Direito fossem violados, como ocorre no Brasil no presente momento.

Resistir ao golpe e levar os conspiradores a julgamento

Hoje cresce em todo o Brasil a resistência e a repulsa ao golpe. Os mais diferentes setores sociais encontram formas de manifestar-se, mesmo sem uma direção unificada. Ampliar essa resistência e fortalecer as manifestações e os protestos é um dever demandado pelos compromissos com a democracia.

Por paradoxal que possa parecer, os parlamentares progressistas e comprometidos com a democracia, precisam demandar uma investigação acerca da conspiração na Câmara dos Deputados e no Senado. Além do embate e do constrangimento políticos, essa medida servirá para uma profilaxia política contra golpes futuros. Os golpistas precisam ter medo da ordem democrática. Ademais, é preciso comprometer cada vez mais as biografias dos golpistas. Eles não poderão ter a anistia da história. Os principais órgãos da imprensa americana e europeia não têm dúvida de que o afastamento de Dilma por um condomínio de corruptos foi ilegal.

Os juristas e advogados precisam demandar uma investigação no STF, por mais comprometido que este esteja, acerca da conspiração e dos conspiradores. As petições devem deixar claro que os golpistas precisam ser detidos e julgados. Os juízes do STF estão sob graves suspeitas, pois as gravações dos conspiradores deixam claro que o STF não agiu de forma isenta como guardião da Constituição. Tanto o STF quanto a PGR, no mínimo, omitiram-se e prevaricaram na posse de informações estarrecedoras que detinham. Se não há dúvida que Gilmar Mendes é um sedicioso, conspirando inclusive junto com o presidente ilegítimo, os demais juízes precisam também explicitar as suas posições e definir se estão ao lado da democracia ou se querem ter suas biografias irremediavelmente manchadas pelo golpismo. Sob pena de agravamento da crise, o STF e a PGR precisam se explicar à sociedade brasileira e retomar o seu papel precípuo de defesa da Constituição.

O que está ficando cada vez mais claro para a maior parte da sociedade é que o governo Temer – ilegítimo e golpista – é um governo contra os pobres, contra os direitos sociais, contra os programas sociais, contra a cultura, contra a educação, contra a saúde, contra as mulheres e contra os direitos das minorias. As medidas econômicas anunciadas não tirarão o Brasil da crise. Pelo contrário, a agravarão. As medidas não enfrentam o déficit público e o governo se prepara para jogar seu brutal peso, se Dilma for definitivamente afastada, nos ombros dos trabalhadores e dos mais pobres. Se o governo golpista for derrubado é preciso que seus líderes sejam presos e julgados.

Esses líderes estão sendo cada vez mais sitiados por cidadãos irados nas ruas. Essa ira é santa, pois a sociedade aprendeu que a democracia, mesmo que imperfeita, é um dos fundamentos imprescindíveis por uma sociedade justa e livre. A sociedade percebeu também o conluio criminoso de corruptos orquestrado por estes que estão hoje no poder. Muitos daqueles que queriam a saída de Dilma sentem-se hoje enganados, traídos e envergonhados.

O fato é que o golpe despertou vontades e energias de luta que estavam adormecidas. Desencadearam forças democráticas e progressistas que lutarão contra os retrocessos e saberão lutar pelos seus direitos e pela democracia. Assim, convém lembrar as sábias palavras de Maquiavel: “Bendita é a guerra, quando necessária, e piedosas são as armas quando só nas armas reside a esperança”. A guerra hoje é a luta contra o governo ilegítimo e as armas são os protestos, os debates, as ocupações dos espaços públicos e a hostilização pública dos golpistas.


Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo. 

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Nº 19.523 - "Quero ver o Moro deixar a Odebrecht ferrar o FHC"

 

31/05/2016

 

Quero ver o Moro deixar a Odebrecht ferrar o FHC

Não vem ao caso !


Do Conversa Afiada -  31/05/2016

bessinha ventriloquo


 

Informa a colonista Monica Bergamo, aquela que é especialmente implacável com um setor do espectro político e, com outro, é um poodle, delata ela que Marcelo Odebrecht vai delatar!

"Ou seja, nenhum dos grandes partidos (PT, PSDB e PMDB) deve ser poupado"!

Será um morticínio, anuncia a colonista: "a empreiteira se comprometeu oficialmente a detalhar o financiamento das campanhas majoritárias com as quais colaborou - como as de Dilma Rousseff a presidente e Michel Temer a vice e a de Aécio Neves a presidente, em 2014".

Só se salva o Papa!

Nº 19.522 - Caos da era Temer já vira votos no Senado

Dois parlamentares que votaram pela admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, Romário (PPS-RJ) e Acir Gurgacz (PDT-RO), já admitem mudar seus votos, na votação fina.

"Meu voto foi pela admissibilidade do impeachment, ou seja, pela continuidade da investigação para que pudéssemos saber se a presidente cometeu ou não crime de responsabilidade. Porém, assim como questões políticas influenciaram muitos votos na primeira votação, todos esses novos fatos políticos irão influenciar também. Meu voto final estará amparado em questões técnicas e no que for melhor para o país", disse Romário.

Gurgacz foi ainda mais assertivo. "O que eu coloquei é que a admissibilidade era uma necessidade, porque a população estava cobrando a discussão. O mérito é outro momento, estamos avaliando. Entendo que não há crime de responsabilidade fiscal por causa das pedaladas, mas a questão é mais pela governabilidade, pelo interesse nacional", afirmou.

Segundo o PDT, o voto de Gurgacz contra o impeachment é uma certeza – e não uma possibilidade. Outro que pode também virar é Cristovam Buarque (PPS-DF).

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Nº 19.521 - "Greve dos petroleiros e o capacho de FHC "

 

31/05/2016


 

Greve dos petroleiros e o capacho de FHC 

 

Do Blog do Miro - segunda-feira, 30 de maio de 2016

 

Ilustração: Bira/Fup

 

Por Altamiro Borges
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O Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) aprovou nesta segunda-feira um indicativo de greve geral de 24 horas para 10 de junho. Conforme informa a convocatória da entidade sindical, "esta data marcará a primeira grande mobilização nacional que as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizarão contra o governo ilegítimo de Michel Temer". O objetivo da paralisação da aguerrida categoria será denunciar "os ataques à Petrobras, ao pré-sal e aos direitos e conquistas da classe trabalhadora, que estão sendo desmontados pelos golpistas".

Ainda segundo a nota, "as medidas econômicas do governo ilegítimo, anunciadas na semana passada e já em curso, revelam o que vínhamos alertando: o objetivo do golpe é derrubar as conquistas que garantimos a duras penas ao longo dos últimos anos. É retirar direitos da classe trabalhadora, arrochar os salários, reduzir os investimentos do Estado na educação, saúde, habitação e outras áreas sociais, privatizar as empresas públicas, entregar o Pré-Sal e o que restou das nossas riquezas. Estas medidas atendem à Fiesp, às transnacionais, ao mercado de capitais e aos demais financiadores do golpe".

A greve nacional dos petroleiros também servirá como denúncia à nomeação de Pedro Parente para a presidência da Petrobras. Conforme alerta a FUP, em carta dirigida ao conselho da estatal, este gestor "responde na Justiça a ação por improbidade administrativa, que causou prejuízos de mais de US$ 1 bilhão à companhia". A indicação de Michel Temer ainda não foi aprovada, mas causa temores entre os petroleiros e os acionistas da empresa. "Se isso realmente se confirmar, será a desmoralização do Conselho de Administração e do chamado 'teste de integridade', ao qual Parente deve ser submetido, como determina o estatuto da Petrobras" - afirma a carta, assinada pelo coordenador-geral da FUP.

"O ex-faz tudo de FHC"

De fato, Pedro Parente não seria aprovado por qualquer "teste de integridade". Até a Folha tucana, ao noticiar a sua indicação pelo "presidente interino", tratou o gestor como o "ex-faz-tudo de FHC" - ou seja, como capacho do grão-tucano entreguista e privatista. Conforme registrou a reportagem, Pedro Parente "teve cargos importantes nos governos Sarney e Collor. Com FHC, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, ministro do Planejamento e da Casa Civil. Ele foi também o chefe do 'Ministério do Apagão', grupo criado na crise energética de 2001, que derrubou a economia e a fama de bons gestores dos tucanos". Com as quatro derrotas presidenciais do PSDB, Pedro Parente virou presidente do grupo de comunicação RBS, afiliado da TV Globo, e da multinacional Bunge.
Agora, com o Judas Michel Temer, o "ex-faz-tudo de FHC" volta ao governo num cargo estratégico para a soberania do Brasil. Privatista convicto, ele terá a missão de agilizar o plano dos entreguistas, detalhado no documento "Ponte para o futuro" do PMDB, de entregar o pré-sal às multinacionais do petróleo. Ele também não vacilará em reduzir os investimentos na Petrobras, preparando o terreno - sempre sonhado pelos tucanos - para reduzi-la a uma "Petrobrax". Como alerta a carta ao conselho de administração, "a indicação de Pedro Parente coloca em risco o futuro e a credibilidade da empresa". 
Na preparação da paralisação de 10 de junho, reproduzo abaixo três documentos recentes da FUP:
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Não permitiremos que o Pré-Sal seja moeda de troca dos golpistas

A FUP e a CUT repudiam as medidas anunciadas pelo governo ilegítimo de Michel Temer, entre elas a intenção de abrir a exploração do Pré-Sal para as multinacionais. Como vínhamos alertando, o principal objetivo dos golpistas é tomar de assalto a mais cobiçada reserva de petróleo do planeta. Um tesouro que os especialistas estimam conter no mínimo 273 bilhões de barris de óleo.

Quando Temer anunciou nesta terça-feira (24) que irá priorizar a aprovação do Projeto de Lei 4567/16, que tira da Petrobrás a garantia de ser a operadora única do Pré-Sal e de ter participação mínima de 30% nos campos licitados, começou a pagar a conta dos financiadores do golpe.

Abrir a operação do Pré-Sal para as multinacionais é o primeiro passo para acabar com o regime de partilha, conquistado a duras penas pelo povo brasileiro para que o Estado possa utilizar os recursos do petróleo em benefício da população.

Além de ser a única petrolífera que movimenta a cadeia nacional do setor, gerando empregos e investimentos no país, a Petrobrás é também a única empresa que detém domínio tecnológico para operar o Pré-Sal com custos abaixo da média mundial. Menores custos significam mais recursos para a educação e a saúde, setores que o governo ilegítimo de Michel Temer anunciou que serão contingenciados.

O Pré-Sal, além de fazer do nosso país um dos principais produtores mundiais de petróleo, é a maior riqueza que a nossa nação dispõe para garantir desenvolvimento econômico e social ao povo brasileiro. Para isso, é fundamental que tenhamos uma empresa nacional de porte na operação destas reservas.

Abrir mão da Petrobrás como operadora do Pré-Sal é ir na contramão do mundo. As empresas nacionais e estatais de petróleo detêm 90% das reservas provadas de óleo e gás do planeta e são responsáveis por 75% da produção mundial.

Se a Petrobrás deixar de operar o Pré-Sal, nenhuma outra petrolífera investirá em nosso país, movimentando a indústria nacional, como faz a estatal brasileira. Mais de 90% das contratações do setor no país são feitas pela Petrobrás. Nenhum navio, sonda ou plataforma foram produzidos no Brasil a pedido das multinacionais que operam no país.

Os trabalhadores e a sociedade organizada não permitirão que o Pré-Sal seja entregue à Chevron e às outras multinacionais, como prometeu José Serra, autor do projeto de lei que Michel Temer que aprovar. Essa conta não será paga pelo povo brasileiro.

José Maria Rangel - Coordenador Geral da FUP

Vagner Freitas - Presidente Nacional da CUT


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Temer começa a pagar a conta dos financiadores do golpe

Pré-Sal e Petrobrás são moedas de troca

Menos de duas semanas após tomar o governo brasileiro de assalto, Michel Temer age rápido para pagar a conta dos golpistas. Os empresários, banqueiros e multinacionais que, além de apoiarem, participaram ativamente do impeachment ilegal da presidente Dilma estão sendo generosamente recompensados.

As primeiras medidas do governo ilegítimo de Temer anunciam um retrocesso brutal para o país, cuja conta cairá no colo do povo brasileiro. Seu programa ultraliberal acertado com os empresários toma corpo com os ajustes fiscais anunciados: redução e limitação de gastos com saúde e educação, aumento da idade mínima para a aposentadoria, cortes no Bolsa Família, entre outras medidas que atingem em cheio a população mais pobre.

Temer também já anunciou que facilitará a entrega do Pré-Sal, a jóia mais cobiçada pelos financiadores do golpe. O primeiro passo é tirar da Petrobrás o papel de operadora única, como prevê o PL 4567/16, que tramita na Câmara, após ter sido aprovado no Senado, através da iniciativa de José Serra, que já havia prometido à Chevron mudar as regras da exploração do Pré-Sal.

Temer explicou direitinho para a imprensa o seu objetivo: "a Petrobrás é uma empresa que tem que pautar-se pelos critérios de seu interesse, como se fosse quase um empreendimento privado". Tudo conforme combinado com os financiadores do golpe.

A PRIVATIZAÇÃO OCULTA NA MP 727

Mas a maior atrocidade cometida até agora por esse governo ilegítimo é a Medida Provisória 727, publicada em 12 de maio, no mesmo dia em que Temer sentou na cadeira de presidente. Com poder de lei, a MP cria o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que na prática é a retomada das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Em meio à avalanche de ataques cometidos por Temer, a MP passou quase desapercebida.

Segundo esclarece a economista Alessandra Cardoso, assessora do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o PPI abre o caminho para a desestatização de todas as empresas controladas direta ou indiretamente pela União e pelos Estados, inclusive instituições financeiras e serviços públicos objetos de concessão, permissão ou autorização. "Deverão ser privatizadas prioritariamente aquelas já cobiçadas pelos investidores, nacionais e internacionais, como Petrobrás, Caixa Econômica, Eletrobrás", revela a economista, que detalha todo o teor da MP em artigo que pode ser acessado no link http://goo.gl/SelDTc

O CAMINHO DA RESISTÊNCIA É O ENFRENTAMENTO

É preciso reagir ao golpe, antes que todas as conquistas sociais sejam destruídas e o que restou das nossas riquezas, privatizadas. Não temos dúvidas de que o Pré-Sal e a Petrobrás foram as principais moedas de troca negociadas com os financiadores do golpe. O caminho da resistência é o enfrentamento e disso os petroleiros entendem.


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Petrobras a um passo de ser comandada pelo queridinho de FHC

Se o teste de integridade for sério, Pedro Parente não assume

O que é o Teste de Integridade?

Em março de 2015 o Ministério Público Federal propôs como uma das medidas para prevenção e combate à corrupção, a aplicação de Testes de Integridade. Segundo o site do MPF o objetvo é fazer com que “o agente público tenha o dever da transparência e accountability”.

Trata-se de iniciativa legislativa que almeja criar novo mecanismo voltado à defesa da moralidade pública, assim, com a identificação, mitigação, análise das consequências e prevenção das atitudes inadequadas chega-se mais rápido à adequação dos comportamentos éticos dos profissionais nas organizações, inclusive sob o ponto de vista de honestidade.

Leia a seguir outros trechos das medidas, confira as ações de Pedro Parente e conclua se ele é a pessoa adequada a ocupar a presidência da Petrobrás.

A ferramenta deve aferir as atitudes e opiniões dos respondentes tanto pela vertente cognitiva, a qual objetiva compreender o grau de conhecimento que o participante tem daquele assunto, como também pela vertente comportamental, tratando de ações passadas e/ou futuras diante de temas relevantes para as atividades as quais enfrenta ou enfrentará.

O teste de integridade dirigido é realizado, então, sobre o agente público em relação ao qual já houve algum tipo de notícia desairosa ou suspeita de prática ímproba, ao passo que os testes de integridade aleatórios refletem o princípio de que a atividade de qualquer agente público está sujeita, a qualquer tempo, a escrutínio.

Quem é Pedro Parente?

Pedro Parente é alvo de ações de reparação de danos por improbidade administrativa que correm na 20° e 21° Varas Federais de Brasília, onde ele e outros ex-ministros do governo Fernando Henrique Cardoso chegaram a ser condenados a devolver aos cofres públicos mais de R$ 2 bilhões. As ações foram ajuizadas pelo Ministério Público Federal, que questionou o socorro financeiro que o Banco Central fez em dezembro de 1994 a dois bancos privados que estavam em processo de falência - Econômico e Bamerindus.

A ajuda do governo FHC aos banqueiros causou um prejuízo ao Estado de R$ 2,9 bilhões, que corrigidos em valores atuais equivalem a mais de R$ 15 bilhões. Na época, Pedro Parente era Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, ocupado por Pedro Malan, e José Serra era Ministro do Planejamento.

As duas ações, no entanto, foram arquivadas numa manobra de Gilmar Mendes, após assumir o STF, por indicação do então presidente Fernando Henrique Cardoso. No último dia 15 de março, no entanto, a 1° Turma do STF acatou recurso do Ministério Público Federal e determinou o desarquivamento e prosseguimento das ações. Pedro Parente terá que responder ao crime de responsabilidade, pelo qual é acusado há mais de uma década.

Pedro Parente, entre 2000 e 2003, fez a Petrobrás assinar contratos de parceria com o setor privado para construção de usinas termoelétricas, se comprometendo a garantir a remuneração dos investidores, mesmo que as empresas não dessem lucro.

A chamada “contribuição de contingência” gerou prejuízos de mais de US$ 1 bilhão à Petrobrás, que se viu obrigada a assumir integralmente as termoelétricas para evitar perdas maiores. O valor das usinas, avaliadas em US$ 800 milhões, equivalia a um terço dos US$ 2,1 bilhões que a estatal teria que desembolsar para honrar as compensações garantidas aos investidores até o final dos contratos, em 2008. Tudo autorizado por Pedro Parente.

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Nº 19.520 - "Temer e Gilmar se unem para tentar salvar o golpe "

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31/05/2016

 

Temer e Gilmar se unem para tentar salvar o golpe

 

Com o golpe usurpador começando a ruir, o encontro entre Michel e Gilmar assumiu um caráter exclusivamente político.


Anderson Riedel/ VPR

 


Jeferson Miola
 

Resultado de imagem para jeferson miolaNa tarde do dia 28 de maio, o presidente-usurpador Michel Temer interrompeu seu descanso na residência em São Paulo e, portanto, a convivência com a “bela, recatada e do lar” esposa Marcela [como diz a revista Veja] e com o filho Michelzinho, para antecipar o regresso a Brasília.

Estaria tudo normal não fosse o dia 28 de maio um sábado e se, além disso, o presidente-usurpador tivesse compromissos de governo em Brasília no próprio sábado e no domingo.

O problema, contudo, é que Michel – como é chamado na intimidade pela corja golpista – regressou a Brasília, ao que se sabe, exclusivamente para se reunir com o ex-Advogado-Geral da União do FHC, o tucano Gilmar Mendes.

Gilmar Mendes, como se sabe, é um integrante de outro Poder de Estado – ele é juiz do STF, apesar de não reunir os atributos necessários para ser juiz da Suprema Corte, e de colecionar atitudes que justificariam seu impedimento no cargo. Atualmente, ele é Presidente do TSE, o Tribunal Superior Eleitoral – realidade também difícil de entender.Além disso, a partir de terça-feira Gilmar presidirá a Segunda Turma do STF, justamente aquela que julgará a maior parte dos políticos investigados pela Lava Jato – por coincidência, a maioria deles pertencente ao PMDB, ao PP e ao PSDB, corruptos que foram decisivos para a perpetração do golpe de Estado e que são fundamentais para a sustentação do governo usurpador, cada vez mais desmoralizado.

O encontro entre um presidente do País – mesmo sendo de um governo golpista – e um integrante de outro Poder de Estado, sempre é acompanhado de mínima solenidade e formalidade. Do ponto de vista institucional, para tratar de assuntos institucionais, o encontro é dos titulares dos poderes Executivo e Judiciário, e não entre o titular-usurpador do Poder Executivo e um mero integrante do Poder Judiciário.

Michel e Gilmar sabem perfeitamente que o Judiciário é presidido pelo juiz Ricardo Lewandowski, que é quem responde institucionalmente pelo Judiciário. Como não trataram de assuntos institucionais, o encontro entre Michel e Gilmar assumiu um caráter exclusivamente político. E, em função disso, aqui começa o grave problema desse encontro e a dúvida que o envolve.

O mundo inteiro sabe que Michel Temer assumiu como presidente-usurpador porque uma quadrilha enlameada em corrupção tomou de assalto o Poder com o golpe de Estado contra a Presidente Dilma. Um golpe que foi perpetrado através do processo de impeachment sem fundamento constitucional, e “comandado por um bandido chamado Eduardo Cunha”, como reporta a imprensa internacional. Essa quadrilha assaltou o Estado para fazer um grande acordo nacional de impunidade para toda a bandidagem e implementar um programa anti-nacional e anti-popular.

Além disso, Temer responde juntamente com a Presidente Dilma no processo ficcional aberto por Gilmar Mendes, que quer recusar a prestação de contas da campanha eleitoral de 2014 para cassá-la sem nenhuma base fática e legal.

Na últimas semanas, a vida dos golpistas ficou insustentável. Não somente devido às revelações das conversas gravadas, que comprovam a conspiração contra o mandato legítimo da Presidente Dilma, mas também porque o povo brasileiro se insurge cada vez mais nas ruas contra o retrocesso que está sendo imposto pelos usurpadores, que sabem que precisam de um governo ilegítimo para impor o programa neoliberal selvagem que jamais conseguiriam aprovar nas urnas.

É crescente a percepção, no seio do povo brasileiro, de que o governo usurpador está inviabilizado; que não passou de farsa para derrubar a Presidente Dilma.

Quando da posse, este governo feito 100% testesterona e 0% de pigmento, era 75% Lava Jato. Hoje, o governo usurpador se aproxima da unanimidade: é um governo 100% Lava Jato, a começar pelo conspirador-mor – só falta a força-tarefa revelar as conversas do Sérgio Machado com o Michel Temer, que comandava o PMDB quando o presidente da Transpetro roubava para o esquema deles.

O governo usurpador do conspirador Michel Temer tem o cheiro podre de Eduardo Cunha e de Gilmar Mendes. O golpe usurpador começou ruir. A reunião de última hora entre os dois conspiradores é um esforço desesperado para tentar salvar o governo usurpador, que está bem próximo do seu fim.
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Nº 19.519 - "Globo é o próprio golpe, pede a cabeça de políticos, mas 'esquece' de pedir a sua e a do temer"



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 31/05/2016

 

 Globo é o próprio golpe, pede a cabeça de políticos, mas "esquece" de pedir a sua e a do temer

   
Palavra Livre - 30/05/2016


Por Davis Sena Filho
Certamente que O Globo até terminar o prazo para que o Senado julgue o golpe de estado travestido de legal e legítimo contra a presidente Dilma Rousseff pedirá a cabeça de muita gente do governo usurpador e golpista do traidor michel temer — vulgo Amigo da Onça —, quando seus asseclas caírem nas redes da corrupção por meio de gravações e vazamentos que derrubaram, por exemplo, o ministro golpista do Planejamento, Romero Jucá, e que agora causa desconforto ao ministro da "Transparência" (o nome entre aspas é um deboche), Fabiano Silveira, que também foi gravado a tecer comentários golpistas e a visar proteção contra as cadeias da Lava Jato.



A Controladoria Geral da União (CGU) virou o Ministério da "Transparência". O ministro golpista do Amigo da Onça Usurpador foi hoje impedido pelos servidores de entrar no seu recinto de trabalho. Tão "transparente" quanto e este ministério é o golpe bananeiro e violento de michel temer e de seus lobos, que comandam um governo pária e bastardo, porque, indubitavelmente, isolado diplomaticamente, além de duramente questionado pela imprensa tradicional dos países europeus, latino-americanos, africanos e pelos Brics. temer é golpista e como tal deve ser tratado.



Quero ressaltar ainda que michel temer é um cidadão completamente desleal e que faz da traição seu ofício, como Calabar, o Cabo Anselmo, o Joaquim Silvério dos Reis e o Fernando Henrique Cardoso, que entregou, impiedosamente e alienadamente, o Brasil à gringada esperta e malandra, sem me esquecer do Judas Iscariotes, um dos personagens mais nefastos e conhecidos da Bíblia Sagrada.



O Globo, com seus editoriais mequetrefes e manipuladores, deveria se preocupar em destituir o "presidente" golpista, que se transformou em um dos maiores traidores da Pátria de todos os tempos. Um vice-presidente de poucos votos por ser um político de São Paulo, o Estado mais populoso da Federação, que ascendeu ao poder da forma mais rasteira e violenta possível, a jogar na lixeira sua já medíocre biografia, que se resumiu praticamente a ser parlamentar não dos mais votados, além de nunca ter aprovado um projeto que beneficiasse o povo paulista de fato.



O Globo, na verdade, deveria se preocupar com a indignação e a revolta que tal oligopólio causa em milhões de brasileiros, sendo que alvo constante e sistemático de protestos, "escrachos", palavras de ordens e cantos que, sem sombra de dúvida, demonstram o quanto esse truste é odiado, a tal ponto que seus lacaios travestidos de editores, repórteres, âncoras, comentaristas, colunistas e "especialistas" não poderem sair às ruas para trabalhar.



Essa gente transformou mais uma vez o Brasil em uma republiqueta bananeira, com a cara e o focinho dela, porque sempre é expulsa aos gritos pelas multidões que não suportam a presença de golpistas descarados, que ainda têm a cara de pau de considerar que tudo está em "ordem", como se o golpe de estado não tivesse acontecido pelas suas mãos e  más ações que terminaram por levar a presidenta de 54.501.118 milhões de votos à deposição.



Os irmãos Marinho e seus antepassados têm muitos esqueletos em seus armários. Caçam corruptos por meio de manchetes e matérias noticiosas publicadas e repercutidas por suas Organizações(?) chamadas de Globo. Porém, "esquecem-se", logicamente que por conveniência à moda João Sem Braço, que são também alvos de investigações, sendo que praticamente todas elas, e não são poucas, engavetadas nos arquivos da PF, do MPF e da Justiça, bem como proteladas através de chicanas jurídicas e judiciais.



E por que, cara pálida? Fácil de responder: os magnatas bilionários de imprensa são totalmente e peremptoriamente I-NIM-PU-TÁ-VEIS, assim como o sistema Judiciário sempre foi e é ferramenta e instrumento de defesa e blindagem dos interesses da casa grande. Trata-se de uma questão secular, que remonta à escravidão. Uma Justiça que se preocupa em fazer justiça não teria em seus quadros um juiz como Gilmar Mendes, dentre outros. Ponto.



Os magnatas bilionários agem e se comportam como se fossem semideuses para certos segmentos e setores da sociedade, mas não para alguns políticos e parte importante e populosa da sociedade civil organizada brasileira. E sabe por quê? Porque no Brasil ainda existe muita gente que não é idiota e, com efeito, compreende a leitura dos acontecimentos e realidades que já ocorreram e que também acontecem agora e neste exato instante com a prisão de Nárcio Rodrigues, político influente de Minas Gerais, ligado ao senador delatado oito vezes por presos da Lava Jato e considerado o controlador da Lista de Furnas.



Nárcio é do PSDB, bem como seu ex-presidente em Minas Gerais, além de ex-secretário de Estado do governo Antônio Anastasia, que vem a ser o senador tucano relator do golpe contra Dilma Rousseff, que essa gente golpista considera apenas um impeachment, porque, na maior sordidez e infâmia, afirmam que os trâmites do para efetivar o golpe bananeiro foram respeitados. Tá legal... Então tá, todo mundo acredita, porque todos irrecuperáveis idiotas que acreditam até em mula sem cabeça e no Saci Pererê. Durma-se com um barulho desse.



O Globo poderia, então, pedir a cabeça do Aécio Neves e do José Serra, já que se preocupa tanto com a moralidade pública (dos seus inimigos e de políticos do PT), com os bons costumes, apesar de suas novelas, programas de auditório e o pior de suas atrações proibidas a menores: o jornalismo praticado na TV Globo e na Globo News — uma verdadeira lástima para a sociedade, porque se trata do autêntico, genuíno e incomparável jornalismo de esgoto, a ter a Veja como sua concorrente nesta fétida modalidade, que se transformou em um câncer oligopolizado que atormenta e prejudica de morte o Brasil há décadas a fio.



Se a família Marinho e seus sequazes — os monstrinhos criados em suas redações como pitbulls — considera que tem moral, não para derrubar ministros de um governo fraco, corrupto, espúrio, usurpador e totalmente sem legitimidade do traidor michel temer, vulgo Amigo da Onça, mas, evidentemente, para tentar dar uma conotação dissimulada de "seriedade" e "compromissada" com o País, como afirma o cínico editorial de hoje de O Globo: "O presidente interino, Michel Temer, precisa aplicar a mesma regra que valeu para Romero Jucá, porque (...) só assim será levado a sério o compromisso público assumido pelo presidente de apoiar o Operação e todo combate à corrupção",



Não é comovente o editorial de O Globo? Nossa, como essa gente tem boa índole e é séria quando exige seriedade de michel temer, no que diz respeito à corrupção. Hahahahahahaha! Desculpem a gargalhada, mas tem horas que não dá para segurar, pois a hipocrisia, o cinismo e o desrespeito total pela inteligência alheia extrapola tanto, que rir até doer a barriga se torna a melhor opção para você não chorar de raiva ou desgosto com tanta desfaçatez e sordidez, porque, nós, brasileiros e estrangeiros democratas e legalistas sabemos que se trata de outro golpe infame e canalha, que tem a participação dos Marinho. Daqui há 40 anos, talvez seus filhos ou netos voltem a pedir novamente desculpas esfarrapadas, como os três irmãos fizeram há pouco tempo em editorial hipócrita por ter apoiado mais um golpe de estado na história do Brasil e de seu povo.



Um golpe com característica terceiro mundista, promovido pela patuleia, que mais uma vez humilha o Brasil e o transforma novamente em uma República das Bananas. Repito: não é o povo brasileiro que é atrasado, provinciano e que aposta no retrocesso. Quem é bananeira, provinciana, subalterna, subserviente, colonizada e portadora de um incomensurável complexo de vira-lata é a casa grande brasileira — a burguesia —, que tem o apoio dos coxinhas despolitizados, que, meu Deus, sem comentários... Eles ainda chorarão lágrimas de sangue.



O Globo está acostumado a dar ordens a fantoches, aos que são cooptados pelo establishment plutocrata, o edificador de castas e do status quo. Sempre foi assim em seu passado e em seu presente, porque sabedor que fantoches, títeres, subalternos e subservientes, a exemplo de michel temer (o nome dele em meus artigos é sempre escrito no diminutivo, pois se trata de um anão político e citadino), não tem vida própria, como também não tem projetos e programas de País e de Nação. temer é um fantoche, como o fora, talvez em menor escala do que ele, José Sarney, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso.



Quero ver O Globo mandar no Lula e na Dilma Rousseff, como não mandou em Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola, dentre outros. Se mandasse, não os perseguiria tanto e com tanta violência e desrespeito. Queres conhecer quem é pau mandado ou fantoche? Avalie, pense, analise e pondere sobre as realidades políticas, ideológicas e partidárias que se apresentam.



Os políticos que atenderam e se submeteram aos interesses das Organizações(?) e de suas congêneres que as acompanham em golpes historicamente contra presidentes trabalhistas não foram perseguidos e nem derrubados, à exceção de Collor, que continua até hoje a ser membro importante do status quo e sócio da Globo em Alagoas, como o é também o clã dos Sarney no Maranhão. Está tudo em casa.



Você acha que esses políticos, que às vezes se fingem de adversários da família Marinho, como o fizeram Collor e Sarney em pequeno espaço de tempo irão abrir mão de tal sociedade com os maiores e mais poderosos plutocratas do Brasil? Evidentemente que não. E vou mais além: eles adoraram a queda de Dilma e a perseguição feroz e desumana a Lula e à sua família, porque o são, irrefragavelmente, inimigos políticos históricos dos trabalhistas, pois irremediavelmente são também donos da casa grande de índole e espírito udenista, ou seja, lacerdista, o melhor a explicar: golpistas!



O Globo e suas Organizações(?) são o que de pior existe no Brasil, pois o impede de se desenvolver economicamente e socialmente, a manter o povo em um bridão, a segurar-lhe a independência que somente acontece com sua emancipação no que concerne à sua instrução escolar e o acesso pleno a todo e qualquer conhecimento. O Globo é um câncer que contamina o tecido social brasileiro e não permite a cicatrização de suas feridas, que são profundas, porque interligadas a um contexto hediondo da escravidão. O Globo é golpista e, igual a temer e seus áulicos do golpe de estado, posiciona-se, recorrentemente, contra o Brasil e o povo brasileiro.



O Globo não é sério. Enquanto o Brasil não implementar o marco regulatório para as mídias, O Globo fingirá que não é golpista, pedirá cabeças até de seus comparsas de golpe de estado, bem como dará ordens aos seus fantoches quando assumirem ilegalmente e ilegitimamente a Presidência da República. O Globo, quanto à corrupção, só não pede pela sua própria cabeça. Os Marinho são espertos e não são os condenados à guilhotina da Revolução Francesa e muito menos o profeta João Batista. Golpe é crime e em muitos países golpistas vão para a prisão ao invés de dar pitacos e ordens. É isso aí.
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