27/05/2016
A diferença é que mulheres como Marta Suplicy ajudaram os estupradores
Como a garota do Rio, Dilma foi também vítima de estupro coletivo. Por Paulo Nogueira
Como a garota do Rio, Dilma foi também vítima de estupro coletivo
Há algumas diferenças, no entanto.
Uma é que os homens que a brutalizaram estavam certos da impunidade. De Eduardo Cunha a Aécio, de Caiado a Gilmar Mendes, de FHC a Alckmin, dos irmãos Marinhos a seus fâmulos nas redações, dos complacentes ministros do STF aos deputados e senadores que disseram sim, de Jucá a Renan, de Moro aos delegados da PF, de Temer a Cristovam Buarque – todos sabiam que o crime não teria castigo, porque representavam a plutocracia que domina e achaca os brasileiros.
Outra diferença é que mulheres ajudaram no estupro. Um exemplo notável é Marta Suplicy. Eleita por milhões de pessoas que jamais aprovariam o impeachment, Marta ajudou no estupro de que foi vítima Dilma com seu comportamento indecente. É como se ela gritasse aos homens que violentavam Dilma: “Não parem, não parem, não parem”. E eles não pararam, para alegria infame de Marta.
Outra mulher presente ao estupro foi a ministra Rosa Weber. Ela conseguiu, depois do suplício a que Dilma foi submetida, intimá-la a dizer por que ela anda dizendo que o estupro foi estupro.
Uma terceira mulher relevante no ataque feroz foi a advogada Janaína Paschoal. Ela foi paga pelo PSDB de FHC, Aécio e Serra para produzir a peça de impeachment afinal aceita pelo principal estuprador, Cunha.
Isso quer dizer: ela pretensamente legitimou o estupro. E acompanhou tudo ensandecida.
De Janaína pode-se dizer que vibrou, como se tomada por uma entidade do mal, com o que os homens fizeram com Dilma. A seu lado, na vibração incontida em que arremessava a cabeça para cá e para lá, estava um nonagenário que se revelou um câncer, uma metástase, uma zika para o Brasil, Hélio Bicudo.
Marina também incentivou os estupradores, com a torcida para que eles pegassem Dilma. Não esqueçamos disso: a participação de Marina. Mulheres cúmplices no jornalismo foram muitas, de Míriam Leitão a Eliane Cantanhede, de Dora Kramer a Cristiana Lobo.
Como Dilma sobreviveu é um mistério. Quer dizer, um mistério relativo. Para quem sofreu torturas dos militares por tanto tempo em masmorras, nenhuma violência é insuperável.
Os brasileiros têm uma chance, ou uma obrigação, de reparar o horror perpetrado pelos estupradores.
Basta devolver a Dilma o que lhe foi roubado no estupro, e punir seus estupradores, um a um.
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