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16/05/2016
O começo do nada quando se exige o fim de tudo
Por Fernando Brito
A correria de um free-lance atrasado para a entrega e compromissos de família me impediram de comentar algumas notícias do dia.
E a principal delas é que sobe a pressão com o que – é impressão inicial minha – o Governo de Usurpação Nacional não tem muita clareza de como lidar.
Na Folha de hoje, “Empresários sugerem que Temer faça mal rápido e bem aos poucos” – que é “nova” de 600 anos, desde que Maquiavel o aconselhou em seu O Príncipe – com os feitores do mercado financeiro dizendo que de declarações de itnenção não viverá este governicho.
O problema é que todas as portas estão fechadas: juros, previdência, CPMF, nada disso será aprovado rápido com deseja o capital.
Mesmo o “Vende a Jato” é complicado, porque é preciso simular consultorias, avaliações, auditorias, todas exatas como .
E então, como fazer?
“O mercado” aceita esperar.
Mas pede, como se dizia nos tempos dos programas de consultores e consulentes sentimentais das rádios, uma “prova de amor”: “aquela” prova de amor.
Ou seja, ao menos nos anos 60, o compromisso de entrega irreversível.
O governo Temer não vive um dilema.
Vive vários.
O primeiro deles é o que fazer com o discurso de quinta-feira.
Sem crise.
Negativo.
Ele depende de crise e de crise braba para poder fazer descer goela baixo da população os “pacotaços”.
Só que sua carência de legitimidade não lhe permite tempo para cozinhar o galo até que ele cante três vezes para renegar o que dizia.
E a briga de poder já nem mais velada é.
Henrique Meirelles, penhor de Temer ao mercado. é virtualmente mais importante que o Presidente.
Não dá nem para encaixar um “se-lo-ia” de dúvida nesta questão.
Temer não tem legitimidade nem mesmo diante da direita que o colocou no poder.
É visto como um bocó pomposo.
E não terá um dia de paz na rua e que não “culpem” o PT por isso.
Tirando alguns poucos líderes combativos, o resto está prostrado, ao menos temporariamente. Seus militantes vão á rua com outros tantos que não são de forma espontânea.
Teremos muitas urpresas ainda com este golpe mal ajambrado.
Que é capaz de tomar o poder escandalosamente mas não tem a coragem de tão descaradamente tomar as medidas pelas quais foi elevado ao poder.
Que, todos já perceberam, nada têm a ver com qualquer coisa próxima da moralidade.
O dilema do governo Temer é esse.
Querer parecer o que não é e para isso, não evidenciar o que é.
Dilema inútil e datado, porque terá de ser.
É por isso e nada além disso que foi guindado ao poder.
É um governo de mordomos e garçons posudos, mas ainda assim de mordomos e garções.
E que, diante do poder econômico terão de, não obstante seu empertigado, dizer o tradicional “as you wish, sir”
Como o senhor quiser.
E eles querem sangue, e já.
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