quarta-feira, 1 de junho de 2016

Nº 19.533 - "Corrêa: reeleição de FHC teve propina generalizada "

247 – O ex-deputado Pedro Corrêa, que foi preso no escândalo do "mensalão" e na Lava Jato, disse, em sua delação premiada, que a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1998, foi "um dos momentos mais espúrios" que ele presenciou em sua vida pública.

É o que informa reportagem dos jornalistas Mateus Coutinho, Julia Affonso, Ricardo Brandt e Fausto Macedo (leia aqui).

Segundo Pedro Corrêa, mais de 50 parlamentares receberam propinas num esquema operacionalizado por Sergio Motta e Luis Eduardo Magalhães, já falecidos, e pelo atual deputado Pauderney Avelino (DEM-AM). De acordo com o delator, quem ajudou a bancar a reeleição de FHC foi o banqueiro Olavo Setúbal, do Itaú, também já falecido.

"O delator da Lava Jato relatou que por parte do governo federal a iniciativa da reeleição foi liderada pelo então ministro das Comunicações Sérgio Motta (morto em 1998) e pelo então presidente da Câmara Luis Eduardo Magalhães (também morto em 1998 e na época do PFL) com o apoio do deputado Pauderney Avelino – atualmente líder do DEM na Câmara – , dos então governadores Amazonino Mendes (PFL-AM) e Olair Cameli (PFL-AC) ‘entre outras lideranças governistas’ . De acordo com Pedro Corrêa, essas lideranças ‘compraram os votos para a reeleição de mais de 50 deputados’", diz a reportagem.

Segundo Pedro Corrêa, houve ainda uma disputa de pagamento de propina na Câmara entre o ex-prefeito de São Paulo e atual deputado Paulo Maluf (PP-SP), que era contra a aprovação da emenda da reeleição porque queria se candidatar, e Fernando Henrique. Corrêa atuava, na ocasião, do lado de Maluf.

Em 28 de janeiro daquele ano a emenda constitucional da reeleição foi aprovada no plenário da Câmara em primeiro turno por 336 votos a favor, 17 contra e seis abstenções. Procurado pela reportagem, Fernando Henrique Cardoso disse que a reeleição foi uma “questão do Congresso”.

Filho de Olavo Setúbal, Roberto Setúbal, atual presidente do Itaú Unibanco, também se pronunciou.  “Fico profundamente indignado em ver o nome de meu pai tão absurdamente envolvido numa história sem comprovações. Ele era um homem absolutamente ético e tenho convicção de que ele jamais se envolveu em nada parecido com o que, covardemente, o ex-deputado Pedro Corrêa descreveu. Meu pai não participava de qualquer atividade política partidária desde 1986, e não há nenhum indício de que essa história possa ter fundamento”, afirmou.

Pauderney Avelino também se pronunciou. "Rechaço com veemência as referências feitas a mim pelo ex-deputado Pedro Corrêa, autointitulado corrupto. Não responderei aos bandidos e ladrões do dinheiro público”.

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