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20/11/2016
Aécio se diz inocente, prega anistia ao caixa 2 e sugere prisão de Lula
Brasil 247 - 20 de Novembro de 2016 às 05:58
Um dos políticos mais delatados na Lava Jato, o senador Aécio
Neves (PSDB-MG) concedeu uma longa entrevista em que defendeu a
"criminalização do caixa dois" daqui para a frente – a senha para
anistiar quem cometeu o crime no passado; ele também negou ter recebido
propinas nas obras da Cidade Administrativa como já foi dito por
delatores e, ao mirar nos adversários, disse que a sociedade não deveria
se preocupar com uma eventual prisão do ex-presidente Lula; "quero
justiça", diz ele; Aécio já foi acusado de comandar um mensalão em
Furnas, de ser "o mais chato" cobrador de propinas de empreiteiras, de
superfaturar obras em Minas em troca de doações e de manipular uma CPI
para abafar ligações com o Banco Rural, na época do chamado mensalão
Minas 247 – Mesmo sendo um dos políticos mais citados por delatores da Lava Jato (saiba mais aqui), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se sentiu à vontade para falar sobre a operação, numa entrevista ao jornalista Pedro Venceslau (leia aqui), em que defendeu a anistia ao caixa dois pretérito, se disse inocente das acusações que sofre e sugeriu, nas entrelinhas, a prisão do ex-presidente Lula.
"Em relação especificamente ao caixa
2, eu defendo a criminalização. O equívoco lá atrás foi tentarem
aprovar algo sem uma discussão mais ampla. Os casos passados vão acabar
sendo diluídos pelos tribunais", disse ele.
Como criminalizar para frente significa anistiar o passado, Aécio foi questionado pelo jornalista e saiu pela tangente. "Isso não chegou ainda na Câmara. Só quando conhecermos o texto é que veremos se houve excessos."
Sobre o fato de ter sido delatado pelo ex-senador Delcídio Amaral, Aécio questionou o teor das acusações. "As citações feitas pelo senador Delcídio estão sendo investigadas e, estou certo, serão arquivadas por serem absurdas e sem o mínimo indício que possa comprová-las", disse o presidente nacional do PSDB.
Ele também negou que o empresário Oswaldo Borges, seu tesoureiro informal, acusado por empresários, como Léo Pinheiro, da OAS, de cobrar propina de 3% nas obras da Cidade Administrativa de Belo Horizonte, tenha cometido ilícitos."O sr. Oswaldo Borges é um conhecido empresário mineiro que atuou formalmente na captação de recursos de várias campanhas do PSDB, inclusive na última campanha presidencial, o que é de conhecimento público e, como afirmou o próprio ex-presidente da Andrade, a relação se deu de forma absolutamente legal e sem qualquer contrapartida, como ele próprio disse", afirmou Aécio, sem comentar as acusações da OAS.
Sobre prisões de políticos, ele fez um reparo ao que ocorreu com seu amigo Sergio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, que o apoiou em 2014, mas sugeriu nas entrelinhas a prisão do ex-presidente Lula.
"Não conheço o caso. Mas temos de ter cuidado para que a prisão não seja a primeira etapa de um processo", afirmou, ao se referir a Cabral.
Sobre Lula, o posicionamento foi distinto. "Não torço pela prisão do Lula, mas para que a Justiça seja feita. A prisão dele não me traria alegria, mas eu não preocuparia com as consequências."
Aécio também defendeu a volta do financiamento privado de campanhas, raiz de todos os escândalos de corrupção recentes, e disse que, do jeito que está, não dá pra continuar.
Sobre o processo no TSE, aberto pelo PSDB, para pedir a cassação da chapa Dilma-Temer, ele deu a entender que defende a separação dos casos, para que Temer continue no poder até 2018. "Eu, pessoalmente, penso que a responsabilidade do presidente Temer não é a mesma da Dilma", disse.
Relembre, abaixo, o que alguns delatores disseram sobre Aécio.
Na primeira, o doleiro Alberto Youssef aponta Aécio como o mentor intelectual de um mensalão em Furnas, que distribuía mesadas de US$ 100 mil a parlamentares – entre eles, o finado José Janene, que foi sócio de Youssef. Assista aqui:
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Como criminalizar para frente significa anistiar o passado, Aécio foi questionado pelo jornalista e saiu pela tangente. "Isso não chegou ainda na Câmara. Só quando conhecermos o texto é que veremos se houve excessos."
Sobre o fato de ter sido delatado pelo ex-senador Delcídio Amaral, Aécio questionou o teor das acusações. "As citações feitas pelo senador Delcídio estão sendo investigadas e, estou certo, serão arquivadas por serem absurdas e sem o mínimo indício que possa comprová-las", disse o presidente nacional do PSDB.
Ele também negou que o empresário Oswaldo Borges, seu tesoureiro informal, acusado por empresários, como Léo Pinheiro, da OAS, de cobrar propina de 3% nas obras da Cidade Administrativa de Belo Horizonte, tenha cometido ilícitos."O sr. Oswaldo Borges é um conhecido empresário mineiro que atuou formalmente na captação de recursos de várias campanhas do PSDB, inclusive na última campanha presidencial, o que é de conhecimento público e, como afirmou o próprio ex-presidente da Andrade, a relação se deu de forma absolutamente legal e sem qualquer contrapartida, como ele próprio disse", afirmou Aécio, sem comentar as acusações da OAS.
Sobre prisões de políticos, ele fez um reparo ao que ocorreu com seu amigo Sergio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, que o apoiou em 2014, mas sugeriu nas entrelinhas a prisão do ex-presidente Lula.
"Não conheço o caso. Mas temos de ter cuidado para que a prisão não seja a primeira etapa de um processo", afirmou, ao se referir a Cabral.
Sobre Lula, o posicionamento foi distinto. "Não torço pela prisão do Lula, mas para que a Justiça seja feita. A prisão dele não me traria alegria, mas eu não preocuparia com as consequências."
Aécio também defendeu a volta do financiamento privado de campanhas, raiz de todos os escândalos de corrupção recentes, e disse que, do jeito que está, não dá pra continuar.
Sobre o processo no TSE, aberto pelo PSDB, para pedir a cassação da chapa Dilma-Temer, ele deu a entender que defende a separação dos casos, para que Temer continue no poder até 2018. "Eu, pessoalmente, penso que a responsabilidade do presidente Temer não é a mesma da Dilma", disse.
Relembre, abaixo, o que alguns delatores disseram sobre Aécio.
Na primeira, o doleiro Alberto Youssef aponta Aécio como o mentor intelectual de um mensalão em Furnas, que distribuía mesadas de US$ 100 mil a parlamentares – entre eles, o finado José Janene, que foi sócio de Youssef. Assista aqui:
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Na segunda delação, o lobista Fernando Moura afirma que um terço da propina em Furnas era destinada ao líder da oposição:
Na segunda delação, o lobista Fernando Moura afirma que um terço da propina em Furnas era destinada ao líder da oposição:
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Na terceira, o entregador de propinas "Ceará" diz que Aécio era "o mais chato" cobrador das entregas de recursos da empreiteira UTC:
Na terceira, o entregador de propinas "Ceará" diz que Aécio era "o mais chato" cobrador das entregas de recursos da empreiteira UTC:
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